Eu sempre começo as notícias sobre esse assunto da mesma maneira e, agora, tenho mais um motivo para continuar fazendo isso. John Romero, o lendário designer por trás de grandes nomes do FPS como Doom e Wolfenstein 3D, afirmou que não acredita que a realidade virtual, como é mostrada hoje, será o grande futuro da tecnologia de jogos.

Segundo ele, falando ao GamesIndustry International, a trabalheira envolvida deve ser o principal responsável por não levar dispositivos como o Oculus Rift e Project Morpheus adiante. Ele compara a situação com a jogatina com teclado e mouse. “Repare como [um jogador nessas condições] se move muito pouco”, explica ele, afirmando que as desenvolvedoras precisam garantir que o usuário não tenha que fazer muito esforço na hora de experimentar os titulos, senão, acabará deixando as propostas de lado.

E ele, mais do que ningué, sabe como isso funciona. Como um dos grandes nomes por trás de alguns dos principais jogos de tiro dos anos 90, ele viu a mistura dos antigos trambolhos de realidade virtual com esse gênero. E como eles, rapidamente, se transformaram em meras brincadeirinhas de shopping e nunca chegaram à casa das pessoas, até desaparecerem na obscuridade.

Romero admite que a tecnologia de hoje não é a mesma de dez anos atrás, mas aind assim, ela pode passar por problemas semelhantes. Ele também cita a questão da base instalada, já que precisam existir jogos compatíveis que justifiquem a compra de um acessório de custo elevado. Para ele, a única maneira do Rift, por exemplo, se tornar popular é se ele acompanhar obrigatoriamente os computadores, o que é impossível devido à fragmentação desse mercado.

Por fim, o designer citou ainda o aspecto “anti-social” da plataforma, lembrando declarações de Strauss Zelnick, CEO da Take-Two. Na opinião dele, a realidade virtual está dando um passo atrás da onda social e multiplayer dos jogos de hoje, monopolizando a jogatina em vez de compartilhá-la. Ele se diz empolgado com os desenvolvimentos da tecnologia, mas que com tudo isso, não vê ela se tornando uma maneira comum de se jogar.

A realidade virtual tem estado no centro das atenções já há algum tempo, com a empolgação de muitos games pelo Rift e a polêmica compra da empresa que o produz pelo Facebook. Apesar disso, os primeiros acessórios do tipo ainda levarão algum tempo para chegar ao mercado e, aí sim, saberemos se tudo vai funcionar ou não.

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