Outro jogo da série de relançamentos da Capcom, Resident Evil: Revelations chega em mais uma versão que comprova, de uma vez por todas, a qualidade do game lançado originalmente em 2012 para o Nintendo 3DS. Muita gente pode nem se lembrar, mas sim, ele é um título de portátil, mas que desde sua remasterização, de 2013, não deixava nada a dever para outros títulos em termos de gráficos e imersão.

É claro, ficaram faltando alguns elementos do original, como uma mira em primeira pessoa que era bem interessante, mas isso não impediu o remaster de ficar conhecido como a versão definitiva do título. É essa que chega agora ao PlayStation 4 e Xbox One – e, futuramente, também ao Nintendo Switch, com direito a controles diferenciados e sensíveis a movimento -, completando o rol de títulos contemporâneos da série para os consoles da atual geração.

Não tenho o menor pudor de afirmar que, por muito tempo, Revelations foi meu preferido, e os motivos para isso estão exibidos aqui mais uma vez. A mistura da “nova” jogabilidade, introduzida em Resident Evil 4 e melhorada em RE5, com os elementos de terror, exploração e locais fechados dos primeiros anos da saga caiu como uma luva, criando um dos melhores jogos da marca.

Adicione a isso a liberdade trazida pelo fato de o jogo se assumir como um spin-off, o que levou seu roteiro às mãos de Dai Sato, um escritor com experiência em animes como “Ghost in the Shell: Stand Alone Complex” e “Cowboy Bebop”. O resultado é uma história cheia de reviravoltas e personagens incrivelmente interessantes, cujas influências seguem além do próprio título.

No enredo, Jill Valentine vai até o cruzeiro Queen Zenobia em busca de seu amigo, Chris Redfield, desaparecido em missão. O navio, à deriva, se tornou a base de operações de um grupo terrorista que deseja infectar as águas do mundo com um agente viral, os mesmos responsáveis por um ataque que já havia devastado completamente uma cidade flutuante no Mar Mediterrâneo.

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A dupla do primeiro Resident Evil é a protagonista da história, mas quem realmente a move são os coadjuvantes. Gente como Jessica, Parker, Morgan e Clive são os motores de um enredo cheio de alianças que parecem esquisitas, saltos temporais, traições e conspirações que nos levam a altas posições de poder.

O caráter do Nintendo 3DS, que como todo console privilegia as jogatinas mais rápidas, também trouxe uma abordagem diferente a Resident Evil: Revelations. O game assume um formato parecido com o de uma série, com capítulos curtos e que permitem ao jogador acompanhar, simultaneamente, diversos momentos da mesma trama, a partir de personagens diferentes cujas ações vão se intercalando.

Isso acaba fazendo com que a trama seja um tanto fragmentada, e muitas vezes, fica difícil compreender de primeira. As legendas em português adicionadas na remasterização também estão aqui e ajudam no entendimento, mas há certa bagunça temporal que pode tornar as coisas um pouco complicadas. Não que jogar Resident Evil: Revelations de novo para entender tudo seja um grande sacrifício, é claro.

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A aventura é tão boa que se tornou sua própria subsérie. Resident Evil Revelations 2 chegou no ano retrasado, mesmo não sendo uma sequência direta do primeiro, e a marca secundária tem seu próprio rol de vilões e heróis bem peculiar, que ainda podem dar muito o que falar se a Capcom decidir utilizá-los da forma correta. A empresa já disse que vai manter o estilo todo próprio dos spin-offs, mas por enquanto, não anunciou um terceiro título.

Além disso, o primeiro Revelations serviu como mostra, para a Capcom, de que os fãs ainda queriam games focados no terror. Essa visão, junto com o fracasso de Resident Evil 6, levou à maravilha que conhecemos hoje como Resident Evil 7, outro estilo que pode acabar permanecendo na franquia por mais algum tempo.

O relançamento de Resident Evil: Revelations para PS4 e Xbox One, entretanto, sofre do mesmo mal de praticamente todos os outros – simplesmente não há quase nada de novo aqui. O jogo é exatamente o mesmo das gerações passadas e não passa por nenhum tipo de melhora gráfica. É claro, agora, ele roda a 1080p e com taxa de 60 frames por segundo, mas isso tem mais a ver com a capacidade incrementada dos consoles atuais do que com algum tipo de trabalho deliberado feito pela Capcom.

Resident Evil Revelations

Como atrativo para uma nova compra por aqueles que já possuem o game na versão remasterizada, então, temos apenas o fato de que ele aparece com todos os DLCs e conteúdos extras. Eles podem ser liberados jogando o Raid Mode, que, inclusive, aumenta e muito a longevidade de Revelations, com direito a modo online e intensos combates contra os inimigos. Fazia tempo que eu não o jogava, e havia esquecido como era bom. Aqui, ele também ganha um novo estágio, The Ghost Ship: Chaos, com dificuldade nas alturas.

Agora, acabaram os Resident Evil para serem relançados, e a Capcom não tem para onde ir a não ser rumo a títulos inéditos. Isso caso ela não queira relançar Operation Raccoon City, também. Por favor Capcom, ninguém precisa disso. Toque esse barco, por favor.

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