O ano de 2018 tem se mostrado maravilhoso para indies nacionais. Após termos comentado aqui sobre The Crown Stones, o Castlevania brasileiro, agora encontramos o Sonic à brasileira. Spark the Electric Jester é um jogo obviamente baseado nos games do mascote do Mega Drive, com velocidade intensa, Pixel Art mais rústico e cores frias e quentes compondo cenários com muitos detalhes, profundidade e uma trilha sonora maravilhosa.

Diferente da franquia homenageada, Spark faz muito mais que o ouriço azulado, pois além de poder atacar com seu bastão, ele se transforma em várias versões temáticas, com vantagens e desvantagens. Assim como a vida, cada escolha é uma renúncia.

Além das referências gamísticas já citadas, podemos ir muito além do que Sonic. Na aparência, Spark lembra muito Ristar, uma estrela que se arremessava velozmente pelos cenários super coloridos. Outra referência é o jogo Kid Chameleon, no qual um garotinho precisava se transformar em personagens de filmes de ação para passar as fases bizarras enquanto coletava cristaizinhos aparentemente sem muita utilidade. Até as transformações são parecidas, em Samurai, Cavaleiro, Surfista, entre outras. Além disso Spark pode fazer um combo de ataques, carregar o golpe em dois níveis e se apoiar nas paredes, lembrando muito Rockman X.

O jogo começa quando Spark é demitido do seu papel de bobo da corte e substituído por um robô chamado Fark. O personagem decide reaver seu emprego, mas descobre que o rival montou um plano utilizando os robôs do reino para dominá-lo. Agora, o herói vai em busca do inimigo para o derrotar.

Até a história é um clichê dos anos 90, mas o jogo não é nada manjado, e apesar de fácil nas primeiras fases, é muito divertido e requer muita habilidade do jogador. Dificuldade mesmo só nos chefes, pois os inimigos não se ferem ao encostarmos neles nem reagem muito. Não achei buracos para cair ou grandes desafios até chegar ao fim dos cenários.

Os chefes de fase, sim, são dignos de um desafio, a menos que você esteja muito poderoso quando chegar neles. Cada boss é um robô apelão, mas além dos golpes darem pouco dano em Spark, pode-se manter até duas transformações ao mesmo tempo. Quando a barra de golpes físicos está cheia, dá para utilizar um ataque carregado poderoso, que faz o adversário ser atingido mesmo não estando na tela.

O protagonista é muito poderoso para as primeiras fases da demo que testamos, com alguns chefes sendo derrotados com apenas um golpe. Aqui, nos transformamos em um Saitama do mundo real… One Attack Man.

Os cenários são maravilhosamente modelados e têm espaço suficiente para o jogador mostrar sua habilidade em movimentação e alta velocidade, tendo praticamente todos os recursos de um jogo do Sonic, como molas de pulo, loops, aceleradores e save points no meio do caminho. Quem já jogou algum game do ouriço saberá como encontrar seu caminho, que caso tenha paredões paralelos, basta escalar e ter muita paciência caso caia de uma altura muito alta.

Felizmente, os trechos que podem exigir refação são curtos, mas, infelizmente, não há uma grande ameaça caso o jogador erre trajetos ou se depare com uma situação complicada, mesclando cenário e inimigos.

As animações são ótimas e cada transformação de Spark o deixa divertido de uma maneira diferente, como a versão Surfista, que o faz deslizar rapidamente pela superfície da água, mas não pode afundar ou ter ataques carregados e de longa distância, por exemplo. Já a versão Gelo pode soltar até três estacas, mas sem afundar, tendo um degrau voador de gelo para aumentar o alcance dos saltos, em compensação. Nem todos possuem pulo duplo, mas a versão Vento tem impulso aéreo infinito, mas ataques fracos e um carregado que te empurra para trás.

Existe uma estratégia em manter as versões mais adequadas para a fase, mas, certamente, a versão Marreta é a mais poderosa, com arremesso de bolas de lava, longo alcance, pulo duplo e o ataque destruidor de chefes. Existem alguns vacilos inexplicáveis no sistema de jogo, como Spark não poder dar pulo duplo se o salto foi originado da parede ou ângulos de blocos que dificultam o alcance simples entre plataformas. A parte boa é que, diferente do ouriço azul, nosso personagem não se afoga e nem fica incrivelmente lento andando na água.

Apesar da falta de grandes ameaças ao jogador, Spark the Electric Jester vale muito a pena pela jogabilidade, que mescla Sonic com vários outros famosos jogos da era 16-bits, trazendo a emoção de se enfrentar os chefes gigantes e passar os cenários de forma acrobaticamente rápida, controlando um personagem carismático com poderes divertidos.

Com certeza, tudo isso vai fazer você se divertir muito! O game está disponível apenas para PC e tem preço camarada.

 

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