Na última semana, mais precisamente no dia 26 de fevereiro, “comemorou-se” 9 anos do lançamento de Black, um jogo aclamado por muitos, mas que não resistiu ao tempo.

Em se tratando de FPS (First Person Shooters ou tiro em primeira Pessoa, eu realmente preciso explicar isso?), é bom conhecer o contexto histórico. Em 2006, o PlayStation 2 já contava com um belo arsenal do gênero, com títulos como Call of Duty, Brothers in Arms, Darkwatch, Battlefield, Medal of Honor, Killzone, Unreal Tournament, Quake 3 Arena, e até Half-Life. Então por que diabos se fala tanto em Black?

Burnout + FPS = Black

A Criterion Games se destacou pela serie Burnout, que na contramão da indústria, trazia um jogo surtado, muito longe da simulação e realismo tão almejado pelo gênero.

A boa recepção da franquia fez crescer os olhos da veterana Electronic Arts, que em agosto de 2004, anunciou a compra da Criterion, dizem os rumores, por 40 milhões de lelecos da rainha. É nesse contexto que algo surpreendente acontece, o time que vinha se saindo muito bem na produção de games de corrida foi convocado para produzir um FPS.

A destruição

Um dos, se não, o principal fator que chamou a atenção em Black foi o nível de destruição dos cenários, coisa que não se vê muito nem nos dias de hoje. Paredes, portas, placas, tanques de combustível, prédios, troncos, praticamente tudo pode ser destruído. Às vezes, os objetos se comportam de maneira estranha, como um tronco que explode em mil pedaços quando atingido por um tiro de pistola, mas é perdoável levando em conta a inovação que isso representou.

Os elementos explosivos nos cenários são um capitulo a parte, além de produzir cenas dignas dos melhores filmes de ação dos ano 80, eles invariavelmente destróem parte do cenário, e muitas vezes liberam caminhos, quebrando paredes e derrubando cercas.

A poeira

De cara, notamos uma das características da Criterion Games na serie Burnout – as cutscenes muito bem filmadas com atores reais. Os gráficos durante o jogo são impressionantes, dignos de um final de geração. Esteticamente, lembram um mix de Metal Gear Solid com Killzone. Os efeitos das explosões, a poeira que sobe quando destruímos os cenários, os efeitos de iluminação, tudo é extremamente bonito e bem feito, parecendo extrair até a ultima gota de suor do PlayStation 2 e Xbox.

A inteligência

A inteligência dos inimigos varia de “vou sair daqui pra não levar tiro” até “deixa eu me esconder atrás desses explosivos”. Isso acaba rendendo cenas divertidíssimas, que ajudam a compensar a pouca variedade de inimigos.

Um ponto incômodo é a imortalidade que alguns inimigos apresentam, às vezes você chega a descarregar um pente de balas e o sujeito não morre, o que pode frustrar. Também causam esse sentimento os headshots – ou os oponentes usam muita blindagem ou são os maiores cabeças duras do mundo dos games.

A Jogabilidade

Diante dos jogos FPS que o PlayStation 2 tinha na época do lançamento de Black, é inegável que em muitos aspectos ele é inferior. A começar pela inexistência de um botão de pulo, na minha opinião, isso torna a experiência mais realista, porém conflita com o restante, ja que realismo não é pegada aqui.

Outro pronto a ser observado é a mira aproximada, com uma visão que não muda como quando se aproxima a arma do rosto para uma mira mais precisa. Aqui, há apenas um pequeno zoom na mira convencional.

O som

Black tem uma parte sonora fantástica. O som dos tiros, das explosões, das armas, tudo tem uma intensidade muito boa, que pode ganhar ares cinematográficos com um bom home theater. A música segue a linha de filmes de guerra, marcando pontualmente os momentos de maior tensão.

Tem historia?

Sim, não é nada excepcional, mas é contada de uma forma bem legal. No início do jogo, você se encontra preso, prestando contas de porque desobedeceu uma serie de ordens nos últimos cinco dias, tentando assim escapar de uma provável prisão perpetua por insubordinação. Entre as conversas que se tem, mostradas de forma cinematográfica em videos live action, o protagonista se recorda em flashbacks dos fatos ocorridos. É aí que começa a jogatina.

Os Bugs

Não me recordo de ter enfrentado bugs quando joguei Black pela primeira vez no PS2, então eles talvez sejam alguma incompatibilidade por ter rejogado ele no PlayStation 3. Com frequência, me vi enroscado em partes do cenário, às vezes conseguindo me desprender, mas em outras tendo que reiniciar a missão. Outro problema frequente foram os momentos em que, simplesmente andando pela fase, meu personagem dava um salto, quase como um lag dos jogos online.

Memorável

Black ficou na memória dos fans de FPS e até de quem não é muito chegado no gênero por seu gameplay divertido, desafio razoável e gráficos lindos. É de se estranhar que nenhuma sequência tenha sido feita, nem mesmo uma continuação espiritual que carregasse seu legado de destruição, já que ainda nos dias de hoje, recebemos alguns títulos com interação quase nula com o cenário.

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