Se voce não jogou, ao menos deve ter ouvido falar da franquia Golden Axe. Ela teve inclusive um titulo para a geração passada, o mal recebido Golden Axe Beast Rider.
Trata-se de um Hack ‘n’ Slash com temática fantasiosa, lançado inicialmente para os arcades em 1989. Teve conversões para diversos consoles e computadores da época, mas sem duvida, seu apogeu veio no Mega Drive, onde recebeu mais duas continuações.
Mas hoje falaremos do lado menos conhecido da serie, acredito eu que devido a uma má distribuição ou falta de interesse mesmo.
Comecemos então por Golden Axe: The Revenge of Death Adder, lançado no ano de 1992 apenas para os arcades. Utilizando a “nova” placa da SEGA, a System 32, o jogo chegou trazendo gráficos fenomenais, nunca vistos ate então nos jogos da série.
O game trazia sprites bem maiores que os habituais, animações e distorções que deixariam ruborizado qualquer MODE 7. Essa qualidade toda certamente foi a barreira para que o game fosse portado para qualquer plataforma da época, ficando restrito aos fliperamas.
Alem da superioridade gráfica e sonora, era gritante a melhoria na jogabilidade. Os controles respondiam com precisão, a jogabilidade era bem mais fluida, alem das adições nos movimentos dos personagens. A SEGA magistralmente adicionou movimentos já consagrados nos melhores Beat ‘em ups da época, como a voadora com pulo + ataque e o movimento especial quando pressionamos os botões de ataque e pulo juntos. Foram acrescentadas, também, opções de caminhos a seguir, agregando valor ao fator replay.
Um ponto negativo é que as magias não sofriam upgrades pelos numero de potes que você acumulava, porém, as belas animações compensavam esse deslize. Ainda sobre elas, nem todas são de ataque e o elfo Little Trix, por exemplo, tem uma magia de cura, que faz surgir na tela frutos que recuperam a energia.
Infelizmente, para os mais nostálgicos, o jogo não trazia nenhum dos personagens dos primeiros games, embora Gilius Thunderhead apareça montado nas costas do gigante Goah. Alem dele, o jogo trazia Stern, um bárbaro nos moldes de Ax Battler, Little Trix, um jovem elfo, e Dora, uma centauro que magicamente perde sua metade cavalo quando usa alguma montaria.
Dependendo do gabinete, até quatro pessoas poderiam jogar simultaneamente e o mais legal, interagindo uns com os outros para executar movimentos mais elaborados.
Como o nome sugere, a bola da vez é novamente o vilão Death Adder, que retorna para atormentar os moradores do reino de… quem se importa?
https://www.youtube.com/watch?v=flLQ8Y5KwMs
Golden Axe: The Revenge of Death Adder é, para mim, o melhor jogo da série, mas claro, sem tirar o brilho da trilogia do Mega Drive.
Agora vamos para o meu gênero favorito com Golden Axe: The Duel, jogo de luta lançado para os arcades em 1994 e convertido para o Sega Saturno no ano seguinte.
Como era de se esperar o plot do game é meh. Muitos anos depois da última batalha com Death Adder, onde Gilius Thunderhead se sacrificou para acabar com ele (Spoilerrrrrrrrr!), o famigerado machado que dá nome ao jogo reaparece com mais poder ainda, o que desperta a cobiça de vários guerreiros que duelarão para empunhar o poderoso Golden Axe.
Esses guerreiros são:
- Kain Blade – Órfão pela guerra e encontrado por um guerreiro famoso, Kain Blade aprendeu a arte da esgrima desde a tenra idade. Seguiu vagando pelas várias províncias para ajudar aqueles em necessidade. Ele busca o machado na esperança de unir as províncias do continente e terminar com os planos diabólicos de seus inimigos, Zoma e Keel.
- Milan Flare – Princesa do reino de Winwood e descendente de Tyris Flare, que ajudou a derrotar a Death Adder há muito tempo, Milan Flare é a protetora do reino e depende da magia do vento para combater seus adversários. Se Milan vencer, o Golden Axe será usado para garantir que Winwood não caia.
