The Last of Us

The Last of Us: Remastered

por Durval Ramos

Vale a pena ver (e sofrer) de novo

Embora as remasterizações de títulos em HD para o PlayStation 3 tenha agradado muita gente, a iniciativa da Sony de dar o mesmo tratamento a jogos da geração passada no PS4 gerou muita polêmica. Afinal, há mesmo a necessidade de relançar jogos tão recentes apenas com o sele “next gen” como grande diferencial?

The Last of Us: Remastered foi o primeiro título de uma suposta nova leva de games do PS3 que devem chegar ao novo sistema da Sony com uma roupagem levemente atualizada. Só que a desventura de Joel e Ellie, que conquistou todo mundo há exato um ano, já era um jogo muito bonito e que extraía algo muito próximo do limite do console.

Sendo assim, muita gente viu a “atualização” como uma mera ação caça-níquel para tapear a falta de lançamentos no PS4, aproveitando-se do sucesso do game e das últimas novidades sobre o filme. Por outro lado, todo o material promocional mostrava melhorias significativas no desempenho geral do jogo, além de algumas adições interessantes.

Sequência de The Last of Us “não está no horizonte”

Para saber quem está certo nessa briga, decidimos nos aventurar mais uma vez ao mundo cretino de The Last of Us e encarar a infecção de Cordyceps para saber se vale a pena ou não seguir mais uma vez ou não por este caminho.

Novo, mas nem tanto

Como estamos falando de um dos títulos mais badalados do ano passado, é praticamente desnecessário falar sobre o jogo em si. Todo mundo já sabe que The Last of Us é um game incrível e, se você ainda não jogou, crie vergonha nessa cara e vá já fazer isso.

Mas o que a versão Remastered traz de novo? A resposta logo salta aos olhos quando vemos o game rodando no PlayStation 4. Embora os gráficos já tenham deixado todo mundo de queixo caído na geração passada, o hardware do PS4 realmente faz diferença, mesmo que de maneira não tão impactante.

Trailer exibe o Photo Mode de The Last of Us: Remastered

Embora todo mundo seja louco pelo 1080p, o grande diferencial desta versão é ver o game rodando em 60 fps, o que faz toda a diferença no gameplay

Portanto, não espere nenhum grande salto mais significativo, já que a novidade está nos detalhes. Há um cuidado maior nas texturas, o que ajuda a deixar o mundo mais vivo e realista. Os personagens também receberam tratamento semelhante, principalmente em elementos que o PS3 não conseguia processar de maneira tão eficiente, como cabelo e barba.

A iluminação é outro aspecto que ficou bem melhor na remasterização. Além de efeitos que ajudam a tornar a cena mais bonita, as luzes de cada cena ajudaram a fazer com que os ambientes — principalmente aqueles mais abertos — ficassem ainda mais bonitos. Contudo, como dito anteriormente, trata-se apenas de um detalhe e que pouco vai influenciar na sua experiência geral.

O que realmente muda nesta nova edição de The Last of Us é a contagem de frames por segundo. Enquanto os 1080p não fazem lá grande diferença, rodar o game a 60 fps muda significativamente a forma como você interage com o mundo à sua volta. E não apenas a movimentação dos personagens e elementos em tela está mais fluida, como também a resposta dos controles fica ainda melhor.

Diretor apresenta epílogo de The Last of Us ao vivo

Tanto que é possível travar a taxa de quadros em 30 fps para otimizar o desempenho gráfico e você logo percebe a diferença ao ver como tudo fica um pouco mais travado. Assim, se você não se importa se aquela folha ao fundo da imagem está incrivelmente realista, a melhor novidade do Remastered é essa contagem mais elevada, que certamente deixa tudo bem mais interessante.

Por fim, temos aquele pequeno mimo que serve mais para mostrar como os gráficos estão bacanas do que para algo realmente prático. Assim como já acontece em inFamous: Second Son, a Naughty Dog adicionou um Photo Mode para que você congele determinada cena e tire uma screenshot mais detalhada, podendo alterar filtros, efeitos e outros elementos para personalizar o resultado final.

Para quem não jogou

Para ser aquele pequeno diferencial, principalmente para quem nunca colocou suas mãos em The Last of Us (o que você ainda está fazendo aqui?), o estúdio trouxe todos os DLCs já lançados no PS3 no disco da versão para PlayStation 4. Não é nada incrível e era, de certo modo, esperado que isso acontecesse, mas já é um extra para não dizer que você comprou o mesmo produto duas vezes.

Compro ou não?

E, no fim das contas, vale a pena tirar o escorpião do bolso e investir mais uma vez nessa saga desgraçada de Joel e Ellie? E a resposta pode ser um tanto desanimadora para quem  esperava uma resposta definitiva. Afinal, tudo o que você precisa é seguir seu coração.

The Last of Us: Left Behind

Embora não traga nenhuma novidade que realmente justifique uma segunda compra, nunca é demais revisitar a desgraçada história de Joel e Ellie.

Não há como negar que o PlayStation 4 realmente trouxe várias melhorias a The Last of Us, mas todas elas são detalhes que ajudam a tornar aquele título que tanto nos conquistou no ano passado ainda mais impressionante. Contudo, apesar de mais bonito e com um desempenho bem superior ao que foi visto na geração passada isso não chega a mudar em nada a experiência geral de jogo.

Assim, The Last of Us: Remastered é um jogo voltado principalmente para aqueles que não tiveram a oportunidade de jogá-lo no PS3 (sério, faça isso agora). Ele reúne todos os DLCs lançados até agora, melhora alguns aspectos e ajusta outros. De resto, é o mesmo jogo, o que pode não ser tão atrativo para quem já explorou aquele mundo outras vezes. A não ser, é claro, que você esteja com muitas saudades da história e queria revisitá-la uma vez mais — o que também é uma ótima escolha.