Rampage é uma daquelas franquias clássicas, porém, obscuras. Quem jogou o divertido título em que estamos no papel de monstros destruindo cidades não se esquece dele, mas a verdade é que muita gente deve assistir ao novo filme de Dwayne Johnson sem saber se tratar de uma adaptação de vídeo game. O próprio longa, inclusive, não faz questão de destacar isso ao espectador.

Com isso, “Rampage: Destruição Total” acaba soando mais como um filme de monstro convencional do que uma adaptação de jogo. Isso se deve, principalmente, ao fato de que não existe muito para se levar às telonas, mas também porque, diante de um campo aberto desse tipo, seus realizadores decidiram jogar seguro, apostando em clichês e não adicionando nada de realmente novo à fórmula.

No que toca o conceito do jogo, praticamente tudo está lá. Temos os bichos gigantes criados por uma corporação maligna, com dirigentes extremamente caricatos, diga-se de passagem, e um exército que confia demais nas próprias armas e não percebe que elas são completamente ineficazes contra as criaturas. Isso sem falar, claro, na presença de George, Ralph e Lizzie – dos dois últimos, apenas o lobo tem o nome mencionado.

De novo, a presença de Davis Okoye (Johnson), um ex-militar que virou especialista em primatas, e um sentimento pessoal de vingança da cientista Kate Caldwel (Naomie Harris) contra a Energyne, empresa que realiza os experimentos de manipulação genética que dá origem às criaturas. A relação pesoal entre o especialista e o gorila albino que se transforma em fera descontrolada dá o fundo necessário para que a trama do filme aconteça, mas só de ler essas palavras, provavelmente, você já sabe até onde ele vai chegar.

Muitos dos conceitos da série Rampage estão, sim, na tela, mas falta a galhofa que é característica da franquia e que, mais do que isso, dá personalidade a ela. No filme, temos uma mudança de foco, dos monstros para os humanos, mas ainda assim, é Johnson quem carrega o filme nas costas. O personagem de Jeffrey Dean Morgan, um agente federal meio maluco, acaba soando como um sopro de ar fresco em um oceano de clichês.

Já dava para esperar que “Rampage: Destruição Total” seria um grande pipocão – e ele cumpre essa expectativa. Não há problema algum nisso, pois somos entregues a um filme divertido e cheio de cenas grandiosas e épicas. O campo, porém, estava aberto para que mais pudesse ser feito, mas fica clara a opção por não fazer isso e seguir o caminho mais tranquilo e sem riscos, mas também menos interessante.

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