Em todos os anos, só existem duas certezas no mundo dos video games: o monstro do hype vai arruinar algum jogo e a EA vai lançar um novo FIFA. A versão 2015 do melhor jogo de futebol da atualidade traz algumas novidades importantes em relação à anterior, e alguns desses novos recursos levam o game para um nível cada vez mais próximo da simulação de uma partida real. Claro que nem tudo está perfeito, ainda existem bugs bizarros, problemas de conectividade – especialmente no Ultimate Team -, alguns lances mentirosos e exagerados, mas apesar disso, FIFA 15 mostra que a EA está preocupada em entregar um jogo cada vez mais completo e competente para os fãs do esporte bretão.
Pouco importa se você joga na sétima, na oitava, nos PCs ou ainda nos portáteis, você terá FIFA 15 disponível para seu console, a não ser que você tenha apenas um Wii U. Lançado para uma quantidade de plataformas absurda, FIFA 15 se mostra bem diferente em cada uma delas, também pudera: não dá pra esperar que um jogo lançado para PS4 tenha a mesma qualidade no portátil Nintendo 3DS. Apesar dessas diferenças, principalmente gráficas e de jogabilidade, FIFA é democrático e oferece em todas as plataformas uma experiência competente e digna do esporte inventando pelos ingleses.
Um dos pontos mais criticados do FIFA 15, foi a ausência de ligas e clubes brasileiros. Por conta de um problema de licenciamento com a CBF, os times nacionais ficaram de fora do jogo, e parece difícil que a gente os veja ainda nesta versão.
Outro aspecto democrático do jogo é a grande variedade de modos. O game oferece diversão desde um simples amistoso casual até um modo mais completo como o FIFA Ultimate Team (FUT), onde transações entre times e a compra e venda de jogadores são bastante complexas e podem envolver até monetização. Esse aspecto, aliás, vem ganhando mais espaço a cada nova versão de FIFA. Se você quer contar com nomes como Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Hazard e Bale, é praticamente impossível contratá-los sem utilizar os pontos, que devem ser comprados através do seu cartão de crédito.
O preço dos atletas de ponta fica cada vez maior, e a não ser que você dê uma sorte absurda de achar um deles nos pacotes, terá de abrir a carteira da vida real para adquiri-los. Entretanto, é possível “experimentar” esses craques contratando-os por empréstimo, que variam de preço de acordo com o astro e o número de jogos em que ele poderá atuar pelo seu time.
Com licença oficial da grande maioria dos times, jogadores e seleções, há uma infinidade de ligas de diferentes países e divisões que podem ser jogadas, bem como temporadas completas. Em se tratando, por exemplo, de um time de primeiro escalão da Europa, isso representa disputar o campeonato nacional, a taça, um torneio continental e até mesmo amistosos preparatórios.
Para quem gosta de encarnar o técnico, há também o modo carreira, onde o jogador pode, além de controlar seu time frente aos adversários, realizar contratações para seu elenco, vender e emprestar jogadores, além de criar táticas, designar olheiros para descobrir novos talentos, e dependendo do sucesso, até mesmo ser convidado a comandar uma seleção. O modo já é velho conhecido dos Fifeiros, mas está cada vez mas completo a cada nova edição do jogo.
Com grande variedade de modos, FIFA 15 oferece diversão desde um simples amistoso casual até um modo complexo como Ultimate Team.
Outro grande destaque, já comum nos jogos da franquia mas que sempre vale ser citado, é o fato de que os times e jogadores são atualizados semanalmente de acordo com o que acontece na vida real. Se um jogador se arrebentar naquela semana, marcar vários gols, fizer assistências, na atualização seguinte ele terá um implemento em suas estatísticas, representando assim o bom momento vivido pelo jogador em seu clube.
O mesmo vale para o contrário: se o perna de pau entregar o ouro e causar problemas para seu time, ele terá seu nível diminuído. Lesões, transferências, tudo é atualizado automaticamente a cada semana, bastando iniciar o jogo e entrar em um dos modos para o jogo atualizar os elencos e jogadores.
Um dos pontos que mais chamou atenção durante a fase de pré-lançamento, foi o foco que a EA deu na inteligência emocional… mas afinal, que raio é isso? Trata-se da moral, motivação e confiança dos jogadores, reagindo de acordo com o que acontece na partida, a torcida e a atuação do rival.
Embora tenha melhorado em muitos aspectos e com uma IA que reage a diferentes situações dentro dos jogos, FIFA 15 ainda apresenta alguns problemas recorrentes nesse mesmo aspecto
Em um sistema de IA reformulado, os jogadores reagem de diferentes formas ao momento pelo qual o time passa em campo, quase que de forma instantânea. Por exemplo, o time que está pressionando o adversário mas não consegue marcar gol por conta de uma atuação brilhante do goleiro e leva um gol no contra-ataque, acaba perdendo moral e confiança. Aí tudo se torna mais complicado, desde acertar um passe de 10 metros ou tentar um drible.
Da mesma forma, se seu time marcar um golaço em uma jogada bem tramada, depois de uma sequência de dribles, em uma bomba de fora da área ou até mesmo se você pegar um pênalti, a moral e confiança do seu time aumentam e as coisas começam a dar certo de forma mais fácil. Exatamente como acontece nos campos reais, o psicológico tem forte influência.
Isso também funciona de forma macro, e a moral e confiança do time acompanham o seu desempenho no campeonato. Até a torcida pode ajudar ou atrapalhar nesses momentos. Ela se vira contra o time da casa quando este está tomando um vareio de bola, ou então, o empurra para buscar a um empate, ou consolidar uma vitória.
Embora tenha melhorado em muitos aspectos e com uma IA que reage a diferentes situações dentro dos jogos, FIFA 15 ainda apresenta alguns problemas recorrentes nesse mesmo aspecto, principalmente no caso dos goleiros. Eles agora são muito mais suscetíveis a falhas, e nomes como Neuer e Curtois não são mais praticamente intransponíveis, e isso é um ponto positivo. O problema mesmo são coisas absurdas, como virar de costas para o lance em um momento de perigo, e algumas situações em que certos goleiros parecem que estão literalmente autistando enquanto a bola está sendo chutada em direção ao seu gol.
Há também algumas falhas, como por exemplo, bolas chutadas de determinadas formas que, embora pareçam despretensiosas, sempre terminam em gol também por alguma falha de IA ou de programação do jogo. Outros bugs acontecem, e novamente a física do jogo é onde eles mais estão presentes.
FIFA 15 mostra que a EA está preocupada em entregar um jogo cada vez mais completo e competente para os fãs do esporte bretão.
Um dos pontos mais criticados do FIFA 15, foi a ausência de ligas e clubes brasileiros. Por conta de um problema de licenciamento com a CBF, os times nacionais ficaram de fora do jogo. Os produtores deixaram aberta a possibilidade de incluí-los através de uma atualização, mas como o acordo com a CBF, esse acordo parece ter emperrado de vez e é algo que dificilmente veremos nessa versão.
Tudo isso, apesar de mostrar que a EA está no caminho certo, também revela que ela ainda tem um caminho considerável a trilhar para consertar ou pelo menos minimizar esses problemas. A qualidade técnica de FIFA está acima da exibida por PES, mas a decisão final é questão de gosto, e cabe a cada jogador.
Este jogo foi analisado no PlayStation 4