Dentre outras, as duas principais formas de se atrair a atenção para algo são: a maneira espontânea, que sem aviso prévio nos gera uma curiosidade franca e nos faz querer ter contato com aquele objeto; e a maneira induzida, que nos motiva a querer consumir algo por alguma razão específica. Ambas possuem seus pontos de destaque, porém, na segunda, um objetivo final costuma ser mais destacado.
Quando baixamos um jogo numa loja de aplicativos, por diversos fatores (um bom desconto, recomendação bacana, o peso do nome, etc…) algo ali, espontâneo ou não, atraiu o nosso interesse em consumi-lo. Esses pontos são claramente perceptíveis, mas acabam ficando em segundo plano quando o objetivo é apenas matar o ócio ou alimentar a nossa procrastinação sagrada do dia a dia jogando aquele game legal da semana.
No entanto, e quando o jogo oferece algo para que o jogador tenha interesse em jogá-lo? Parece bom, mas e se o aplicativo não tem nada de interessante e que já não tenha sido apresentado em outros títulos, bem mais divertidos, focados em fazer o jogador alcançar o highscore, ainda interessa? E quando esse algo é dinheiro real? E se esse dinheiro real for uma grana bacana?
Você jogaria algo ruim, no objetivo de se tornar o melhor e ganhar dinheiro com isso? O SuperFranc, lançado para Android e iOS, se combina nesse modelo e está querendo muito a sua atenção.
Uma competição de 100 dias
Pegando carona no sucesso de Flappy Bird, existem nas lojas de aplicativos um gênero de jogos que são viciantes, sem grande atrativo senão a satisfação em bater o próprio recorde (abrindo precedente para mais uma rodada de tentativas frustradas e impulsos de ódio incontroláveis), onde SuperFranc se encaixa com perfeição se não fosse seu diferencial exagerado.
Nessa primeira etapa do jogo, o jogador que alcançar o maior número de pontos receberá R$ 10 mil reais. Para isso, o usuário deverá apenas baixar o game gratuito, desenvolvido e financiado pela empresa de software World’s Hero SA, se cadastrar e jogar. Simples assim.
Um problema pode ocorrer, porém, em uma das suas três etapas do cadastramento, que consiste na inclusão do nome do usuário, confirmação do número do telefone e o envio do código de verificação encaminhado ao telefone, demorando mais tempo que o normal, dando a entender que o telefone travou ou algo do tipo. Onde, na verdade, é o aplicativo recebendo os dados inseridos, sem nenhum informe disso na tela. Em um momento, o cadastro seguirá.
Esse é um processo que deve ser repetido, caso o jogador precise efetuar, novamente, o login. Apesar de o jogo ter sido lançado inicialmente aqui no Brasil, seus termos e condições – algo primordial ao envolver uma soma de dinheiro considerável – estão completamente em inglês.
É possível ganhar?
Ao contrário de outros jogos do gênero, onde você sabe exatamente onde errou, o SuperFranc, por vezes, é confuso no controle do impulso que o herói suíço precisa tomar para saltar nas diversas plataformas que compõe o cenário. A jogabilidade consiste em pressionar a tela, na qual uma barra é carregada e define a força que o salto tomará. Se pressionar demais, entretanto, não há volta, apenas torcer para conseguir alcançar a outra plataforma ou a queda livre. Virando mais questão de sorte que habilidade.
Contudo, com alguma destreza de Elfo Ninja do clã do gato, e uma dose cavalar de persistência, é possível atingir o topo dos jogadores e faturar o prêmio. No meu caso, após o muito sofrido recorde de 23 pulos certeiros, desisti. Assumi que minha sanidade e tempo livre valem um pouco mais que o valor oferecido.