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SuperHot

por Fernando Scaff Moura

O shooter mais inovador dos últimos anos

Você nunca jogou um jogo de tiro como esse. SUPERHOT tem uma pegada de ação estratégica que torna todo tiroteio uma complexa partida de xadrez. As cores brancas e vermelhas facilitam identificar os traços das balas no ar e a lozalização dos inimigos. Com isso, se posicionar e decidir qual o melhor caminho a fazer se torna um árduo jogo de tentativa e erro com a gloriosa sensação de sucesso quando se consegue sair bem de uma fase.

Em SUPERHOT, tudo só se move quando você se move, do contrário, fica em super câmera lenta e se pode pensar com certa calma nas ações. Cada movimento tem uma velocidade, cada arma dispara em ritmos diferentes e esse conhecimento faz toda diferença para se avançar.

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É essa câmera lenta que traz todo brilho ao jogo. Por tudo acontecer devagar, a sensação é de estar em super velocidade, desviando de balas, pulando por cima de tiros e golpeando seus inimigos sem piedade. Inimigos esses que, quando morrem, se estilhaçam como vidro. As armas começam a cair lentamento e você pode pega-las no ar e já sair usando. Puro Matrix, ainda mais quando você pega a katana e se sente o Afro Samurai, detonando tudo e todos, ou que está dentro de um filme tarantinesco.

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Uma das coisas legais do jogo é a sensação de que o mundo é orgânico. Na medida em que você mata inimigos, novos surgem em pontos diferentes do mapa, e sem acabar com todos, a fase não termina. Deste modo, saber de onde eles irão vir ajuda muito. Contudo, se você se posiciona ou se move de uma maneira diferentes, os inimigos também surgem de lugares variados. Assim, a fase não é a mesma sempre, ela se altera dependendo da sua posição e você pode usar isso a seu favor ou acabar surpreendido com inimigos surgindo nas suas costas sendo que esperava por eles em outro lugar. Isso só amplia ainda mais a sensação estratégica do jogo.

Você nunca jogou um jogo de tiro como esse. SUPERHOT tem uma pegada de ação estratégica que torna todo tiroteio uma complexa partida de xadrez.

O game pode ser finalizado em 2h e a história é perturbadora, mas pretensiosa. De certo modo, não compreendi bem como tudo se conecta, e o final, por mais que seja interessante, é também rápido e simplista. Creio que o jogo tenha sido feito para realidade virtual, e toda a história é construída em cima disso, com a arte e o próprio enredo se combinando para causar confusão sobre decisões intensas e meio forçadas.

SUPERHOT se parece com um jogo criado sobre uma mecânica ótima e, para não ser só  “mais um Tetris”, chamaram um roteirista meio inexperiente e com vontade de chocar o mundo para construir uma explicação para essa mecânica, mas sem justificar muito por que quer fazer isso. Ou talvez essa seja a forma da Polônia, terra dos desenvolvedores, contar histórias.

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Devo admitir que adorei a forma como a trama começa, uma simples conversa de chat entre dois amigos, com a tela tendo um efeito dos monitores tubo antigos. A navegação também acontece como na antiga interface do DOS e a forma como ele faz você usar o chat cria a sensação de que é você mesmo quem está interagindo. Nada é explicado muito bem no começo, e a progressão te faz emergir no jogo e na história caótica que se cria ao seu redor.

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Encaixo SUPERHOT no mesmo quadro de Receiver, outro shooter diferente. Jogos com mecânicas interessantes que permitem evoluir um gênero, ainda mais no tão saturado mundo dos FPS. Se você procura um títuloo com mecânica imersiva e curiosa, esse é para você.

O jogo foi testado em cópia cedida pelo SUPERHOT Team.