Quando o mundo real desapareceu ao meu redor, me encontrei acima de um pequeno lago, onde em uma de suas margens era possível se ver um pequeno cais, enquanto, a toda minha volta e ao redor do lago, uma densa e alta floresta se estendia, enclausurando e escurecendo o ambiente, deixando apenas poucos rios de luz passarem por entre as folhas. Em meio aos sons característicos do farfalhar da copa das árvores e do cantar dos pássaros, um movimento se fez notar em um arbusto próximo, de onde um pequeno e simpático roedor surgiu.

De grandes orelhas e pelo tom de areia, ele porta um lenço vermelho em torno do pescoço e uma diminuta espada embainhada nas costas. Tendo certeza de chamar minha atenção, o pequeno roedor se aproximou através da praia até o pequeno cais, vindo se posicionar logo abaixo de onde meu ponto de vista se encontrava. Pude notar um sorriso em sua face enquanto olhava e acenava em minha direção, como que dizendo um efusivo “olá”, e então se curvou tomando um punhado da água do lago em sua pequena patinha a fim de seciar sua sede.

Foi aí que, ao guiar instintivamente meu ponto de vista acompanhando os movimentos do ratinho, me curvando também na direção do lago abaixo, fui surpreendido pela imagem refletida na superfície das águas; aquele era eu, ou deveria ser daquele momento em diante.

Moss

Passado o susto inicial da minha primeira, e até aqui, extremamente imersiva experiência com realidade virtual, nossa pequena amiguinha Quill (sim, é uma “mocinha”), novamente com um movimento bem empolgado, me convida para a aventura apontando a direção a seguir. Instintivamente, uso o direcional para move-la pelo cenário, como em qualquer outro jogo de plataforma.

A diferença principal em relação a outros títulos do gênero é que o nosso ponto de vista é dinâmico e ajustável em um simples movimento de cabeça, devido ao sensor de movimentos do Playstation VR. Com isso, podemos nos aproximar ou afastar dos cenários, olhar por trás de uma coluna ou dentro de um poço, tudo muito natural e intuitivamente.

Esse é um aspecto muito interessante, que o diretor de animação Richard Lico, do estúdio Polyarc Games, tem divulgado bastante. Um dos objetivos da produtora, com o game, é aproveitar o fator imersivo da realidade virtual para fazer com que a comunicação entre Quill e o jogador se dê através dos elementos universais da linguagem de sinais. “Uma vez que ela só pode fazer squeak, pensei que eu deveria brincar com as maneiras com as quais ela pode se comunicar com o jogador”, comentou Richard em seu twitter juntamente com o GIF abaixo.


“Muito prazer em te conhecer, eu me chamo Quill”

Infelizmente toda essa imersão é constantemente quebrada a cada nova área. A progressão entre elas, que não são contínuas, se dá ao resolvermos determinados puzzles, seja abrindo uma porta ou movendo um objeto para acionar um botão. Como certas ações são impossíveis de serem realizadas pelo diminuto tamanho da protagonista, é nosso papel como a entidade que a acompanha auxiliar na resolução dessas tarefas, usando o sensor de movimentos para manipular objetos ou paralisar algum inimigo, para que ela possa se livrar do mesmo.

Após resolver o quebra-cabeça de cada área, um fade-out nos coloca em uma cena completamente escura, e, depois, nos apresenta à próxima área, sem que fique clara uma progressão entre os cenários.

A impressão é que, com alguns mínimos ajustes baseados no feedback de quem pôde experimentar o game, Moss pode se tornar um jovem clássico, permitindo que a protagonista Quill possa se comunicar diretamente também com uma parcela significativa da comunidade de jogadores, fazendo com que se sintam incluídos. E, além disso, quem mais não gostaria de ter uma pequena ratinha como ela em casa.

Moss tem previsão de lançamento para o final deste ano ou começo do próximo, ainda sem data específica. É um jogo exclusivo do PS4, podendo ser jogado somente com o PlayStation VR.

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