Não joguei este indie, que ficou famoso por ser brasileiro e ter um valor nostálgico muito forte, na época de seu lançamento, por isso, deixei o hype esfriar para não ser influenciado. E ao jogar agora, mesmo mais de três anos depois do lançamento, acabei tendo uma visão diferente sobre Oniken, a obra-prima do estúdio JoyMasher, e ela é mais desestimulante do que revigorante.

Por aqui, nada de falácias de autoridade e lorotas infundadas sobre inveja ou até “síndrome de vira-lata do brasileiro”, se é isso que você espera, fico feliz em desapontar. Vou explicar os fatores que deveriam ser ditos na época do lançamento, e que fazem o game se tornar massante e repetitivo, principalmente para quem jogou vários jogos da geração 8 bits e percebe todas as referências contidas neste game-homenagem.

 

Antes, quero falar das influências explícitas que definem completamente o jogo como um amálgama de outros da era NES, que se uniram e formaram Oniken. O ninja Zaku é Guts, de Berserker, com a roupa de Kenshiro, de Hokuto no Ken, em um mundo pós-apocalíptico estilo Contra em gráficos parecidos com G.I. Joe, com ação e cutScenes de Ninja Gaiden. Algumas situações ainda lembram Rockman X, como o helicóptero que se enfrenta e, quando destruído, cai sobre uma ponte e a destrói, tendo um item embaixo; ou a fase da moto aquática que atira chefes enfrentados dentro de câmaras que se fecham após a passagem do personagem, que não lembra um ninja em nada, principalmente ao jogar granadas e agir como um Rambo com uma espada Bastarda.

Eu quero deixar claro que não acho Oniken um jogo ruim, muito longe disso, só percebo e aponto os fatores que fazem dele uma caricatura do mercado indie, que simplesmente recria os games do passado em uma tela de alta definição, sem usar dos recursos de imagem e engine que fazem muitos outros não serem um jogo de NES atrasado 25 anos em seu lançamento. Sei como desenhar os sprites é trabalhoso, e, aqui, eles estão muito bons, a trilha sonora é empolgante e a programação é boa. Não ótima, pois, pelo menos comigo, os comandos apertados juntos não respondiam bem e sempre havia um delay após cada input, fazendo as lutas contra chefes específicos serem meio demoradas.

Vale lembrar ainda que Chroma Squad também é brasileiro, tem visual retrô e referencia os seriados japoneses, mas de uma forma original, como um estúdio de TV, e com jogabilidade de estratégia por turnos totalmente diferente de qualquer outro. O título anterior dos criadores já tinha esse estilo, mas focado na personificação de uma mesa de RPG. Genial hein?

Não se a execução for clichê, o que não ocorreu com Knights of Pen & Paper. A questão é que, na minha opinião pessoal, usar todo o potencial da equipe e criar algo novo e marcante é mais proveitoso

O estúdio JoyMasher insistiu e criou uma evolução de Oniken: Odallus – The Dark Call, mais parecido ainda com o mangá Berserker, mas com mais habilidades que Zaku, pois o personagem tem outras armas, armaduras e habilidades. Este review de Oniken é um alerta para dizer que o jogo é indicado por ser bom, mas não se decepcionem com excesso de expectativas, ou de tentativas, pois o jogo não é fácil, assim como na era 8 bits.

Oniken está disponível para PC (com versões Mac e Linux) e iOS, tendo sido lançado em junho de 2012.

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