Muito tem se falado sobre a importância da representatividade feminina nos últimos tempos, e isso não é só nos videogames, mas sim em qualquer mídia a que se tem acesso. Em Doctor Who, por exemplo, uma série britânica que existe há mais de cinquenta anos, é muito questionado se um dia o protagonista, o Doutor, reencarnará como uma mulher – é possível, e já foi provado.

No mercado de games, a bola da vez é com a franquia The Legend of Zelda que, semelhante à série televisiva citada anteriormente, também possui um protagonista que sempre é mostrado em uma reencarnação diferente em cada um dos seus jogos. E embora Link seja comumente conhecido como o Herói do Tempo (no masculino mesmo), não há nada que determine que ele sempre tenha que ser um homem. A Nintendo, inclusive, até mesmo criou Linkle, a versão feminina do protagonista, e a lançou para o spin-off Hyrule Warriors, há pouco tempo – ela é, inclusive, reconhecida como Heroína Lendária.

Dado isto, iniciou-se um burburinho a respeito de ser possível escolher o gênero de Link no novo título da série, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, que estreará o novo console da empresa em 2017 (o NGP já testou o game durante a E3, aliás). Todavia, durante a Nintendo Treehouse nesta última terça-feira (14), foi confirmado que o protagonista é novamente um homem, como de costume.

https://www.youtube.com/watch?v=uQhctf2q9Qw

Tudo bem até aí, nada muito impactante – na verdade era até esperado. Mas, em entrevista ao site GameSpot, o produtor do recém anunciado jogo, Eiji Aonuma, comentou sobre o ocorrido. Ele disse estar ciente dos rumores na internet, e que ele discutiu a possibilidade com a equipe. No entanto, ao invés de eles desenvolverem a idéia de escolher o gênero de Link, a equipe de desenvolvimento optou por fazer de Zelda a protagonista.

“Nós pensamos sobre…”, disse Aonuma, “e decidimos que se é para termos uma protagonista feminina, seria mais simples fazer a Princesa Zelda ser a personagem principal”. A ideia foi logo descartada por conta de um contratempo, porém: “… se a transformássemos na protagonista, e fizéssemos ela lutar, então o que sobraria para o Link fazer? Levando isso em conta, e também o conceito do balanço da Triforce, pensamos que melhor a fazer seria voltar à ideia original”.

A ideia original acabou sendo a de deixar tudo como está no que tange o gênero do protagonista, ao invés de reconsiderar a ideia mais simples onde seria possível escolher jogar como mulher ou homem. Uma coisa não há como se negar, contudo, e isto reconforta um pouco: a Nintendo enxerga a questão e, no futuro, pode ser que as coisas mudem.

Sendo uma série em que cada jogo é tão inventivo a respeito de sua jogabilidade, sempre se reformulando a cada novo título lançado, é possível sim que The Legend of Zelda nos surpreenda no futuro, trazendo um Link com possibilidade de escolha de gênero, ou até mesmo sendo uma mulher desde o início da jornada. Eu adoraria ver uma Link ao lado de uma Zelda, enfrentando uma Ganondorf, por exemplo. E vocês? O que acharam da escolha da equipe do novo game da saga? Acham que o Link pode mesmo reencarnar como uma mulher no futuro? Comente, compartilhe sua opinião conosco.

Encontrou um erro?

Envie um email para contato@newgameplus.com.br com a URL do post e o erro encontrado. Obrigado! ;-)