Quando se fala em Ubisoft, não se pensa imediatamente em jogos de corrida, e sim, em títulos da franquia Assassin’s Creed ou propostas amigáveis como Just Dance. É justamente isso que torna uma das primeiras empreitadas da empresa no mundo da velocidade ainda mais intrigante. Afinal de contas, o que uma companhia sem tradição nesse gênero pode trazer para ele?
A resposta, para os desenvolvedores, vem de maneira grandiosa. The Crew não representa apenas um dos primeiros jogos de corrida da empresa, mas também um de seus maiores projetos. Temos aqui um dos maiores mundos abertos já criador pela Ubisoft, ao lado de uma extensa lista de carros e uma variedade de locais impressionante, como deu para perceber muito bem na Beta do título.
The Crew quer ser mais do que um jogo de corrida. É um MMO, uma viagem de costa a costa por um gigantesco país e, acima de tudo, um título cujo desenvolvimento parece que nunca vai acabar. Foi justamente sobre tudo isso que conversamos com David Guillaume, um dos produtores do título, em uma rápida entrevista que você confere agora.
Essa é provavelmente a primeira vez que um jogo tenta reproduzir um país completo em um mundo aberto, em vez de apenas uma cidade ou região. Como foi o processo de reconstruir totalmente os Estados Unidos de forma virtual?
Foram quatro anos de trabalho investidos apenas no mapa. Enviamos desenvolvedores aos EUA para realizarem pesquisas e coletarem referências, mas mais do que isso, extrair o “clima” do país. Tecnicamente, é um desafio, pois é a primeira vez que criamos algo desse tipo. Foi necessário trabalhar em uma nova engine, a única capaz de dar conta de um trabalho como este.
Foi tudo isso que possibilitou que criássemos versões fieis de cidades como Nova York, Detroit, Miami e Los Angeles. E na história principal, você vai passar por todo o mapa.
Quanto tempo levaremos para finalizar o jogo e conhecer todo o mundo aberto?
The Crew é praticamente um MMORPG, e isso significa que você jamais será capaz de finalizá-lo. Você sempre pode comprar novos carros e continuar evoluindo-os para enfrentar os oponentes. Não existe um final nem nenhum tipo de limite, o jogador pode jogar pelo tempo que desejar e da maneira que quiser.
Além do mapa impressionante, os carros de The Crew também são bons de se pilotar. Como construir, simultaneamente, esse mundo aberto e também uma jogabilidade bem feita?
Temos dois times trabalhando nisso, um no aspecto mais técnico e outro do ponto de vista do design. De um lado, temos todos os sistemas dinâmicos, e de outros, pegamos o feedback da equipe que trabalha nos mapas para garantir que a jogabilidade funcione bem. Todos trabalham juntos em um mesmo processo para criar uma boa experiência na hora de dirigir.
A lista final de carros ainda nem está pronta e estamos trabalhando ao lado de montadoras para garantir modelos fieis, em sua configuração padrão. Depois disso, você pode mudar tudo e isso vai alterar a jogabilidade de maneiras profundas.
Você acha que a realização de jogos de mundo aberto está se tornando uma das grandes características da Ubisoft e algo pelo qual ela ficará permanentemente conhecida?
A palavra número um para nós é “liberdade”. Isso significa que não temos limites e fazemos o que queremos. Isso vale para The Crew e também para a Ubisoft como um todo.
Existem planos de transformar The Crew em uma franquia e levar esse MMO para outros territórios?
Pensamos nisso. Mas, no momento, estamos trabalhando de forma muito próxima com esse jogo, para finalizá-lo e, depois, continuar entregando conteúdo todos os dias, semanas e meses. Depois disso, vamos ver, mas a ideia agora é que The Crew nunca terá seu conteúdo finalizado.
Recentemente adiado, o título tem lançamento marcado para o dia 2 de dezembro no PlayStation 4, Xbox One, PC e Xbox 360.