No dia 21 de abril, não celebramos apenas o mártir da independência brasileira, Tiradentes, mas tambem o mártir da independência dos consoles. Foi quando nos libertamos das amarras dos fios e das enormes e pesadas TVs de tubo para viver inúmeras aventuras, batalhar em arenas mortais, em guerras na terra, no mar, no ar ou no espaço. Agora livres, podemos enfim jogar em qualquer lugar, desde as filas de bancos, recreio nas escolas e meu favorito, as privadas dos banheiros. Neste ano, comemora-se os 26 anos de um produto que revolucionou a forma como crianças do mundo todo jogavam videogames: o Game Boy.

Fruto da mente de Gunpei Yokoi, o Game Boy foi lançado no Japão em 21 de abril de 1989, com o objetivo de unir dois sucessos da Nintendo em um único produto. O projeto combinava toda a variedade de jogos que o NES oferecia com a portabilidade dos Game & Watch, também criado por Yokoi.

Até então, o que existia para nos divertir em movimento eram os Game & Watch e seus inúmeros clones. Sim, eles eram muito divertidos, porem tinham alguns pontos negativos. Os jogos eram bem simplificados, cada “console” dispunha apenas de um game. Assim, era necessário carregar vários modelos diferentes se você quisesse ter uma jogatina variada e ter pais milionários para comprar toda a sorte de modelos disponíveis.

Pensando nisso, ou em ganhar muito dinheiro (nunca se sabe), Yokoi apresentou o primeiro protótipo do Game Boy à diretoria da Nintendo em 1987. Encantados com o resultado, deram sinal verde ao projeto.

Analisando nos dias de hoje, chamar o Game Boy de portátil pode parecer loucura, mas na época do seu lançamento, as características que vendiam o produto incluíam caber em bolsos de camisas e calças. Outra época, outros conceitos, acho que não era tão incômodo andar com um tijolo na bunda.

Medindo 9cm de largura, 14,8cm de altura e 3,2cm de espessura, o aparelho ostentava uma tela de cristal liquido monocromática com 4 tons de cinza. O display tinha 2,6 polegadas e 160×144 pixels de resolução. Dentro, um chip de 8-bits Sharp LR35902[20] com o clock de 4.19 MHz que garantia 59,7 FPS. Tudo isso utilizando apenas quatro pilhas AA, que garantiam 20 horas de jogatina ininterruptas.

Falando agora da minha relação com o Game Boy, ela foi tardia, coloquei as mãos no aparelho lá por 94 ou 95, se não me falha a memória. Meu irmão apareceu em casa com um Game Boy vermelho, provavelmente fruto dos rolos (trocas, escambos) que ele costumava fazer.

Sabendo que não demoraria muito até meu irmão enfiar o aparelho em mais um dos seus rolos, aproveitei o máximo que pude a estadia do console. Ele tinha um daqueles cartuchos com centenas de jogos, a maioria repetidos, entre eles os grandes clássicos do console:

Contra: The Alien Wars

Dr. Mario

Tetris

Super Mario Land

E, é claro, o meu favorito:
https://www.youtube.com/watch?v=O06QXQ7Jfak

O Game Boy foi um marco na história dos video games. Ele criou um mercado onde se manteve líder durante anos, sendo desbancado somente pelos seus sucessores. Muitos tentaram destronar o portátil da Nintendo, como a SEGA com seu Game Gear, a Atari com o Lynx, a Bandai com Wonderswan, a SNK com o Neogeo Pocket, o Game.com da Tiger e até a Nokia com o N-Gage. Todos falharam miseravelmente.

Hoje, a Nintendo aposentou a família Game Boy em função do lançamento dos DS, mas eu não veria problema algum em ter um Game Boy DS ou Game Boy 3DS. Pois, para mim Game Boy é sinônimo de video game portátil.

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