A Activision foi à Brasil Game Show 2014 com apenas dois jogos, mas isso nem de longe significou uma presença modesta e reservada. Muito pelo contrário. Posicionado logo na entrada do evento, o estande da empresa foi um dos mais lotados desde o primeiro dia de feira, quando ainda era a vez de imprensa, convidados e VIPs terem acesso ao Expo Center Norte. E assim permaneceu até o último dia, com a ação de Call of Duty: Advanced Warfare dando o tom da presença da companhia na feira.

E a demonstração presente ali, como dá para imaginar, trazia o modo multiplayer do título. Era inusitado, porém, notar que os visitantes jogavam no controle e não na combinação teclado e mouse, citada pela maioria das pessoas como o jeito “certo” de se jogar FPS. Sorte deste que vos fala, que é fã do gênero mas incapaz de se dar bem com as teclas, preferindo os joysticks para dar tiros por aí.

Assim, foi possível se sentir em casa com o setup que remetia às velhas lan houses. Com um time de cada lado da bancada, disputamos uma acirrada partida no modo Team Deathmatch e pudemos conferir as mudanças proporcionadas pelo enredo futurista e também pelo exoesqueleto, que chega com a promessa de revolucionar a jogabilidade.

Atenção no movimento

Uma guerra avançada e vertical, mas pouco inovadora

Antes de mais nada, vamos tirar essa questão do caminho: sim, Call of Duty: Advanced Warfare ainda é o CoD que todo mundo gosta, e não, as novidades não são suficientes para inovar a franquia e transformá-la em algo que atrairá tenta atenção no passado. O que temos aqui é o mesmo pacote de sempre, com a mesma qualidade que todos já conhecem, e uma grande mudança que transformou a dinâmica da jogatina, mas sem torna-la algo essencialmente diferente.

Durante nossa seção, teve jogador veterano morrendo sem parar e, ao final da partida, comentando que o novo game está muito mais desafiador que os anteriores. Isso se deve ao fato de que, agora, você precisa se preocupar também com quem está vindo por cima ou por baixo de você, e não apenas dos lados.

O exoesqueleto tem como principal intuito, aqui, ampliar a liberdade de movimentação e a agilidade dos jogadores. A ideia é que os soldados, agora, melhorados com a ajuda da alta tecnologia, ficaram mais poderosos, mas continuam sendo humanos normais. Assim, nada de força adicional ou energia extra, as balas perfuram tanto quanto antes e os golpes direcionados são tão eficazes quanto antes.

Talvez seja o ideal dizer que o exoesqueleto tornou as partidas do modo multiplayer ainda mais frenéticas. Se o texto que indicava os assassinatos entre os times já se move rapidamente nos games de agora, em Call of Duty: Advanced Warfare ele não parava de rodar. A todo momento víamos corpos espalhados pelo caminho e quem moscasse, parado por muito tempo no mesmo lugar, virava presunto.

A novidade traz também um conceito que lembrou bastante os primórdios dos tempos de Unreal Tournament: o bunny hopping. O ato de encontrar um inimigo frente a frente e disparar torcendo para que ele morra primeiro do que você ganha novas nuances quando você pode começar a atirar e saltar por cima do oponente, desviando das balas na mesma medida em que continua disparando. É claro, é preciso habilidade e precisão para realizar o movimento com sucesso e mesmo os jogadores veteranos terão que passar por algum tempo de aprendizagem antes de estarem em forma de novo.

Uma guerra avançada e vertical, mas pouco inovadora

Ao mesmo tempo, a inclusão do exoesqueleto torna Call of Duty: Advanced Warfare mais acessível. Com as opções maiores para personalização de loadouts e perks, é possível montar um personagem de acordo com seu estilo de jogar. Assim, fica mais fácil seguir para o combate online e enfrentar os jogadores mais viciadinhos sem muitos problemas.

O que ficou de impressão no nosso curto tempo com o jogo é que Call of Duty: Advanced Warfare ainda tem um longo caminho a trilhar se quiser sair da mesmice. A demo da Brasil Game Show 2014 serviu para mostrar aos fãs que as novidades inseridas pela Sledgehammer Games vieram para somar à jogabilidade conhecida por todos, tornando-a mais desafiadora e divertida.

Por outro lado, muitos ainda vão continuar dizendo que falta inovação na franquia, que ainda aposta em uma fórmula batida e, para muita gente, velha. Não é a renovação completa como o movimento feito pela EA em Battlefield Hardline. Para o bem ou para o mal, temos aqui o mesmo Call of Duty de sempre.

Call of Duty: Advanced Warfare chega em 4 de novembro para PC, PlayStation 4, Xbox One, Xbox 360 e PS3.

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