Na linha do tempo de lançamentos da série Star Fox, o último jogo lançado foi Star Fox 64 3D, para Nintendo 3DS em meados de 2011. Todavia, se considerarmos o lançamento de um jogo realmente bom da franquia, o último então nos foi entregue lá em 1997, no Nintendo 64.

Não encare essa afirmação de uma fã que parece hater de todos os jogos posteriores pós Star Fox 64. Apesar de parecer que eu odiei e/ou que desconsidero Star Fox Assault (de Nintendo Game Cube, lançado em 2005) e Star Fox Command (de Nintendo DS, lançado em 2006); pois eu os joguei como se não houvesse amanhã e tenho um carinho especial por estes dois títulos. Todavia, ao assumirem o posto de continuação, eles se posicionam longe de serem realmente bons.

Então, totalizando 4 anos sem um jogo novo da saga dos animais mercenários interplanetários e tendo no meio deste processo um jogo cancelado (que seria lançado para Wii), eis que durante a E3 deste ano a Nintendo manteve todo o foco, a alegria e o brilho de sua apresentação para um novo título da série, com lançamento previsto ainda para este ano no WiiU e batizado simplesmente de “Star Fox Zero”.

Star Fox Nintendo

Apesar de ser previamente gravado, o Nintendo Direct começou com os três cabeças da empresa (Satoru Iwata, Reggie Fils-Aimé e Shigeru Miyamoto) se preparando para o show de uma maneira atípica: como fantoches ao melhor estilo Muppets. Tirando sorrisos das crianças que habitam cada um de nós, os três homens aos poucos se transformaram em animais – uma raposa, um coelho e um falcão – vestidos para a ação e prontos para uma nova aventura. E desta forma tão despretensiosa, conseguiram não apenas homenagear a série, como também apresentar o novo título.

Durante os gameplays divulgados na feira é possível ver diversas novidades, como o fato de que o time Star Fox está completo de novo, com Peppy voltando a pilotar uma aeronave ao lado de seus companheiros. Aliás, não apenas ele, como Pigma também está de volta… Mas só o tempo irá nos dizer se ele está novamente ao lado do vilão do Andross, ou se ainda faz parte do time de arquiinimigos, Star Wolf.

Além do retorno destes personagens; há ainda a inclusão de novos meios de transportes e, claro, algumas alterações na jogabilidade. Com o uso do GamePad do WiiU e as novas funções que foram agregados a Star Fox Zero por conta disso, a Nintendo conseguiu se justificar pela demora em apresentar um novo título da série, em vista de que a empresa sempre visa primeiro criar um novo e diferente atrativo na jogabilidade, utilizando-se do acessório que o console dispõe.

Quem explica isso em detalhes é o próprio Miyamoto, em um vídeo gravado em meio ao Fushimi Inari, um templo antigo do Japão. O lugar escolhido por ele para isto não foi sem motivo aparente, afinal, ele próprio revela que o design de fases dos jogos da série Star Fox teve boas doses de inspirações vindas da arquitetura de templos antigos, onde as pessoas caminham bem abaixo de arcos enormes.

O diretor comenta ainda que a principal inspiração para a criação da franquia veio do seriado “Thunderbirds” e que o design de Fox nasceu a partir da afinidade de Miyamoto em desenhar animais e humanóides desde criança. Por fim, ele ainda explica que o GamePad do WiiU terá um papel fundamental durante as jogatinas deste novo título, mostrando a visão do cockpit do meio de transporte que o jogador irá controlar, para dar a imersão necessária e fazê-lo sentir-se como se, de fato, estivesse pilotando uma aeronave, ou um tanque, ou até mesmo um helicóptero.

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Por falar em diferentes veículos… Como já havia sido citado, existem novos meios em Star Fox Zero, além de novas funcionalidades para os já conhecidos. A espaçonave padrão dos jogos, a Arwing, por exemplo, agora poderá se transformar em um Walker. Esta nova função irá permitir a nave se transforme em uma espécie de robô (ou mecha, se preferir), que poderá andar, desviar, rolar e principalmente atirar, mas no chão. O principal atrativo desta nova função é que Fox agora não precisará se expor, saindo do veículo dele para atirar quando for necessário – ou como o Miyamoto explicou, quando se quiser acessar áreas que a Arwing não pode, ou ainda, quando o jogador quiser explorar a área com uma visão diferente, mais próxima.

O Walker era uma função que estrearia no famigerado Star Fox 2, jogo que foi cancelado mesmo estando pronto e, portanto, tornou-se uma lenda na comunidade de videogames. Resta saber se a equipe de desenvolvimento desta vez saberá dosar o período de tempo que o jogador utilizará esta atração, para que não se torne algo massivamente chato como aconteceu em Star Fox Assault, em que 80% do jogo acabou se passando em terra, tornando o título um atípico shooter em terceira pessoa – com a diferença que Fox não possuía nenhuma proteção, e aqui, ele estará dentro da Arwing transformada.  starfox-zero-screengrab-0012-1500x844

Há ainda o Landmaster, o tanque de guerra clássico da franquia, que também ganhou novas features, desta vez possibilitando que o jogador realmente consiga planar com o veículo, graças aos jatos que foram acoplados à base do transporte de guerra. E por último há o Gyrowing, um helicóptero cujo propósito ainda não foi muito bem esclarecido. Com todos estes veículos, fica a dúvida se teremos ainda o retorno do Blue-Marine, o submarino do time de mercenários.

E se a dúvida referente ao transporte aquático permanece, pelo menos já é certo que Star Fox Zero não terá multiplayer online. Segundo o próprio Miyamoto em entrevista ainda durante a E3, a equipe de desenvolvimento está se focando na experiência single-player do jogador, e principalmente, em fazer o game rodar a 60 frames por segundo. Talvez no futuro, seja possível termos um Star Fox online, mas não no momento.

Para fechar, ainda durante o vídeo da história de desenvolvimento, Miyamoto comenta ainda que Star Fox Zero não é um remake, tampouco uma continuação. O kanji que é mostrado no logo do título representa todo o simbolismo da cultura japonesa que inspirou o diretor a criar a série, e apenas p

or isso ele queria compartilhar o quão legal é este caractere com os fãs. Lembrando que 零 também pode significar “nada”, ou seja, a nulidade (ou totalidade ou infinidade) do número zero em si.

Com todas estas reformulações e idéias reconstruídas, este novo título tem tudo para ser novamente um game change dentro da própria franquia. Aliás, se realmente tiverem aprendido a lição com os últimos jogos da série e desta vez souberem dosar bem a utilização de cada novo artifício apresentado, Star Fox Zero tem tudo para renovar o gênero de shoot em’ ups. Prepare to take off!

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