The Vanishing of Ethan Carter

The Vanishing of Ethan Carter

por Felipe Demartini

Não leia esta análise

Desde que coloquei as mãos pela primeira vez em The Vanishing of Ethan Carter, em seu recente lançamento para o PlayStation 4, estou pensando de que maneira poderia escrever uma análise que faça jus à experiência. Como transformar em palavras técnicas um título que, como já deixa claro logo na abertura, não leva o jogador pela mão?

The Vanishing of Ethan Carter é uma experiência que terá apelo diferente para cada jogador, dependendo do momento em que ele se encontra, e isso é algo impossível de se quantificar.

Passaram-se algumas semanas desde que tive contato com o jogo, e mesmo enquanto escrevo esse texto, ainda não cheguei a uma conclusão. Por isso, nada melhor do que falar exatamente sobre isso – o fato de que The Vanishing of Ethan Carter é um game para ser jogado, não lido sobre ou assistido pelo YouTube. É como um bom livro, alguém pode até te contar a história e você acabar achando interessante, mas nada como efetivamente se envolver com ela.

A associação com a literatura, inclusive, é bem oportuna aqui. Ao contrário da maioria dos games do mercado atual, o título da desenvolvedora The Astronauts não conta com waypoints, interface de usuário, tutoriais ou qualquer tipo de indicação do que fazer. Não existe um objetivo direto, nem uma maneira clara de se chegar até ele.

O mundo é aberto, e é nele que o protagonista faz a investigação sobre o que aconteceu na fantasmagórica cidade de Red Creek. E mesmo durante o caso, pouco se sabe sobre o que realmente rolou por lá. O personagem principal está na exata mesma situação que o jogador – sem informações prévias e não sabendo exatamente o que esperar, tendo apenas um universo vasto diante de si para descobrir tudo.

E é justamente esse aspecto que torna analisar o título de forma mais técnica ou objetiva tão difícil. The Vanishing of Ethan Carter é uma experiência que terá apelo diferente para cada jogador, dependendo do momento em que ele se encontra, e isso é algo impossível de se quantificar. O único aspecto efetivamente indiscutível aqui são os visuais – eles são belíssimos, e em muitos momentos, é como jogar em uma pintura. No restante, tudo é relativo, e os efeitos que o jogo causa em cada um deve ser totalmente diferentes.

Por isso, minha sugestão é que você, definitivamente, não leia análises nem veja vídeos e vá jogar The Vanishing of Ethan Carter. A nota que está ali embaixo é, além de uma imposição do sistema do site, que não aceita que um review seja publicado sem graduação, um reflexo de minha experiência estritamente pessoal com o título. Ela, com certeza, será diferente da sua. E isso é algo raro de se ver por aí.

O game foi jogado no PlayStation 4, em cópia cedida pela The Astronauts.