J-Stars Victory Vs+

por Jessica Pinheiro

Uma constelação que pouco entretém

Anteriormente lançado exclusivamente no Japão, “J-Stars Victory Vs” era um game do gênero luta para PlayStation 3 e Playstation Vita. Cerca de um ano depois, porém, o mesmo jogo foi relançado no Ocidente para as duas plataformas anteriormente citadas e também para PlayStation 4, ganhando o “+” no título e trazendo também conteúdo extra, além de uma gratificante melhoria gráfica (no console da nova geração).

Em “J-Stars Victory Vs+”, a gama de personagens que o jogador pode escolher para duelar é imensa. São tantas estrelas reunidas em um só título que realmente dá pra formar uma constelação!

O grande atrativo do game é, sem dúvidas, a grande reunião de personagens de animes e mangás, cujas obras foram originalmente lançadas na revista japonesa Shonen Jump. Isto explica a ausência de outras figuras famosas que os fãs da animação e/ou de publicações japonesas adoram. Todavia, se serve de consolo, não é a primeira vez que isto ocorre. Já foram desenvolvidos anteriormente outros títulos que reúnem apenas as maiores estrelas de ficções da Shonen Jump.

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Personagem pra dar e vender

De toda forma, em “J-Stars Victory Vs+”, a gama de personagens que o jogador pode escolher para duelar é imensa. São tantas estrelas reunidas em um só título que realmente dá pra formar uma constelação! Entre os mais de 50 lutadores advindos de mais de 30 séries publicadas na revista – e estes números já incluem aqueles que apenas servem de suporte durante a jogatina – estão figuras famosas e adoradas, dentre os quais podemos encontrar Son Goku de Dragon Ball, Naruto (da obra de nome homônimo), Seiya de Pégaso de Cavaleiros de Zodíaco, Yusuke Urameshi de Yu Yu Hakusho, Ichigo Kurosaki da série Bleach, Kenshin Himura de Samurai X e Monkey D. Luffy de One Piece. E eles não são nem um terço do elenco inteiro!

Ainda falando nas personalidades que são os carros-chefes deste game; todos os personagens que foram incluídos possuem suas devidas falas e seu especifico papel no mesmo. Inclusive, há um detalhe extremamente interessante nisso tudo, pois cada uma das figuras possui o seu próprio jeito de falar, e os quadros onde são mostrados os diálogos são personalizados de acordo com a obra que cada um deles vem.

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Tudo personalizado

Para cada nova aparição de personagem ou algum momento especial envolvendo especificamente alguém; há ainda uma música exclusiva que toca ao fundo, podendo ser esta o tema de abertura da animação, o tema do personagem em questão ou algum tema importante e icônico, que certamente os fãs da determinada obra irão reconhecer.

O trabalho de tradução e adaptação dos diálogos também está primoroso. E apesar de o áudio original japonês ter sido mantido durante as falas, em meio aos textos é possível evidenciar como cada personagem possui o seu próprio jeito de se comunicar, como já comentado anteriormente. Durante as cutscenes (estáticas infelizmente, voltadas apenas para estes momentos de interação), é possível perceber que as nuances e trejeitos das personalidades foram mantidos, mesmo isto ocorrendo apenas em textos. Ponto mais do que positivo para a equipe de localização do game!

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Repetitivo e pouco empolgante

Embora existam inúmeros modos para os jogadores se divertirem e brincarem – e também desbloquearem os personagens, o relançamento trouxe ainda um modo de jogo novo, o Arcade (o que eu não entendi porque cargas d’água isso não existia antes, sendo que o gênero a qual o game foi agregado requer isso, no mínimo…). Há ainda o Modo História com 4 arcos bem dignos de anime/mangá; Modo Online para até 4 jogadores, Modo Multiplayer para ser disputado em 4×4 ou 2×2.

E através de cada um destes, é possível arrecadar pontos e abrir itens na galeria de imagens. Enfim, coisa para fazer é o que não falta… O grande problema é em como tudo isso é executado…

Talvez a frase que melhor defina o problema seja: “não é quantidade que importa, e sim qualidade”.

Depois de algum tempo, há uma grande repetição visual e técnica… A sensação é que você já fez tudo que tinha disponível, mas na verdade não. Isso sem contar os comandos de combate, que a princípio parecem bem confusos. São muitos botões para serem utilizados , o que pode atrapalhar veteranos.

Em contrapartida, os ataques especiais são sempre feitas a partir da mesma seqüência de botões, o que torna o game mais acessível para jogadores de primeira viagem – e, de novo, em paralelo, depois de um tempo torna a experiência cansativa por conta da ausência de variações nos comandos…

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A trama do Modo História definitivamente não é, nem de perto, um grande mérito do título – e isto é comum em jogos do gênero, então até aí tudo bem. Mas por se tratar de uma reunião de estrelas muito bem sucedidas de obras da Shonen Jump, um capricho a mais neste aspecto não faria mal a ninguém.

“Olha ali a constelaçã-ah, péra… Já sumiu! D:”

Apesar de divertir um pouco e conter um sem número de coisas para se fazer, “J-Stars Victory Vs+” pode acabar se tornando apenas mais um na sua estante, isto é, se você não for um fã aficionado de alguma obra publicada na Shonen Jump, e que foi selecionada para integrar o elenco do jogo.

Contudo, se você está procurando algo para tirar uns contras com os amigos ou os parentes que também curtem animações japonesas, ou ainda se quer apenas apertar botões de forma metódica quando durante aqueles períodos que desligar o cérebro é crucial, então este game foi feito para você.

O jogo foi analisado no PlayStation 4 em cópia cedida pela Bandai Namco.