Uncharted 4: A Thief’s End é, sem dúvida alguma, o maior lançamento do ano até agora. É, por exemplo, o título com vendas mais rápidas do PlayStation 4. E por mais que você seja partidário da Microsoft ou mesmo não curta as aventuras de Nathan Drake, é difícil brigar com a qualidade visual do título, um dos mais bonitos da atual geração, e também com a força de sua história, que pode não ser absurdamente profunda, mas trata de decisões de todos nós, sejamos meros jornalistas, exploradores de tumba, ou qualquer outra coisa.

Aqui no NGP, você já conferiu dois gameplays do modo multiplayer, uma zeratina ainda em andamento e também nossa análise, que conferiu a Uncharted 4: A Thief’s End uma nota 9,5. E a essa altura do campeonato, os fãs já devem ter finalizado o título, enquanto quem não se importa, simplesmente não vai fazer isso. É hora, entretanto, de dar um incentivo a mais para que ambos retornem à jogatina e conheçam um pouco mais do rico mundo de Nathan Drake.

A Naughty Dog, como sempre, incluiu uma série de brincadeiras e piadinhas não apenas com o próprio passado, mas também com o futuro de suas franquias – ou não. Todos sabem da presença de um minigame de Crash Bandicoot, com uma fase do clássico game, mas essa é só a ponta do iceberg. E agora, sem medo de spoilers, apresentamos uma pequena lista para você que perdeu ou deseja saber mais sobre algumas coisas encontradas durante a aventura.

Relíquias “estranhas”

Um dos principais pontos que promovem o fator replay de toda a série Uncharted são os pequenos tesouros colecionáveis, encontrados durante as fases e que, quando coletados, garantem um troféu. No quarto game da série, entretanto, a Naughty Dog deu um passo além de incluiu os “strange relics”, tesouros ainda mais raros e especiais, e ainda, com referências a outras franquias da empresa.

O primeiro deles aparece no capítulo 9, logo depois do enigma com as cruzes e o balde de água. É um pingente dos Vagalumes, grupo rebelde que luta para encontrar a vacina e reestabelecer o governo no mundo de The Last of Us. Mais adiante, no capítulo 12, encontramos ainda um item já conhecido de quem é fã de Uncharted, pois aparece em todos os jogos da franquia – a Precursor orb, de Jak and Daxter. E, ainda, no capítulo 21, dá de cara com a Fruta Wumpa de Crash Bandicoot.

Mais do que referências a outros títulos da desenvolvedora, eles também são colecionáveis nos títulos dos quais fazem parte. Joel pode coletar medalhas dos Vagalumes durante sua aventura de sobrevivência, enquanto servem como dinheiro em Jak and Daxter e, por fim, garantem pontos e vidas extras na franquia do saudoso marsupial.

Papelão transformado em troféu

Problemas técnicos e bugs em eventos como a E3 são mais do que comuns, também são aguardados por jogadores que querem dar boas risadas. Os momentos constrangedores, entretanto, nem sempre são encarados com o bom humor da Naughty Dog, que em Uncharted 4: A Thief’s End, transformou em troféu uma falha que aconteceu em uma demonstração do jogo no ano passado.

O que para as audiências online pareceu um travamento foi, na verdade, resultado de falta de organização, quando após o fim da cutscene, o responsável pela apresentação simplesmente não encontrava o controle ligado ao console que estava rodando o jogo. O caso deu origem até mesmo a um meme, aquele que você já deve ter visto sobre ficar parado quando uma cena se interliga diretamente ao gameplay.

Na versão final, claro, isso não é um problema, mas o jogador que ficar parado por mais de 30 segundos após a cutscen em que Nathan e Sully enxergam, ao longe, a torre em que Sam está sendo atacado pelos soldados da Shoreline, ganha um troféu de bronze. O nome também relembra o fail da E3, “Stage Fright”, ou “medo do palco”, em inglês.

Documentos em mãos

Também no capítulo 11, enquanto tentam chegar até Sam, Nathan e Sully acabam passando por um posto da imigração de Madagascar. Inicia-se ali um diálogo opcional, que o jogador pode perder caso passe rápido demais, e também uma referência ao ótimo indie Papers, Please.

Ao ver a fila da alfândega, Sully comenta que a dupla também vai passar por isso quando retornarem aos Estados Unidos. Nathan, então, responde que poderia ser pior, pois eles poderiam estar chegando em Artotzka, o país fictício e em guerra no qual o jogador trabalha como inspetor de imigração no game de Lucas Pope, lançado por meio de sua empresa, a 3909.

Ilha dos macacos

Aqui, temos um easter egg que será percebido apenas pelos mais manjadores, e que permeia boa parte do enredo de Uncharted 4. No game, conhecemos a história de um grupo de piratas que resolveu criar uma terra onde poderiam viver livremente e desfrutar de seus tesouros, uma utopia que, claro, acabou em desgraça.

E entre os fundadores de Libertalia, essa terra prometida, estaria Guybrush Threepwood, o pirata que é protagonista da série de adventures Monkey Island, da LucasArts. Ele nunca é citado pelo nome, e tanto Nathan quanto Sam afirmam não saberem exatamente quem é aquele fundador do local. Entretanto, a semelhança é clara, assim como seu símbolo, um macaco, que não faz a menor questão nenhuma de esconder a referência.

Uncharted

Repare na roupa azul, com camisa branca sob uma bandoleira de couro. Ou no cabelo comprido e corpo magrelo exibido no único retato desse pirata desconhecido. Junte isso ao fato de Neil Druckmann, no passado, já ter dito que Uncharted 4 faria homenagem a alguns dos maiores piratas do mundo. Parece que, no fim das contas, tudo deu certo – ou não – para Guybrush, e ele pôde curtir sua fortuna, pelo menos por um tempo.

A tão esperada sequência?

Deixamos essa para o final não apenas por aparecer, efetivamente, no epílogo do game, mas também por ser aquela que mais dá margens a interpretação. Nos momentos finais de Uncharted 4, em meio a uma quantidade absurda de referências, pequenas informações e artigos, está o cartaz que você vê abaixo.

Uncharted 4

Estaríamos diante da primeira imagem de uma sequência de The Last of Us? Provavelmente não, pois o subtítulo, “American Daughters”, é similar a “American Dreams”, uma série de quatro histórias em quadrinhos lançadas pela Dark Horse antes da chegada do game de 2013. A história segue Ellie e Riley, e conta fatos anteriores ao jogo, além de abrir as portas para o DLC Left Behind.

A ideia de que não se trata de uma sequência, mas sim uma vindoura HQ, está na colocação provavelmente não acidental do logo da editora Dark Horse no pôster. As especulações sobre o título apontam ainda para uma história ainda mais anterior às que já conhecemos, possivelmente protagonizada por Anna, a mãe de Ellie, enquanto ela ainda estaria grávida da protagonista de The Last of Us.

Sabemos que uma continuação do jogo está a caminho – ela já escapou, sem querer, em declarações de idealizadores e foi confirmada pela própria Naughty Dog, dizendo que voltaria a trabalhar na sequência depois que Uncharted 4 e seus DLCs fossem lançados. Será que estamos prestes, então, dos primeiros caminhos que levam a The Last of Us 2, assim como American Dreams nos levou ao primeiro jogo da franquia? Só o futuro dirá.

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