No dia 20 de fevereiro, a Konami passa pelo que, para muita gente, é um teste de fogo – o lançamento de Metal Gear Survive, o primeiro game da franquia pós-Hideo Kojima. O primeiro gostinho sobre o que está por vir foi dado no último fim de semana, quando aconteceram os testes Beta do game e a grande surpresa é que ele, na verdade, não é tão ruim quanto parecia.

A bem da verdade, eu não faço parte do time que esperava algo abissal. Respeito e aprecio o trabalho de Kojima na franquia Metal Gear e sua importância para a indústria, mas não estive entre os que se apressaram para afirmar que um jogo da série sem o criador não presta desde início. Meu problema, sim, é com spin offs caça-níqueis, feitos sem zelo e de olho apenas em nossas moedinhas. E a grande surpresa, aqui, é que Survive não é apenas isso.

Não vamos entrar na discussão sobre a produção de jogos por arte ou dinheiro, até porque ela nem faz muito sentido – desenvolvedoras e publicadoras, afinal, não são organizações de caridade. Mas ao jogar a Beta, deu para perceber que a ótima jogabilidade de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain caiu muito bem nesse novo ensejo, que traz ares de tower defense e cooperação enquanto os jogadores trabalham juntos para defender um gerador do ataque dos inimigos.

Desta vez, ela aparece com algumas adições, em forma de armas brancas e movimentos de combate corpo a corpo. São novidades bem-vindas em um game que, como o nome já diz, trata de sobrevivência. Com isso, vem a necessidade de economizar recursos, e com a munição escassa, é uma boa dominar o uso de lanças, facões e porretes, guardando as metralhadoras, pistolas e escopetas para os momentos de tensão ou inimigos mais poderosos.

Nessa prévia, já se percebe que Metal Gear Survive será um game complexo, com amplo gerenciamento de recursos. Os mesmos itens são usados para fabricação de munição, barricadas de proteção, ou, então, itens de cura e comida. Fome e sede serão um aspecto a se levar em conta, no que nos leva a outra adição que soa bem interessante, apesar de não lidarmos com ela na Beta.

Entretanto, essa complexidade também aparece em todos os menus, extremamente grandes e cheios de informações. Observá-los pela primeira vez e entender o que está acontecendo é difícil, principalmente sem um tutorial para nos guiar, e a interface não ajuda, com muitas opções e letras miúdas escondidas por trás de ícones não muito claros.

Metal Gear Survive

Escolher o arsenal secundário nos momentos de grande tensão também não é tarefa das mais fáceis. A impressão é que a Konami tentou incluir mais atalhos e configurações do que o controle é capaz de suportar, sendo difícil compreender exatamente como tudo funciona de início. Depois, a coisa fica um pouco mais fácil pelo costume, mas ainda assim, com o bicho pegando, confusões vão acontecer.

O saldo, pelo menos ao longo da curta experiência vista na Beta, é positivo e, no mínimo, serve para mostrar que a Konami fala sério quando diz confiar em seu produto. Metal Gear Survive faz uma aplicação interessante de um dos aspectos mais legais de The Phantom Pain em um conceito totalmente diferente. Não chega a ser um jogo grandioso, mas ao mesmo tempo, não é um caça-níqueis desavergonhado como muitos vêm afirmando.

Mas afinal de contas, Survive é Metal Gear ou não? Essa é uma resposta que deixo para cada fã responder, de acordo com sua visão sobre a franquia. Junto, fica uma sugestão – jogue sem má vontade. Ao insistir em ideias pré-concebidas por causa de uma treta que, inclusive, já chegou ao fim, você pode acabar perdendo o que talvez nem seja uma expansão relevante para a saga, mas apenas um título que faz bom uso das mecânicas estabelecidas e que mantenham vivo o legado deixado por Kojima.

Metal Gear Survive chega em 20 de fevereiro para PC, PlayStation 4 e Xbox One.

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