- Gillius Rockhead – Vindo de uma família de lutadores ilustres, o bisavô de Gillius Rockhead, Gillius Thunderhead, é o lendário guerreiro que ajudou a matar Death Adder. Quando a notícia do reaparecimento da Death Adder atingiu a cidade de Gilliam, Gillius Rockehead foi o primeiro a se preparar para a guerra.
- Zoma – Serviu como um conselheiro do rei de Lustan, um reino que beirava o Planalto Sul, nos dias antigos. A cobiça de Zoma por poder se tornou demais para o rei, que lhe baniu. Ele usa as energias da vida de viajantes capturados para se sustentar nesse ambiente sombrio. O reaparecimento do Golden Axe desperta seu desejo de poder mais uma vez.
- Doc – É da Ilha de Miribar, um lugar único, abastecido com produtos e animais de terras distantes e um colégio de curandeiros que é o melhor das províncias. Doc renuncia a sua posição na escola para buscar o Golden Axe. Ele prometeu trazer o machado de volta para a província.
- Keel – Um guerreiro elfo da província nortenha de Cristal. Aqueles que viajam através da tundra, o fazem apenas em grandes números, pois Keel assombra as estradas à procura de presas. Ele sempre foi ambicioso e prometeu que ele um dia sera o governante de Cristal.
- Jamm – Uma menina nascida na parte nordeste do continente, uma coleção de pequenas províncias que até recentemente lutou contra o outro. Ela foi abandonada quando bebê e criada pelos Degaas, o espírito do deserto. Embora ainda jovem e ingênuo, Jamm aprendeu uma série de estilos de luta dos animais e espera manter o que resta das províncias para eles.
- Panchos – O pai de Pancho, um inventor, ensinou-o ainda jovem as habilidades deste oficio. Mas Panchos não estava satisfeito com a sua vida e ansiava por aventura. Quando ouviu que o machado foi trazido à tona, ele dirigiu-se, vestido com armadura brilhante e carregado com grandes bolas de metal.
- Green – Único sobrevivente de um meio-humano, meio-planta raça de gigantes que viviam nas profundezas das florestas do continente até ser dizimado pelo exército de Death Adder. Green se prepara para o retorno de Death Adder por muitos anos. Quando ouve sobre o Golden Axe, ele percebe que a chance de conhecer Death Adder face-a-face está próximo.
- Death Adder – Acreditava-se ter morrido após a batalha com Gillius Thunderhead, mas levantou-se. Desde então, ele “morreu” duas vezes mais, mas de alguma forma conseguiu voltar do outro lado. Se Death Adder ganhar o Golden Axe, o continente terá de enfrentar uma era de horror e desespero.
- Golden Axe – A representação física dos poderes do Golden Axe, este guerreiro gigante blindado de ouro serve como um último desafio a qualquer um que reivindica o Golden Axe. Ele é um personagem não-jogável e é o chefe final do jogo.
Mas como sabemos, não é de enredo que vive um bom jogo de luta, o que importa são as mecânicas, a jogabilidade e a diversão. E nesses quesitos, The Duel manda muito bem.
O golpes são nos moldes do bom e velho Street Fighter, com alguns hadoukens, shoryukens e tatsumaki senpuu kyakus. Mas o restante do jogo lembra muito a série Samurai Shodown, desde o uso de armas, zoom in e out, a barra de especial e personagens secundários que deixam power ups na tela. Se você é fã da serie não tem como deixar escapar um sorriso quando no meio do duelo surge um daqueles duendes gordinhos, carregando um saco nas costas, aí então você instantaneamente se lembra do que tem que fazer.
Seguindo a mecânica do clássico Golden Axe, juntando as poções que os duendes deixam, você acumula magica para poder desferir os golpes especiais. Cada personagem tem uma boa variedade de golpes, alguns mais de projéteis outros mais de agarrão, os pequenos são rápidos e fracos, os grandes são lentos e fortes, obedecendo bem a cartilha de como fazer um bom jogo de luta. Pode ser por isso que o titulo não se tornou tão popular. Outro ponto que pode ter contribuído para isso é o fato de o jogo não ter nenhum dos heróis do jogo original, penas descendentes deles.
Rejogando esses dois jogos da serie Golden Axe, fiquei pensando se a SEGA não esta comendo bola, eles deveriam estar com certeza disponíveis para as novas gerações na PSN ou na LIVE.