Desenvolvido pelo estúdio sueco Tarsier, que trabalhou junto com a Sony Interactive Entertainment em projetos first party como LittleBigPlanet (o 1, o 2, o 3 e o de PS Vita) e Tearaway Unfolded; e distribuído pela Bandai Namco, aí vem Little Nightmares, um jogo bastante sombrio voltado para o gênero puzzle, porém mesclado com um pouco de plataforma e uma pitada de survival.

Apesar de o título estar sendo feito em inteiramente em 3D, ele retém um certo aspecto em 2D por conta do platforming, já que a protagonista transita entre os cenários indo para frente ou para trás, e claro, interagindo com obstáculos (subindo escadas e descendo alçapões, por exemplo), além de navegar entre o fundo e a frente da tela. Algo parecido com o que vimos em LittleBigPlanet, onde os personagens transitavam entre primeiro e segundo plano, brincando com a profundidade do cenário, apesar da câmera fixa acompanha-los correndo de lado.

E, enquanto testamos o game no evento para imprensa realizado pela Bandai Namco, é inevitável não notar o quão o jogo remete a um filme stop motion idealizado pelo Tim Burton. Os gráficos cartunescos, a movimentação limitada, a atmosfera opressora, a luminosidade baixa, os personagens grotescos, os efeitos incômodos de som (repletos de contexto), os cenários aterradores (e ainda assim realistas)…

Tudo possui um clima extremamente macabro, e ainda assim, estilizado o suficiente para te fazer lembrar de obras como “O Estranho Mundo de Jack”, “Frankenweenie” e “A Noiva Cadáver”, só que com uma nova roupagem, afinal, não iremos assistir Little Nightmares, mas sim jogá-lo.

Todavia, uma característica que me chamou bastante atenção é a referência que o jogo faz artisticamente a “Coraline”. Em Little Nightmares, é difícil não notar a inspiração na animação de Henry Selick e de Neil Gaiman – isto se não tiver sido de fato uma homenagem à obra. Até porque, no game, controlamos a garotinha Six, que não sabe onde está e nem como chegou neste local aterrorizante chamado The Maw – uma espécie de resort subaquático. Tudo o que sabemos a princípio é que ela, por algum motivo, está vestindo uma capa de chuva amarela, e deve escapar deste lugar e das criaturas horrendas que tentam captura-la a todo custo.

Conversando com Jason Enos, diretor de marketing da Bandai Namco, ele explicou o jogo é conceituado em diferentes medos de infância, e que Six deverá enfrentar os dela. Os cenários que ela percorre são aterrorizantes, e conforme ela progride e tenta alcançar a superfície, tudo vai ficando cada vez mais tenso, e o jogador vai sentir essa imersão através de diferentes aspectos – seja o controle vibrando quando menos se esperar, seja na atmosfera tenebrosa criada através do silêncio e da penumbra, seja nas repentinas viradas de clima do jogo (como lidar com um inimigo que surge de uma hora para outra, em meio a um puzzle ou exploração).

O representante da publisher também comentou que a garotinha Six, apesar de imponente, irá aprender a resistir para não ser capturada, porém. Isso poderá instigar o jogador a continuar em frente, uma vez que jogo pode ser bastante desafiador a princípio – na demonstração disponível no evento, por exemplo, caso a menina fosse capturada, não havia como escapar; era one hit kill caso a pegassem, o que pode acabar frustrando o jogador após muitas tentativas.

Infelizmente, até segunda ordem não haverá uma demonstração para que o público possa testar o game. Ainda assim, no site oficial (inclusive, há uma versão dele em português brasileiro) há uma experiência interativa que todos podem acessar e ter um gostinho do game.

Little Nightmares tem lançamento previsto para 28 de abril de 2017, e chega com legendas em português no PlayStation 4, Xbox One e PC.

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