Dead Island Definitive Collection

Dead Island Definitive Collection

por Felipe Demartini

Bom para quem curte

Dead Island Definitive Collection é a prova de que nem mesmo é preciso ser um clássico para ganhar remasterização. A dupla de jogos da Techland, que chamou a atenção quando foi anunciada utilizando um trailer emotivo e interessante, chega agora ao Xbox One, PC e PlayStation 4 em uma versão definitiva, trazendo todos os DLCs, visuais renovados e todos os problemas encontrados no lançamento original.

A grande diferença, aqui, está nos gráficos, que aparecem em resolução 1080p e funcionando com uma taxa de 60 frames por segundo. O resultado, entretanto, é bastante diferente no primeiro Dead Island em relação ao segundo, Riptide. Isso se deve, principalmente, à diferença do trabalho feito pela desenvolvedora em ambos os títulos – em um percebe-se cuidado, em outro, apenas uma maneira barata de se aproveitar de uma fórmula que fez sucesso, mesmo sem merecer.

Dead Island Definitive Edition apresenta bem pouco valor, mesmo que você nunca tenha jogado nenhum título da franquia. É a prova de que nem mesmo é preciso ser um clássico para ganhar remasterização.

Mas vamos por partes. O primeiro Dead Island, por si só, já era um game visualmente interessante, apresentando um mundo aberto bonito, cheio de aspectos e paisagens diferentes. Os efeitos de iluminação também ganharam um incremento aqui, com muito mais realismo e uma distinção clara entre sombra e Sol, exatamente como aconteceria em um lugar desse tipo. Vale a pena citar, entretanto, o esquisito desfoque colocado na visão do personagem sempre que ele começa a correr, um efeito bastante bizarro e que dificulta a fuga.

Prosseguir de um ambiente completamente aberto para um fechado, sendo surpreendido por sons misteriosos e zumbis que poderiam acordar a qualquer momento dão um aspecto de tensão interessante e uma boa noção de como é estar em uma situação desse tipo. Por todo lado, temos destroços, armas e diversos itens para serem coletados. Todo mundo fugiu com pressa do iminente apocalipse no resort de Banoi, e, sendo assim, deixaram malas e objetos para trás. É com eles que você construirá sua própria sobrevivência, montando equipamentos e cumprindo objetivos.

Parece mais legal falado do que jogado. Em Dead Island, o jogador vira um garoto de recados, cumprindo uma série de missões irrelevantes em seu caminho para tentar fugir. Aparentemente, você é o único indivíduo capaz de fazer algo para que todos sigam em frente, por isso, deve perder tempo coletando gasolina para acabar com o mau cheiro dos zumbis em decomposição, por exemplo, em vez de seguir em frente em busca da salvação.

O mais interessante, então, acaba sendo Dead Island Retro Revenge, um título com inspiração 8-bits e cheio de ação, mas que se daria bem melhor no celular.

Não completar missões secundárias sempre é uma opção, mas com isso, perde-se muito da evolução do personagem, pois mais adiante, teremos inimigos mais poderosos. A árvore de habilidades, bem como a exploração, são essenciais para seguir em frente, mas tais elementos não são bem construídos, tornando Dead Island uma experiência repetitiva, na qual correr para que tudo acabe logo pode não ser a melhor opção.

E se Dead Island é um jogo chato, Riptide é injogável. Claramente feita às pressas, essa sequência com mais cara de expansão adiciona um novo personagem, mecânicas inéditas e uma história mais profunda, que até se mostra promissora no começo, mas logo cai na mediocridade de um desenvolvimento corrido e preguiçoso. Em vez de resolver os problemas do primeiro, a continuação não apenas os repete, como também cria novos.

Dead Island

E como nesta remasterização estamos falando de forma mais específica sobre os gráficos, aqui eles aparecem ainda mais feios, com as falhas, bugs nas texturas e problemas ficando ainda mais perceptíveis. Os efeitos legais de iluminação até aparecem, mas em meio a problemas visuais e um cenário simplesmente feio, com gráficos bem aquém da versão anterior e do que é esperado de um game da geração passada, remasterizado. Você tem que gostar muito de Dead Island para curtir esse relançamento.

O mais interessante, então, acaba sendo Dead Island Retro Revenge, um título com inspiração 8-bits e cheio de ação. Com um tom de humor e gráficos cartunescos, o game se daria bem melhor no celular do que no console, mas ainda assim, deve representar bons momentos de diversão.

A dica? Compre Retro Revenge separadamente, caso ele esteja disponível na sua plataforma de escolha. No restante, Dead Island Definitive Edition apresenta bem pouco valor, mesmo que você nunca tenha jogado nenhum título da franquia. A ideia de levar três jogos pelo preço de um pode até parecer uma vantagem, mas acaba não se confirmando como tal. Prefira o mais recente Dying Light, ou então, pagar barato nas versões para a geração passada.

O jogo foi testado no PlayStation 4, em cópia cedida pela Deep Silver.