Muitos já devem ter percebido que o maior lançamento da Capcom de 2016 está passando por uma certa crise de aceitação entre os fãs, ao ponto de ter vendido mais de 120 mil cópias nas primeiras semanas após seu lançamento, mas ter uma média de players online de 4 mil, bem diferente do seu antecessor, Street Fighter IV. São diversos os fatores para essa transição conturbada.

O game que marcou os fãs eternamente foi Street Fighter III 3rd Strike, que não só consolidou o sistema de combate com P-Links, footsies, timming preciso independente para cada personagem, seleção de especiais (Super Art) e Target Combos, mas também a configuração de botões, sendo os 2 Fortes para provocação, 2 Fracos para arremesso/agarrão e os médios para ações especiais. O quarto jogo da série tentou remontar esse sucesso de 1999 com um sistema mais amigável e evitando os protestos de que o anterior era um jogo anti-noob, que afastava os menos dedicados, o que também reduziu o potencial de vendas. Foi sorte a Capcom manter a série Street Fighter Zero (Alpha, nos EUA) paralelamente, garantindo uma entrada de dinheiro.

O episódio de Street Fighter mais parecido com 3rd Strike, felizmente (para poucos) é o quinto, mas sem deixar de ser amigável para os iniciantes, tendo até um modo tutorial com o básico do básico.

Uma grande perda para quem ficou fã de Street Fighter no quarto episódio é o roster do novo jogo. A lista de personagens que remove 90% dos habituais causou um sentimento de “meu favorito sumiu” entre muitos, ainda mais após oito anos de costume com o sistema de jogo. Não é nenhuma surpresa que os “early adopters” da franquia tenham estranhado este novo capítulo da saga, pois não existem Focus Attack e suas variações, os lutadores não têm tanta energia e contam com uma barra de Stun (que os deixa zonzos), o que não permite que o usuário vacile em golpes descuidados.

Sem seu protagonista favorito, desenvolvido em quase uma década, ou desde a versão Ultra, aparecem também novas versões onde até Ryu e Ken estão modificados. É muito para quem não tem facilidade em aceitar mudanças. Ou seria preguiça de reaprender a jogar?

 

Mas não pense que as readaptações de franquias de jogos luta são “mimimi”, mas sim, realidades que todo jogador de franquias com muita fama e fanbase consolidada por anos a fio tem que enfrentar. Poucos devem se lembrar, mas The King of Fighters 95 mudou tanto para a versão 96 que as revistas de video game da época tiveram que fazer matérias explicando como o novo sistema de jogo deveria ser encarado, mesmo sem os comandos e golpes terem sido alterados desde a versão inicial, em 1994. E os gráficos melhoraram incrivelmente, consolidando a aparência até o reboot da série no KOF XII, que dispensa explicações.

Foi da mesma forma com os crossovers da Capcom. Marvel Vs. Capcom seguia o padrão de seis botões clássicos de ataque e dois personagens por vez até chegar o segundo e mudar tudo. Eram três personagens de cada lado, quatro botões de ataque e golpes de suporte expondo seus outros membros de time, em vez de um Striker com número limitado de aparições, além de uma velocidade alucinante.

O mesmo aconteceu com Marvel Vs. Capcom 3, que seguiu os padrões de botões de Tatsunoko vs Capcom, exclusivo do Wii, mas exagerou nos combos de 100% de danos graças aos OTG (Off The Ground) Attacks que levantam os oponentes caídos na porrada para mais combos.

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Apesar das alterações previsíveis nesta quinta versão, a Capcom manteve o essencial e o básico de todos os jogos anteriores, como o sistema de combo que não mudou desde o segundo e clássico game. Permanecem combinações clássicas como voadora + ataque + super golpe ou mesmo o combo mais básico do mundo, a voadora e rasteira forte. Mas, como já vi em muitos contras de que participei ou assisti nas partidas do mundo inteiro, tem muita gente jogando Street Fighter V como se fosse o antecessor.

Faça como o Daigo, que demorou mas aprendeu que é preciso esvaziar a xícara se quiser aprender coisas novas, mesmo que elas pareçam o de sempre. Boa diversão com Street Fighter V, nos vemos online!

 

 

 

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