Quando decidi comprar o então recém-lançado Playstation VR, muitas coisas passaram pela minha cabeça. Coisas como 32x, Sega CD, 64DD, toda sorte de add-ons mal sucedidos. Mas diferente destes, o PS VR era algo que eu já tinha testado e meu feeling dizia, ainda diz, que isso vai longe.

Passado algum tempo, depois de ter experienciado alguns títulos como Everton Valorize, Batman Arkham VR, Rigs, Driveclub VR,  e,  claro, Resident Evil 7, confesso que deixei o aparelho meio de lado. Quando alguém me indagava, “e o VR, tá jogando?”, respondia com um sorriso amarelo: “É, to esperando sair mais jogos”.

Então,  um dia, assistindo Metal Jesus Rocks, um canal que dedica boa parte do seu conteúdo às joias perdidas dos consoles, me dei conta que eu estava fazendo tudo errado. Estava sentado esperando que um grande lançamento simplesmente despencasse na minha cabeça. Nós sabemos como as grandes produtoras são conservadoras e raramente arriscam, vide o número de franquias que se arrastam nas duas últimas gerações, mas que são “certeza” de retorno financeiro. O negocio então é partir para as pequenas e corajosas, que se arriscam ou talvez não tenham nada a perder. Desarmado dos meus preconceitos em relação a distribuição digital e o mercado indie, sai em busca de títulos. Aqui, vou falar sobre dois deles.

Vamos começar por VR Invaders. E se de cara vc associou o nome ao clássico Space Invaders, você é velho. Brincadeira, você esta corretíssimo.

A referência fica óbvia não apenas no nome, poucos minutos jogando e você pensa: “eu já fiz isso”. Naves entram no seu raio de visão, em fila, dando piruetas e atirando. Munido de uma arma e um escudo, você deve eliminá-las evitando os tiros, seja com o escudo ou mesmo atirando neles. O jogo segue assimilando conceitos vindos dos Shoot ‘em up, como os padrões de ataque, chefes e os power ups que conferem a você armas diferentes, com tiros variados, energia e invencibilidade temporária.

O game não chega a ser um bullet hell, mas em diversos momentos você se verá cercado de inimigos por todos os lados, sendo fundamental se guiar pelo som para saber de que lado vêm os tiros e os oponentes. Nesse momento, devemos usar a função secundária do escudo -, segurando o gatilho, ativamos uma especie de Bullet Time, que deixa os adversários e tiros em câmera lenta, facilitando assim elimina-los.

Tudo isso se estende por oito capítulos, cada um mais difícil que o outro. Existe um enredo que é apresentado entre os episódios e durante o gameplay, com o protagonista falando mais do que o necessário. Isso é tão perceptível que existe até uma função para desabilitar a história do jogo. O foco é realmente no estilo arcade, para ver quem faz mais pontos.

VR Invaders é,  sem dúvida, uma excelente transcrição do gênero Shoot ‘em up para realidade virtual. Foi lançado em 18 de abril de 2017 e está disponível para Playstation VR, HTC Vive e Oculus Rift, custando honestos U$ 17,99.

Continuando com as descobertas, lhes trago Mortal Blitz. Um FPS Sci-Fi, futurista, com uma mecânica que está mais para Time Crisis do que para Doom. Se VR Invaders funciona como uma transcrição de um gênero para Realidade Virtual, Mortal Blitz não fica atrás.

Aliás, está inclusive em sua descrição na PS Store que ele aplica a experiência dos jogos arcade de tiro ao mundo do VR. A partir dessa premissa, você vai encarnar Yuhei, um soldado de elite das forças governamentais lutando para impedir os planos de uma organização maligna.
É, muito original, não?

Bem, novamente, o que vigora aqui é o espirito arcade. Fazer mais pontos, ter uma boa mira, foco no desempenho.
A jogatina se dá da seguinte maneira, cada um dos Moves corresponde a uma das mãos do personagem. Com elas, somos capazes de usar uma espécie de “Força”, tipo Star Wars mesmo. Com isso podemos acionar switches, pegar e arremessar objetos, armamentos e personagens.

Agarrar personagens tem grande importância no jogo, pois atirando nos inimigos, eles podem morrer ou então ficar tontos, mais ou menos como no novo Doom, aguardando uma finalização. Nesse momento, você deve levantar o oponente com seus poderes e fuzilá-lo o mais rápido possível, assim liberando itens, power ups, energia e também conseguindo pontuação.

A movimentação não é livre como em Doom e também não animada como em Time Crisis, assim que eliminamos uma horda de inimigos, um ponto iluminado surge mais a frente. Você deve mirar nesse ponto e pressionar o controle para ser teletransportado para lá.

O jogador sempre será levado para um local com barreiras que podem ser utilizadas para se esconder das investidas inimigas, agachando ou apenas se inclinando para os lados, cumprindo assim a função do pedal das maquinas de Time Crisis.

Inicialmente,  o jogo disponibiliza cinco missões curtas, podendo variar somente o nível de dificuldade. Concluindo-as, recebemos uma mensagem que em breve mais estarão disponíveis, desde que paguemos por elas, é claro.

Mortal Blitz foi lançado em 4 de abril de 2017 por U$ 19,99, e, por enquanto é exclusivo do Playstation VR.

A biblioteca de jogos do Playstation VR vem crescendo, entre jogos e experiencias laçados, já são mais de 100 títulos, lógico que não é o mesmo ritmo do Playstation 4, mas o número de lançamentos previstos vem crescendo. Existem,  inclusive,  rumores de um jogo produzido pelo Santa Monica Studio, que pode dar as caras na E3 2017. O negocio é aguardar os títulos grandes, mas jogando os menores.

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