E eis que, com oito anos de atraso e muitos “como assim?” depois, finalmente encaro um dos títulos de terror mais comentados da última década. Alan Wake, obra da Remedy lançada originalmente em 2010, e que chegou em 2012 ao PC, é daqueles títulos que todo mundo gosta e lamenta nunca ter recebido uma sequência digna. E, agora, também me junto a eles.

Na história, seguimos o escritor do título em meio a um bloqueio criativo. Ele é levado pela esposa a Bright Falls em uma viagem de férias que logo se revela uma tentativa de ajuda. Ele teria a calma de um lugar isolado, a companhia de uma máquina de escrever e a ajuda de um psicólogo das celebridades. Só que, em vez de aproveitar isso, Wake surta e acaba envolvido em uma trama de horror e muita escuridão.

O título tem uma pegada de seriado, com uma história que se desenvolve em capítulos meio que com começo, meio e fim. Enquanto vai enfrentando as forças das sombras para resgatar sua esposa, ele começa a entender que tem mais a ver com tudo aquilo do que imagina e, com a ajuda de aliados, começa a retomar o controle sobre seu lado escuro.

Uma das constatações mais impressionantes da experiência com Alan Wake é que, mesmo com oito anos nas costas, ele envelheceu muito bem. As mecânicas são atuais e os gráficos ainda são muito bons aos olhos, principalmente nos efeitos de iluminação que permeiam toda a aventura. A atuação é interessante e o título está cheio de easter eggs e referências a Stephen King, “Twin Peaks”, “Evil Dead” e tantos outros nomes do terror.

Falta, de verdade, um pouco mais de equilíbrio em alguns combates e uma barra de fôlego, para termos noção do quanto o autor com pulmão de fumante ainda é capaz de correr. Na mistura equivocada entre esses dois aspectos um tanto problemático, o jogador acaba morrendo de bobeira e tendo que refazer certos momentos incessantemente, no que pode frustrar um pouco mas não destrói a sensação de vitória diante de perigos que sempre soam muito maiores que o protagonista.

Mas esta é, basicamente, a única falha (importante, sim, mas solitária) de um game que tem toda razão em ser consagrado. Alan Wake sobrevive ainda hoje como um ótimo jogo de terror e, inclusive, voltou recentemente às lojas online, após uma temporada fora delas devido a questões relacionadas ao copyright de sua trilha sonora.

A continuação, Alan Wake’s American Nightmare, foi lançada em 2012 e traz um tom um bocado diferente, apesar de ainda assim ter agradado aos fãs. Não foi a sequência que todoo mundo esperava, entretanto, e a franquia meio que parou por aí. Depois, a Remedy seguiria para trabalhar em Quantum Break e, atualmente, desenvolve Control, com lançamento previsto para o ano que vem e marcando o retorno a um console da Sony depois de mais de 15 anos trabalhando somente com o PC e Xbox.

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