​Em junho, comemoramos o 20º aniversário do lançamento de Super Mario 64. Não bastasse ser um jogo do bombeiro (cara que cuida das bombas hidráulicas) mais famoso do mundo, esse título marcou não apenas a chegada do sucessor de um indiscutível sucesso, o Super Nintendo, mas a transição definitiva e perfeita de uma franquia do mundo 2D para 3D.

Não, não adianta chorar, espernear, citar Metroid de GameCube, NÃO! Assim como Super Mario Bros, este não foi o primeiro de seu gênero, mas foi, sem dúvida, a melhor realização, a ponto de se tornar referencia para todas as produções posteriores. (Ao que tudo indica, o primeiro jogo de plataforma 3D seria o obscuro Alpha Waves, da Infogrames, de 1990).

É difícil apontar os êxitos de algo que definiu um padrão, indicar os erros de outras tentativas, como Bubsy 3D, Earthworm Jim 3D, Gex, Rayman e Sonic seria muito mais fácil. Mas vou encarar e pontuar o que tornou Super Mario 64 grande e único.

Jogabilidade e Câmera

Esquerda, direita, para baixo, para cima (para trás e para frente?). Anos progredindo lateralmente e de repente, uma nova dimensão. Pular em plataformas pode ser complicado quando elas têm restrição de largura. Apenas duas coisas podem garantir que essa não seja uma experiencia frustrante – controles afinados e uma câmera que colabore. E acredite, ainda nos dias de hoje, existem games que esbarram nisso.

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Aceitar que nem tudo pode e abraçar o novo

Quando desembarcou no mundo 3D, o que era uma bolinha com pés e cabeça precisava tomar formas mais “humanas”, não somente para mostrar o potencial do novo hardware, mas também para que tudo fizesse mais sentido. Gestos, golpes, toda a parte de animação .

Mario agora era capaz de socar, variar a velocidade do seu caminhar, agarrar e girar, pular chutando, dar piruetas e pular dando impulso nas paredes. Em contrapartida, perdeu alguns movimentos, como chutar cascos, atirar com o uso das flores de fogo e o carismático Yoshi, provavelmente porque estes envolviam uma mecânica de mirar e atirar, que, na época, não estava bem desenvolvida. Podemos ver o inferno que seria em um hack que tenta introduzir os efeitos das flores de fogo.

Mais profundidade, em todos os sentidos.

Logo de cara, podemos notar a profundidade no sentido espacial – o clássico mapinha com as fases deu lugar ao castelo da princesa Peach e seus jardins. Podemos explorar livremente essas áreas e era possível encontrar diversos segredos antes de se aventurar nas fases. Ele funciona como um hub, só que divertido.

Algumas fases são grandes, considerando a época, mas o mais importante não é o tamanho, mas sim como elas são aproveitadas ao máximo. Exploradas de várias formas, seja com jogabilidade plataforma ou como mini-games de corrida. Outro ponto interessante foi a introdução de NPCs, como o pequeno Bomb Omb rosa, a Mamãe Pinguim e o cogumelo Toad. A essa altura não é mais spoiler, mas vou manter em segredo: em algum lugar do castelo é possível encontrar um personagem muito querido. O mais interessante de observar é como a Nintendo não apenas definiu os padrões de jogos de plataforma em 3D, mas também é uma das poucas a evolui-lo.

Enquanto outras produtoras apresentam jogos razoáveis, no máximo bons, a Nintendo trás elementos novos e também reintroduz artifícios antigos adaptados ao mundo 3D. A cada novo titulo da série Mario, é possível notar essa mistura entre o clássico e o novo.

Em 2004, Super Mario 64 recebeu um remake para o Nintendo DS. Inicialmente apresentado como uma demo técnica do console, ao se aproximar de seu lançamento, foi confirmada a produção do game. As principais novidades ficaram por conta de 30 novas estrelas para serem coletadas, mini-games que utilizavam a tela de toque e mais três personagens jogáveis – Luigi, Wario e Yoshi.

Infelizmente, o jogo derrapa um pouco na questão dos controles. Utilizar a stylus como a alavanca analógica do N64 é uma tarefa difícil, mas, mesmo assim, Super Mario 64 DS é um dos melhores jogos do console, figurando facil no meu top 3.

Games, quando atingem um determinado grau de perfeição, acabam se tornando atemporais. Assim como o clássico Super Mario Bros. segue consistente em sua jogabilidade até os dias de hoje, Super Mario 64 trilha o mesmo caminho, sendo certeza de diversão. É um daqueles games que te dá orgulho de pegar pra jogar e saber tudo, o que fazer, para onde ir, os segredos, etc.

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