Ainda na onda da Geek City 2017, assim como com Wendel Bezerra, também tivemos a oportunidade de fazer uma breve entrevista com Ricardo Jurarez. Além de dublador e narrador, ele também é um viciado em vídeo game, dando voz para ninguém menos que Kratos, de God of War; Zenyata de Overwatch; Draven de League of Legends, e muitos outros.

Ricardo Juarez começou com as dublagens no início dos anos 90, mas foi dando voz para Johnny Bravo que ganhou espaço. Além do loiro bombadão, ele também dublou personagens como Melman, de “Madagascar”; Edu, do desenho “Du, Dudu e Edu”; e Barney, de “Os Simpsons”. Ele tem seu próprio canal no YouTube, onde fala um pouco sobre dublagem, seus personagens favoritos e um pouco sobre seu hobbie de colecionar de action figures.

Geek City

Durante um painel onde falava sobre o mundo da dublagem ao lado de Wendel Bezerra, algo bem interessante aconteceu. O amigo e dublador de Goku recebeu uma ligação misteriosa relacionada a um papel de Juarez em um grande game. Eles, claro, não puderam falar sobre isso devido a cláusulas contratuais, mas a situação fez todo mundo pensar que o assunto da chamada era nada menos do que o novo God of War

NGP: Você é um gamer assumido, inclusive, vi sua coleção invejável. Qual é o seu jogo favorito?

Ricardo Juarez: Ah, sou muito suspeito para falar, mas gosto muito de Overwatch, na verdade, é o jogo do momento. Jogo muito Battlefield 1, de vez em FIFA – não que eu seja bom, mas tento [risos]. Também curto Star Wars: Battlefront, esse eu não dublei. Gosto tanto de jogo de tiro quanto jogos de esporte. Games de corrida e basquete, por exemplo, não são muito minha praia. Até tentei um Need For Speed, mas não foi.

Sou gamer desde criança, com oito ou nove anos de idade, hoje tenho 46. A única coisa que rezo é para, quando eu for velhinho, não ter artrite ou alguma coisa nas mãos que me atrapalhe de jogar. Seria frustrante! É como um maestro não poder tocar um piano. Sou completamente apaixonado por jogos. Esse mercado traz algo que nem um outro tipo de entretenimento traz: você pode ser um super herói, um jogador famoso no Barcelona, em um outro momento pode estar no outro lado da galáxia combatendo uma raça alienígena, na Segunda Guerra Mundial lutando contra nazistas. Você se transporta de uma forma mágica!

Uma coisa que eu gosto muito no PlayStation 4 é conversar e interagir com as pessoas. Já faço isso pelo Facebook, mas gosto de jogar junto com elas. Minha PSN é pública, por causa disso algumas pessoas me chamam de maluco [risos], mas ainda tem algumas vagas. Mas gosto de jogar e conversar com as pessoas. Até fiz algumas amizades por lá.

NGP: Quer divulgar sua PSN para o pessoal, então?

RJ: É r01juarez.

Ricardo Juarez ao lado de Wendel Bezerra (de branco), durante o painel no Geek City 2017.

NGP: Como foi o teste para o papel de Kratos? E qual é a sensação de ser o primeiro dublador brasileiro de um dos personagens mais marcantes dos games?

RJ: Eu já conhecia, até porque joguei. E quando chegou, o  teste foi muito exigido, um dos mais difíceis que já fiz. Assim que recebi a notícia de que ganhei o papel, fiquei meio em choque, sem acreditar que era verdade. Ainda era o Ascension, então ainda era suave [a voz do Kratos], quando digo suave é “assim desse jeito” [imitando a voz do personagem]. Agora, de um tempo para cá, muito antes de anunciarem God of War 4, fiz alguns exercícios de fono para adaptar minha voz para ser mais pesada. Isso antes do jogo ser anunciado! Tanto que, hoje em dia, estou dublando atores que eu não conseguia, de 58 a 65 anos. Estão me passando esses papeis por causa dessa técnica de deixar minha voz mais envelhecida.

NGP: Alguma chance de dublar o novo God of War?

RJ: Estou aguardando né? Quero fazer! A gente fica na expectativa, esperando para ver o que vai acontecer. Porque, na verdade, a gente nunca sabe, mas o que eu falo é o seguinte: o importante é que seja bem feito. Se, por um acaso, eu não fizer uma continuação, quem fizer que faça bem. Porque eu vou jogar, independente de qualquer coisa.

Veja bem, o Johnny Bravo, Kratos, todos os personagens que fiz. Em algum momento da minha carreira vou me aposentar, mas os personagens são eternos. Os desenhos e games são para sempre. Daqui 10, 20 anos, vou parar de fazer essas vozes e outra pessoa vai fazer. Eu só quero que ela faça com carinho e bem feito, para quando eu chegar em casa, comentar que gostei. Aí posso passar a chuteira, vou me aposentar no futuro, mas isso tem tempo, alguns anos. [risos]

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