Gamescom quer pavilhão brasileiro e amplia foco no país

No momento, os olhos de todo o mundo estão voltados para a E3, que acontece em menos de um mês. Enquanto isso, na Alemanha, já começam a ser dados os primeiros passos para a gamescom 2015, o maior evento europeu de games que, como na feira americana, atrai jornalistas e olhares dos gamers de todo o planeta. Só que, neste ano, quando a galera estiver olhando para lá, o Velho Continente também vai estar vendo a gente com carinho.

Foi o que exibiu a organizadora da feira, a Koelnmesse, ao fazer o anúncio oficial da gamescom 2015. Além de realizar apresentações no Brasil, para a imprensa local, a empresa também exibe planos ambiciosos – quer contar com um pavilhão brasileiro no evento deste ano e transformar a feira na mais importante plataforma de nossa indústria, tanto para os gamers quanto para desenvolvedores, distribuidores e outros participantes desse mercado.

Essa iniciativa, inclusive, surgiu de um feedback dos próprios exibidores, após uma pesquisa interna feita com participantes da gamescom no ano passado. “O Brasil tem 48,8 milhões de jogadores e é um dos maiores da América Latina em faturamento. Só isso já transforma o país em um mercado importante para a indústria”, explica Tim Endres, diretor de projetos da feira, em entrevista ao NGP. Uma clara oportunidade de negócio que o evento, agora, quer abraçar.

O executivo confirma poucos detalhes sobre o foco brasileiro na gamescom 2015, mas já revela dois parceiros confirmados – a Pag Brasil e o Boa Compra UOL, duas plataformas de pagamento que facilitam a utilização de serviços online pelos brasileiros. O segundo, por exemplo, é o parceiro do Steam no país, operando em reais e permitindo que jogos sejam comprados por meio de boletos, por exemplo.

A apresentação dedicada à imprensa nacional, então, é apenas o primeiro passo dessa internacionalização da gamescom. A ideia, explica Endres, é fazer com que o evento se torne uma plataforma de contatos de negócios tão importante em todo o mundo como é para os europeus. “Atendemos igualmente desenvolvedores, publicadoras, comerciantes e consumidores. Somos o maior evento de entretenimento interativo [do mundo] e também a principal plataforma global para negócios”, conclui.

Uma cidade transformada

Situada em Los Angeles, a E3 tem um clima de show, com suas conferências, grandes anúncios e muitas, muitas atrações. Enquanto isso, a gamescom se apresenta como uma feira mais voltada para contexto, com menos bombas e mais profundidade. Foi justamente esse aspecto que permitiu à feira se expandir em quatro pilares, e não atender apenas ao público e à imprensa, mas também a desenvolvedores de jogos.

Como detalhou o executivo, anualmente, o evento transforma a cidade de Colônia, na Alemanha, na meca do entretenimento digital. Não se trata apenas da gamescom em si, com os principais games do mercado, mas também da Games Developer Conference Europe, focada nos produtores de jogos e acontecendo simultaneamente, além da gamescom city festival, que traz shows musicais e outras opções de entretenimento.

Essa diversificação é vista como uma das principais responsáveis por transformar a feira em uma história de sucesso. O que começou em 2009 com grande foco local e apenas 201 exibidores internacionais cresceu para mais do que dobrar este total. Em 2015, serão 180 mil m² de espaços de exibição, abrangendo gente de todo o mundo em uma das maiores festas do entretenimento digital do mundo.

Outro destaque para a edição deste ano serão os indies, que vem apresentando bastante sucesso e, em 2015, se unirão em estandes coletivos com tamanho semelhante ao de algumas das maiores empresas do mundo dos games. Assim, eles conseguem competir de igual para igual em termos de atrações e levar suas propostas independentes para todo o mundo.

A gamescom 2015 acontece entre os dias 5 e 9 de agosto, em Colônia, na Alemanha.