Quando as palmas de minhas mãos sentiram o peso do controle da estação onde havia sido montado Dark Souls III para a mídia especialidade testá-lo, eu imediatamente senti um sopro quente em minha nuca advinda em conjunto com a pressão que o monitor exalava, o qual transmitia a seguinte mensagem em meu âmago: “você vai morrer logo menos…”. Parece exagero, né? Mas a primeira sensação que tive foi exatamente esta. E na mistura, pode-se somar o fato de que eu estava extremamente ansiosa para jogar aquela macabra demonstração, além do ponto de que eu simplesmente adoro a série Souls.
O novo RPG de ação da From Software – que inclusive traz de volta o jogo o criador da franquia à frente do jogo, o Sr. Hidetaka Miyazaki (yay!) – pareceu exatamente como um título da saga Dark Souls deve ser: hostil. A demonstração que tivemos a oportunidade de jogar começava em meio às ruínas de uma espécie de castelo abandonado, chamado de Wall of Lodoleth. Não havia nenhum indício sobre como ou quando aquela área estará localizada na história; o jogador era simplesmente jogado ali, encontrando hordas de inimigos que variaram entre arquétipos de mortos-vivos a cavaleiros trajados em imponentes armaduras.
O ponto que mais me chamara atenção foram sem dúvidas os gráficos. É quase como chover no molhado comentar como o visual está fantasticamente belo, e creio que parte deste mérito se dê ao fato do que foi apresentado na demonstração: os céus alaranjados no horizonte retratando a beleza mórbida da calada do pôr-do-sol, em perfeito contraste com os assoalhos e as paredes escuras das ruínas, imersas em destruição e em mortes por todos os cantos… O que vislumbramos em tamanho ambiente trazia de forma magnânima a sensação de caça e caçador, mostrando que mesmo em plena luz do dia, a todo o momento há a frustração de ser um mero guerreiro enfrentando as forças das trevas, e que a morte pode visitá-lo em qualquer esquina – ou através de um rasante nos céus, cuspindo fogo e queimando a tudo e todos sem piedade… Ah, dragões! <3
Não bastasse isso, as rotas pelas quais eu caminhei durante a demonstração sempre pareciam serem interligadas, melhorando o fator replay da jogabilidade, já que existe a sensação de que há muito mais para explorar do que o horizonte que os olhos enxergam.
O terceiro game da franquia é ainda uma seqüência direta de “Dark Souls II”. Mas segundo o que nos foi explicado por Mark Religioso, gerente de marcas da Namco Bandai; não é exigido que o jogador tenha que terminar o segundo jogo para entender Dark Souls III, muito embora o funcionário tenha nos revelado que haverá referências que serão mais bem compreendidas por aqueles que tiverem se aventurado nos dois últimos títulos (e também em seus respectivos DLCs).
Por falar em referências, outro ponto positivo para o game é o fato de o lore continuar a ser um de seus principais atrativos, se tornando uma gratificante recompensa aos jogadores antigos – na demonstração mesmo, Mark nos apontou referências e citações aos dois últimos jogos da série, as quais quando eu encontrei, aqueceram meu coração de forma inigualável…
Por fim, enquanto ainda jogava, não foi nem preciso questionar Mark sobre Bloodborne, já que uma das influências mais perceptíveis é avistada logo nos primeiros encontros com os inimigos: eles estão mais velozes e agressivos. Apesar de ser meio obvio que a tendência fosse essa, no entanto, é possível sentir melhorias no personagem que controlamos também, como por exemplo, em sua esquiva e na durabilidade de suas armas. As magias também sofrerão algumas mudanças, segundo o que o gerente de marca ao nosso lado nos explicara: agora, cada uma trará características especificas que ajudarão a melhorar as estratégias de acordo com a arma que o jogador escolher, Além disso, elas irão utilizar uma barra de MP, trazendo uma leve brisa de saudades de Demon’s Souls…
Infelizmente, eu não consegui chegar até o chefe da fase porque, obviamente, morri durante o trajeto. Todavia, eu assisti alguns colegas jornalistas enfrentando-o e posso assegurar que é melhor não bobear; o mestre nomeado como “Dancer of the Frigid Valley” não está para brincadeiras e possui golpes extremamente devastadores. Em determinado momento, ele até mesmo pára de seguir certo padrão de movimentos… Vixe.
“Dark Souls III” será lançado no primeiro semestre de 2016 para Xbox One, PlayStation 4 e PC, com suporte para um jogador off-line e funções online integradas, o game trará ainda legendas em português.