The Fall

por Edes WR

Vivencie as três leis da robótica

Financiado em 2013 via Kickstarter, The Fall é o primeiro jogo do estúdio indie Over The Moon. Nesse action adventure de temática futurista, entramos no papel de A.R.I.D., uma inteligencia artificial no comando de uma armadura espacial. Seu piloto humano sofreu algum tipo de trauma severo após um acidente, ficando inconsciente, cabendo à máquina cumprir uma de suas principais funções: salvá-lo.

1ª Lei: Um robô não pode, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal

Após uma vertiginosa e inaplicável queda da órbita de um planeta, A.R.I.D. desperta com suas funções básicas, indicando o crítico estado de saúde de seu piloto e a total falta de dados quanto à sua atual localização.

Os diálogos e textos, em sua maioria com inteligencias artificiais, são de uma fluência e criatividade ímpares.

Explorando o ambiente, que parece ser uma fábrica, a inteligência artificial se depara com um mundo sombrio e decaído, como se aquelas instalações industriais tivessem há muito sido abandonadas. Em meio às peças e sucatas de outros robôs, o protagonista encontra algumas situações onde deve resolver puzzles ou dialogar com outras máquinas que, assim como ela, não possuem muitas informações sobre aquele local, tudo com o único objetivo de localizar e chegar ao centro médico. Algumas dessas IAs que encontramos estão morrendo, enlouquecidas e até mesmo crucificadas.

O tom de suspense e terror é constante, até mesmo nas raras sequências de ação, sendo emolduradas por um clima grotesco pelos inúmeros robôs estraçalhados espalhados pelo ambiente.

the fall IA

2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens humanas, exceto ordens que entrem em conflito com a Primeira Lei

Algumas funções de interação da armadura espacial que A.R.I.D. controla estão inteiramente ligadas às ordens humanas, mas como o piloto dentro da armadura esta inconsciente, a IA não tem acesso a nada disso. No entanto, se tais elementos forem indispensáveis para a manutenção da vida e segurança do controlador, o sistema se encarrega de abrir exceções e permitir o uso para a situação em questão.

Conexões wireless, campo de força e uso de armas de fogo são algumas das funções que são liberadas durante o jogo quando A.R.I.D. se encontra em alguma situação em que seu piloto corra algum risco. A quantidade de puzzles e interações geradas por essas limitações do hardware são inúmeras e uma mais interessante que a outra.

the fall crux

3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com a 1º ou 2º Leis

O tom de suspense e terror é constante, até mesmo nas raras sequencias de ação, sendo emolduradas por um clima grotesco pelos inúmeros robôs estraçalhados espalhados pelo ambiente.

A jogabilidade de The Fall é bem o que se espera de um adventure side scroller, com progressão lateral e controles que não priorizam a ação. Mesmo tendo isso em mente, os menus e sub-menus de interação com o qual se faz todos os tipos de ações no game necessitariam de um pouco mais de polimento e testes pois muitas vezes acabam por irritar e frustrar o jogador.

the fall action

Os gráficos, mesmo em sua simplicidade, são bastante competentes, com destaque especial para a iluminação excelente, dando todo o clima de suspense que permeia o game do inicio ao fim. Os diálogos e textos, em sua maioria com inteligências artificiais, são de uma fluência e criatividade ímpares, equivalendo-se a obras-primas como Portal, criatividade essa indispensável para representar como uma inteligencia artificial deveria se comportar e pensar. Uma obra de arte em forma de jogo indie imperdível!

Este jogo foi analisado no PC.