Na última semana, mais precisamente no dia 30 de março de 2017, estreou nos cinemas o filme “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”. Por trás desse nome tosco está a adaptação hollywoodiana do cultuado anime “Ghost in the Shell”, de 1995 – que na época também recebeu um nome tosco aqui no Brasil, “O Fantasma do Futuro”.

Deixando os títulos toscos de lado, eu poderia discorrer facilmente linhas e mais linhas sobre a importância desse longa de animação, como ele contribuiu para o gênero cyberpunk e influenciou inúmeras obras, mas isso aqui ainda é uma coluna de games clássicos e é por isso que estamos aqui.

No Japão, normalmente, as obras que se iniciam nos mangás, quando bem-sucedidas, seguem para os animes e, se têm sucesso novamente, ganhem especiais, filmes, games e por fim, são mutilados e enlatados nos Estados Unidos da América. Mas voltemos um passo atrás: vamos falar as incursões da Section 9 nos games.

Começando por Ghost in The Shell de 1997, lançado para o PlayStation, fruto de uma parceria entre a Exact e a Production I.G, responsável pelas cenas de animação do game e distribuído pela THQ. Inspirado mais nos mangás do que na animação de 1995, neste jogo você assume o controle de um tanque chamado Fuchikoma, um veículo quadrúpede com um condutor, que apesar de ser um dispositivo bélico pilotável, possui uma inteligência artificial, que apresenta traços de personalidade, inclusive sinais de emoções.

Não sei vocês, mas sempre que lembro desse jogo me vem à mente aquela abertura fantástica, com uma trilha eletrônica também fantástica e bem… japonesice de fazer corar qualquer adolescente pego jogando o game.

A jogabilidade transita entre primeira e terceira pessoa, e além das esperadas habilidades de um tanque, Fuchikoma ainda tem a capacidade de transitar pelas paredes e pelo teto usando filamentos, reforçando a ideia de ser uma aranha, o que confere um dinamismo interessante ao gênero FPS. Confiram abaixo a abertura “japonesíssima” do game:

Saltando no tempo, vamos direto para o ano de 2004, quando o PlayStation 2 recebeu Ghost In The Shell: Stand Alone Complex, dessa vez baseado totalmente na série animada, Stand Alone Complex, o jogo nos coloca no controle não apenas da Major, como também de Batou.

Aqui a jogatina rola em terceira pessoa, mesclando tiro e ataques corpo-a-corpo e alguns puzzles leves, distribuídos em 12 missões. Enquanto a Major é mais acrobática e rápida, Batou é mais forte, pesado e tem um arsenal com um calibre muito maior. Graficamente, o jogo é bonito, levando em conta a época, claro.

Apesar de curto e pouco inovador, ainda é um bom jogo, principalmente para os fãs da série. Destaco aqui a batalha final contra um spider tank meio comunista que, além de mísseis, dispara frases anticapitalismo.

Um ano depois, em 2005 chegou a vez do PSP receber sua dose de Ghost in the Shell. Apesar de ter exatamente o mesmo título, Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, esse jogo é totalmente diferente da versão de PlayStation 2. Aqui retornamos ao gênero FPS, agora com Tachikoma, outro mini tank aranha, como nosso companheiro.

Infelizmente, a experiência de jogo aqui é muito fraca, alguns dizem que é devido a ausência de um segundo analógico no PSP, apesar de que isso não impediu o portátil de ter excelentes FPSs como Medal Of Honor Heroes 1 e 2, Call of Duty: Roads to Victory e Coded Arms 1 e 2.

O que torna o jogo ruim é a falta dos aspectos das personagens; Tachikoma é totalmente dispensável e a Major se movimenta vagarosamente e não usa nenhuma de suas habilidades, apenas atira. Tudo isso somado a uma A.I. para lá de capenga resultou num jogo de tiro genérico e muito abaixo da média.

A mais recente empreitada da Section 9 nos games se deu em Ghost in the Shell: Stand Alone Complex – First Assault Online, um MMO FPS Free to Play, lançado em 2016. O game explora bem o universo da criação de Shirow Masamune, incluindo até um pequeno modo história.

O jogo segue a receita tradicional do estilo. Tem PVP, PvE, Deathmatch, Team Deathmatch, Conquest e muitas compras in game. A parte mais legal é a variedade de personagens/classes e os upgrades e habilidades que cada um deles tem.

Com gráficos medianos, cenários um pouco repetitivos e poucas variação nos modos de jogos, First Assault Online tem poucas chances contra gigantes como OverWatch, mas agrada aos fãs da série.

Ghost in The Shell não teve muita sorte nas suas adaptações para os games. Parece extremamente difícil produzir algo à altura do mangá e, principalmente, do longa animado de 1995. Quem assistiu à adaptação hollywoodiana pode comprovar isso. Ou talvez nós superestimamos demais a obra, quem sabe?

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