Desde 2001, ano de lançamento de Halo: Combat Evolved, o game se mantinha absoluto como o melhor jogo de tiro em primeira pessoa para consoles de toda a história. Influenciada pelo título de Master Chief, a então novata High Moon Studios, nos apresenta, no ano de 2005, Darkwatch.

A ideia inicial da High Moon era produzir uma espécie de parodia de Halo, mesclando elementos de sci-fi com humor, provavelmente é dai que vem o design cartunesco dos personagens. Além de uma jogabilidade muito similar à do primeiro Halo, o game ainda trazia a personagem Cassidy, que de forma similar à Cortana, nos conta a história do jogo, já que o protagonista, Jericho, não profere uma só palavra enquanto carrega o Blood Shield, com funcionamento idêntico ao escudo de Master Chief.

Pistoleiro Gótico

Em meio a enxurrada de jogos de tiro ambientados na Segunda Guerra Mundial e o resquício de Sci-fi que bombardeou os anos 90, Darkwatch trouxe uma mistura inusitada de western com terror. Em plena expansão americana para o Oeste, encontramos Jericho Cross em meio a mais um assalto a trens.

Para o azar dele, o veículo escolhido pertencia a uma organização dedicada à caça de entidades sobrenaturais malignas denominada Darkwatch. Este trem não carregava valores materiais, e sim, um poderoso demônio chamado Lazarus, que acaba transformando Jericho em um vampiro.

Poderes vampirescos

É aqui que Darkwatch começa a se distanciar do demais FPSs da época. Transformado em vampiro, seu personagem recebe um gama de poderes sobrenaturais, um super salto, quase um voo, uma visão que destaca inimigos e itens nos cenários, facilitando muito a vida (ou a morte?) de Jericho.

No decorrer do game, você libera inúmeros poderes que variam conforme suas ações. Escolhendo pela salvação das almas infectadas por Lazarus, por exemplo, você trilha o caminho do bem e ganha poderes voltados à defesa:

  • Silver Bullet – os tiros disparados depois de ativado o poder causam maior dano aos inimigos.
  • Fear – de certa forma causa atordoamento em alguns inimigos ou os imobiliza por um curto tempo.
  • Mystic Armor – invulnerabilidade por curto tempo.
  • Vindicator – os inimigos que estiverem sob alcance de visão são explodidos por um raio

Escolhendo o caminho oposto e usando as almas em beneficio próprio, você ganhas poderes voltados ao ataque:

  • Blood Frenzy – seus ataques ficam diabolicamente mais poderosos. Ideal para combates corpo a corpo.
  • Turn – transforma seus inimigos em escravos temporários, o que faz com que eles o ajudem por um curto espaço de tempo.
  • Black Shroud – é uma poderosa armadura que causa danos a todos os inimigos que tentarem apunhalar seu personagem.
  • Soul Stealer – suga a alma dos inimigos. Este poder afeta inclusive os mais distantes.

Exercito morto-vivo

O game apresenta nove variações de inimigos. Parece pouco, mas é o suficiente para garantir horas de diversão, com todos apresentando visual bem único, com variedade de ataques e uma inteligência bem competente para a época.

O arsenal

Darkwatch segue a cartilha clássica de jogos de tiro e traz uma arma melee, pistola, rifle, shotgun, sniper, lança mísseis, besta e, esporadicamente, você encontra também algumas chainguns e um veiculo de combate. Todos com um toque gótico no visual, com cruzes e acabamento detalhado. Existe às vezes uma escassez de munição para as armas mais poderosas, mas isso se equilibra com o poderoso ataque melee que todas têm.

Agilidade vampiresca

O jogo, sem dúvida, resgatou o espirito de clássicos como Doom. Os inimigos pipocam às dezenas na tela, intercalando momentos de combate frenético e tensão onde você vaga sozinho pelos cenários, ate alguma criatura maldita ser ejetada do chão bem na sua frente. O gameplay varia bem, com fases montado a cavalo e utilizando o veiculo steamwagon.

A versão Xbox contava ainda com modos multiplayer online, afinal, era para concorrer com Halo. Infelizmente, a versão de PlayStation 2 contava apenas com multiplayer local com tela dividida. Mas ambas as edições contam com um modo cooperativo que rende horas de diversão em dupla.

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Referenciando os clássicos

A trilha do jogo é cheia de referênciass, uma mistura dos clássicos filmes de bang-bang com tons góticos que permeiam todo o jogo. Porém, durante os confrontos, ela se perde entre os tiros e o som dos inimigos, mas, nas pausas, está ali sempre presente, nos lembrando onde estamos.

https://www.youtube.com/watch?v=eqzlk9SeeRI

Graficamente o jogo brilha, com texturas bonitas e construções solidas, apresentando cenários variados, minas, cemitérios, cidades e desertos, tudo muito bem retratado. O design dos personagens segue uma linha cartunesca que, na minha opinião, conflita um pouco com os toques góticos que permeiam toda a arte do jogo, mas está longe de ser um problema.

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Darkwatch é, sem duvida, uma daquelas pérolas que brilham na memória do gamers. E assim como Black, muitos se perguntam por que não vimos uma continuação deste que foi um dos melhores FPSs de sua geração. A High Moon Studios chegou a iniciar o desenvolvimento de Darkwatch 2 para PlayStation 3 e Xbox 360, mas, misteriosamente, o jogo acabou cancelado.

Mamilos! Digo, polemica!

Na época de seu lançamento, a mídia especializada criticou duramente Darkwatch por seu conteúdo “sexual”, alem da visível objetificação das personagens femininas.

Os polígonos curvilíneos de Tala renderam inclusive sua aparicão na edição especial da Playboy, Playboy’s Girls of Video Games.

Darkwatch foi lançado em agosto de 2005 para PlayStation 2 e Xbox.

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