Em uma campanha de marketing oculto que pode ser vista como desleal por muita gente, a Microsoft ofereceu dinheiro para incentivar YouTubers filiados ao Machinima a falarem sobre o Xbox One. Até aí nada demais, não fossem os termos do contrato da campanha, que impedia os produtores de conteúdo de falarem mal do console ou seus jogos, além de revelarem ao público que seus vídeos são uma divulgação paga do aparelho.

Para participar, os vlogueiros filiados deveriam publicar programas com, no mínimo, 30 segundos de imagens de conteúdo do Xbox One, além de citar o nome do console pelo menos uma vez. Além disso, era preciso usar a tag XB1M13 para identificar o vídeo no YouTube, conforme mostra uma versão vazada do contrato.

Uma busca pelo termo da campanha dá quase sete mil vídeos como resultado, incluindo clipes de alguns brasileiros. Nem todos podem estar filiados à campanha do Machinima e, nos documentos, não existe nenhuma menção quanto aos países elegíveis para participar da divulgação patrocinada.

Pela propaganda, a Microsoft oferece US$ 3 a cada mil visualizações nos vídeos marcados. Uma campanha semelhante já havia sido realizada em novembro de 2013, quando a fabricante ofereceu US$ 1 adicional pela mesma quantidade de usuários em vídeos relacionados ao lançamento do Xbox One. Em ambos os casos, o pagamento de extras era interrompido assim que as views totais dos participantes atingisse 1,25 milhão, algo que aconteceu em 16 de janeiro.

Segundo explica o site Ars Technica, tais cláusulas vão contra as regras da Federal Trade Comission, a agência responsável por zerar pela competição justa e os direitos dos consumidores nos Estados Unidos. De acordo com as normas da organização, qualquer tipo de conexão entre anunciantes e produtores que possa ferir a credibilidade do que está sendo dito deve, obrigatoriamente, ser revelada aos espectadores e consumidores.

Por enquanto, nem a Microsoft nem o Machinima se pronunciaram oficialmente sobre o assunto. Mesmo com o fim da divulgação, os vídeos com publicidade oculta continuam acumulando visualizações, em uma prática que pode acabar minando em partes a credibilidade dos YouTubers como criadores de conteúdo imparciais. O que vale mais, a neutralidade ou o dinheiro?

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