Não me faltam motivos para indicar “House of Cards” para as pessoas. A produção original do Netflix é uma das séries mais densas e interessantes dos últimos anos, com um enredo que, apesar de completamente focado na política e cultura americanas, apela também para o mundo, principalmente o nosso país, tão afogado em corrupção e esquemas políticos quanto a Casa Branca do seriado. Só que agora, em sua terceira temporada, ela ganhou a credencial necessária para aparecer aqui nesta coluna.

O presidente Frank Underwood sempre foi fã de games, tendo aparecido várias vezes jogando PlayStation 3 nas temporadas anteriores e até mesmo desejando um PS Vita – alguém precisa o orientar melhor em suas escolhas. Mas nesta terceira temporada, que estreou na última sexta-feira (27), os jogos se tornaram um ponto-chave da trama.

Tudo começa lá pela metade, quando Underwood aparece jogando o fantástico Monument Valley, game independente da ustwo que já deu as caras por aqui e foi premiado ao redor do mundo. Mais tarde, essa pequena citação evolui para a contratação do jornalista Thomas Yates para escrever sua própria biografia, que serviria de base para divulgação do projeto de geração de empregos que é sua grande plataforma para tentar uma conturbada eleição.

A grande questão – e sonho de qualquer repórter, acredito – é que Yates foi escolhido justamente por sua análise de Monument Valley. Foi ela que motivou Underwood a deixar os shooters e games de ação de lado e investir nos indies, aparecendo mais tarde, inclusive, tentando entender a piração de The Stanley Parable, outro título bem interessante e fora do padrão.

Não dá para saber se a presença do game da ustwo no show foi um posicionamento de produto pago ou não. De qualquer maneira, esse amor do presidente que é protagonista da trama pelos jogos é mais uma sacada genial do roteiro, usada para aproximar o personagem de uma plateia jovem que, normalmente, não se interessaria por tramas políticas e pelos bastidores do poder.

Por isso, fique aqui a dica. Separe um dia e foque toda sua atenção em “House of Cards”. A série é densa e trata de temas pesados, mas ao mesmo tempo, é plenamente entendível. Ela trata de temas que podem ser ligados até mesmo à realidade atual do Brasil, com os jogos sendo apenas aquela referência periférica que serve como a cereja do bolo.

Com Kevin Spacey (do recente Call of Duty: Advanced Warfare) no papel principal, a série conta também com Robin Wright, Kate Mara e Michael Kelly no elenco. É uma série exclusiva do Netflix que, no Brasil, tem assinaturas a partir de R$ 17,90. O presidente da empresa está lendo aqui e vai me dar um mês de graça.

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