Eu já devo ter mencionado que o primeiro arcade que joguei na vida foi Shinobi. Game da SEGA, do ano de 1987, que contava a historia de Joe Musashi em uma cruzada para resgatar as crianças do seu clã, Oboro, que foram sequestradas pelo sindicato do crime Zeed. Esse jogo originou uma série que, esporadicamente, dá as caras em um novo game, sendo o ultimo para Nintendo 3DS em 2011. Mas, hoje, venho para analisar o jogo que, na minha opinião, é o melhor da franquia – Shinobi III: Return of The Ninja Master (ou The Super Shinobi II no Japão).

Lançado para Mega Drive em 1993, ele é sequência direta de The Revenge of Shinobi (1989). Mais uma vez, o mundo é ameaçado pela organização criminosa Neo Zeed, dado como derrotada dois anos antes. O sindicato do crime retorna sobe o comando de Shadow Master e apenas Joe Musashi, o Shinobi mais poderoso, detentor das técnicas do Oboro Ninjitsu, poderá para-lo.

Dentre as habilidades ninja de Joe se encontram o Jitsu of Ikazuchi ou Jitsu do Trovão, que garante invulnerabilidade, o Jitsu of Kariu ou Jitsu do Dragão de fogo, onde dragões de fogo tomam a tela e fazem uma balé, destruindo tudo que estiver no caminho, que é o mais maneiro, sem dúvida. Temos também o Jitsu of Fushin, que amplia as habilidade de pulo, e o Jitsu of Mijim, onde você sacrifica uma vida para se explodir levando junto os inimigos.

Como todo bom ninja, Joe conta com Shurikens e sua inseparável espada. Shinobi III, porém, trouxe diversas habilidades que tornam a jogabilidade mais fluída e divertida em relação aos jogos anteriores. A corrida, por exemplo, apertando duas vezes para frente, quando até então o personagem apenas caminhava, ou o ataque Dashing Sword, onde o personagem corre golpeando com a espada. Temos ainda o Jump Kick, a manjada voadora, o Wall Jump, onde você usa a as paredes para pegar impulso alcançando lugares mais altos, e, por fim, o bloqueio, que foi uma implementação fantástica, ja que nem sempre é possível desviar dos projeteis dos inimigos.

Todas essas habilidades deram um dinamismo nunca visto na série. A jogabilidade, que antes se resumia a pular e arremessar Shurikens no tempo certo, se tornou muita mais divertida com saltos, giros e sequências de voadora.

Graficamente o jogo evoluiu muito, os sprites são maiores e tudo parece ser mais definido, colorido e bonito. Os sete estágios do game variam bastante a temática, indo de florestas, cavernas e laboratórios a fases utilizando um cavalo ou uma especial de prancha motorizada. Áreas industriais, castelos japoneses também são explorados, além do ponto alto, uma fase em meio a um desmoronamento, onde você deve lutar contra os inimigos, pulando de rocha em rocha evitando a queda.

Falando agora sobre a parte sonora, mesmo não contando mais com o brilhantismo de Yuzo Kushiro, que marcou o capitulo anterior, Shinobi III traz uma trilha infinitamente superior, com músicas que variam muito conforme a situação, transmitindo sensações como urgência, tensão e até tristeza, como quando o personagem morre. Os efeitos são basicamente os mesmos da versão anterior, porém com uma qualidade superior. Eles parecem mais claros e com menos ruídos.

Shinobi III: Return of the Ninja Master é, para mim, o ponto alto da saga, pois foi seguido por versões, no mínimo, medíocres em sua fase 2D. Já os jogos em 3D merecem ser analisados à parte. O título que apareceu inicialmente para Mega Drive em 1993 veio posteriormente em diversas coletâneas da SEGA, e também está disponível em serviços de distribuição online.

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