Digimon Heroes

por Caio Vicentini

Digimons digitais, mas não tão campeões

Digimon Heroes é a nova empreitada da Bandai Namco com os monstros digitais, só que dessa vez, em um jogo Free To Play baseado em combate entre os bichinhos através de cartas. Ainda que seja um game que pegue no âmago da nostalgia dos fãs, seu sistema de combate pouco aprofundado acaba tornando a experiência repetitiva e monótona.

Logo ao iniciar, somos jogados no primeiro combate contra Digimons inimigos. Tantos os monstros adversários quanto os seus são categorizados em 5 “classes”, e é a partir delas que são traçadas as fraquezas e vantagens de cada um. Personagens da classe Dragão, por exemplo, são super eficientes sobre os de Natureza, mas são mais vulneráveis diante daqueles de classe Cavaleiro.

Digimon Heroes

Cada ataque é efetuado com uma combinação de três cartas iguais, correspondendo à classe dos personagens que irão atacar. A ideia é escolher as combinações de forma que você possa fazer várias delas de uma só vez, pois os ataques vão ficando mais fortes conforme o combo aumenta.

Ainda que seja um game que pegue no âmago da nostalgia dos fãs, seu sistema de combate pouco aprofundado acaba tornando a experiência repetitiva e monótona.

Essa mecânica funciona muito bem nas primeiras partidas e você tem a sensação de que é necessário uma estratégia para derrotar inimigos mais fortes, ao invés de simplesmente ficar clicando em cartas iguais na tela. Entretanto, conforme se avança nas fases percebe-se que a ideia não foi tão aprofundada como poderia, tornando o título monótono quando se domina essa mecânica e sua equipe fica mais forte.

O jogo é visualmente agradável, com ilustrações bem feitas da enorme quantidade de Digimons possíveis de serem adicionados à equipe. Com personagens dos primeiros desenhos como Greymon e Gabumon, até mais recentes como Shoutmon, é um jogo para agradar fãs de todas as eras. Outra surpresa agradável é a trilha sonora que embala os combates, me fazendo colocar os fones de ouvido para escutá-la, ao invés de simplesmente deixar o jogo no mudo.

Digimon Heroes

Como vários títulos free-to-play, o jogo impõe algumas restrições, para inserir as microtransações para aqueles que não gostam de esperar ou repetir a mesma ação inúmeras vezes. Nas muitas horas que joguei, não senti uma imposição agressiva como em alguns outros jogos que usam desse mesmo modelo, seguindo de maneira justa, se levar em conta que muito dos recursos conseguem ser obtidos apenas jogando.

Digimon Heroes traz ideia interessantes para a mesa, mas não sabe aprofundá-las. Apesar do seu sistema monetário ser mais justo que de muitos outros no mercado, não é um título que consegue prender o jogador depois que ele se enjoar com os combates repetitivos.

O game foi analisado em versão Android.