A BGS 2017 esteve repleta de indies nacionais e, como sempre, alguns se destacam pela sua beleza. O visual é muito importante para um game e a aparência é sempre o primeiro fator de atração junto às pessoas. Bons gráficos não faltarão em White Lie, que junta puzzle e narrativa profunda numa história aparentemente infantil, mas que esconde um drama psicológico em sua semiótica, a nova tendência dos jogos independentes.

O título conta a história do coelhinho de pelúcia Greg, que sai em busca de sua dona, que se encontra desaparecida por algum motivo secreto. Seu inseparável amigo foi deixado para trás e, depois de se remoer de saudades, decide ir atrás de pistas para encontrá-la, através das memórias que construíram juntos. É assim que o jogador vai adentrar nestas aventuras e interagir para seguir na história.

A demo que jogamos é a mesma disponibilizada na BGS e na campanha do Catarse. Apesar de ser extremamente curta, já dá pra ter um gostinho do que virá a seguir.

O jogo começa na janela da casa de Emma, dona de Greg, que revela um ponto de partida para a jornada: o balanço no jardim, onde ambos passavam horas atrás de fantasmas. Cada ação leva a outras memórias e é papel do jogador intuir os fatores que poderão despertar nostalgia no coelhinho, e assim, despertar mais lembranças adormecidas. Desde o início a interação na narrativa é obrigatória, e para descobrir o gatilho da próxima ação, é preciso atenção do jogador ao cenário e às falas de Greg.

Em seguida vem a aventura dentro do livro infantil sobre a cama e aí entramos na discussão que o jogo aborda e virou tendência mundial. O Brasil tem os melhores exemplos nesse quesito, quando o assunto é depressão e reinterpretação de fatores sociais e culturais.

Para ambientar a narrativa e manter o clima de tristeza, temos maravilhosos gráficos com aparência de conto infantil, em tons sépia, e vários estilos gráficos como o de giz de cera, nas ilustrações do livro, recorte, na aventura dentro dele, e pintura na ambientação geral. Todos são gerados com alta qualidade e esmero, que somados à trilha sonora, mergulham o jogador na triste situação do coelhinho Greg e até do Dragão incompreendido pelos humanos.

A parte de jogabilidade é bem simples e não haverão inimigos ou ameaças para atrapalhar seu caminho. Nem mesmo morrer é possível e cada ato errado resulta em ter que refazer tudo, então, atenção total ao ambiente.

White Lie é, resumidamente, uma história interativa em que o jogador precisa descobrir como seguir em frente, mas de um modo bem simplista e não tão sofisticado e cruel como Valiant Hearts, da Ubisoft. Mas, nem por isso, deixa de ser cativante. Se você procura uma historinha curiosa para se divertir ou se, de repente, sentiu saudades do seu bichinho de pelúcia perdido na infância, pegue alguns lenços e dê uma conferida na obra-prima do Ambize Studio.

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