O mundo dos games independentes, lado a lado com o artificio dos financiamentos coletivos tal qual o Kickstarter, tem trazido o mercado de forma geral de volta a um tempo onde a criatividade e a parte artística de um game se sobressaem às cenas de ação mirabolantes e à jogabilidade frenética dos FPS e similares.
Nem tudo são flores na selva que se tornou o mundo dos jogos independentes, a maioria beira a mediocridade, mas, é possível encontrar pérolas de deixar os olhos maravilhados. Esse é o caso do fartamente bem-sucedido projeto da desenvolvedora Heart Machine e seu carismático game de ação em pixel-art Hyper Light Drifter.
Os colaboradores do projeto receberam, nas últimas semanas, uma key do Steam para baixar uma “preview build” do game e conhecer um pouco da mecânica deste action-RPG. Com forte inspiração nos Zeldas 2D, ele se destaca principalmente pelo trabalho artístico impecável do estúdio, ao dar vida e carisma a esse amontoado de pixels, tanto no cenário quanto nos personagens, criando animações de cair o queixo.
Sem muito contexto revelado até o momento, essa demo se inicia com nosso personagem despertando em uma clareira, rodeado por arvores e pequenos animais. Nos movendo pelo cenário, chegamos à entrada de uma dungeon, algo semelhante a uma pirâmide Maya, mas com detalhes e resquícios do que no mundo se trata de uma tecnologia há muito esquecida.
Avançando através desta dungeon, somos apresentados aos comandos básicos do game. Aqui, vale a tentativa e erro, uma vez que em nenhum momento temos algum tutorial na tela, o que é ótimo tanto para quem já esta familiarizado com esse estilo de jogo “zelda-like” como para quem gosta de desafios. O sentimento de evolução como jogador é muito gratificante conforme se progride.
Armado com uma especie de espada laser, podemos desferir inúmeros golpes, que variam em meio aos combos, além de possibilitar refletir disparos inimigos no melhor estilo Star Wars. Uma arma secundária também fica disponível em dado momento e trata-se de uma pistola que pode variar de intensidade, dependendo do modelo encontrado, que vão se acumulando no seu discreto mas eficiente menu de armas, em tempo real.
Substituindo um provável botão de pulo temos o dash, que possibilita desviar de inimigos, criar sequências de ataque e atravessar de uma plataforma para outra. A principio, acostumar com essas plataformas e o vão entre elas pode parecer confuso, pois o cenário em pixel art engana facilmente nossos olhos. Algumas quedas serão necessárias até nos adaptarmos.
Depois de avançar consideravelmente pela dungeon e do jogo ter nos mostrado tudo que é preciso saber sobre a jogabilidade até aquele momento, nos deparamos com uma sala enorme onde inimigos de todos os tipos encontrados até o momento brotam do chão através de portais, e, no melhor estilo horda, o desafio aqui é usar tudo que aprendemos. Como eu disse anteriormente, é extremamente gratificante perceber o quanto aprendemos sobre a jogabilidade sem uma linha de texto sequer como tutorial.
Vencida tal horda, somos levados à saída da dungeon, de volta à floresta e à clareira do inicio da demo. Se for de sua vontade, basta entrar novamente na dungeon e enfrentar o caminho todo uma segunda vez, com a dificuldade levemente elevada.
Se à primeira vista o jogo já era de se encher os olhos, mas deixava algumas duvidas com relação à jogabilidade, podemos ficar tranquilos. Hyper Light Drifter é um indie de respeito, com um trabalho artístico primoroso e jogabilidade familiar e recompensadora. Prometido ainda para 2014, recomendo fortemente este game!