Na última semana, fomos surpreendidos pelo anúncio do NES Classic Edition, “novo” “console” da Nintendo que na verdade não é novo e talvez nem seja um console.

Não é de hoje que vemos por ai esses pequenos computadores, criados com foco na emulação de sistemas antigos. Porém, durante muito tempo se tratavam de produtos não-oficiais, produzidos na China. Entretanto, agora, temos algo oficial – o “mini NES”, como vem sendo chamado por muita gente, traz 30 jogos na memória sem a possibilidade de colocarmos mais. O preço é baixo, US$ 59,99 (R$ 196 em conversão direta), e o aparelho não usa cartuchos, nem tem entrada para cartões de memória externos.

Podemos dizer que, de forma oficial, uma das pioneiras desse segmento foi a Tectoy, com suas várias versões dos já aposentados Master System e Mega Drive. Tais consoles são as vezes edições simplificadas do projeto original, ou simples computadores que emulam 100% os sistemas originais. Isso se dá porque boa parte dos componentes originais não são mais fabricados.

Nos últimos anos, diversas empresas, com destaque para a Hyperkin, têm produzido o que ficou conhecido como Retro Consoles: equipamentos que chegam a emular até 10 sistemas, se contarmos as versões americanas e japonesas. Foi ela, inclusive, a envolvida numa polêmica, no mínimo, irônica, sendo acusada de quebrar licenças e usado indevidamente emuladores, que, por sua vez, são frutos de outras violações de direitos autorais.

Não sou nenhum entendedor de leis, mas acredito que, no fim das contas, tudo isso ai é pirataria. E não me venha falar daquela historia que os sites contavam, de que você poderia ficar 24 horas com a ROM de um jogo e então deleta-la. Qualquer uso de um game que não seja colocar no seu console e jogá-lo vai contra as regras.

Outra grande polêmica que paira sobre o mundo da emulação trata da fidelidade. Apesar do cerne da coisa, a diversão, continuar ali, intacto, muitos puristas afirmam que ha diferenças significativas entre jogos rodando nos consoles originais e os que rodam sob emulação. Elas vão desde velocidade, gráficos, até o som. É inegável que os emuladores são capazes de melhorar muito o visual dos jogos, mas é no quesito áudio que a coisa complica. Se mesmo entre os consoles oficiais existem diferenças graças a uma pequena variação do hardware, quem dirá em emulação.

Outra que se arriscou com esses consoles/emuladores foi a SNK, que em 2012 autorizou a TOMMO a produzir o NEO GEO X, um portátil que rodava jogos da plataforma original e que, graças a um dock station maneirissimo, virava uma réplica do console de mesa com direito até a um controle arcade clássico.

O problema se deu com a baixíssima recepção do público, que se queixava principalmente da baixa qualidade, tanto física quanto da emulação. Graças a isso a SNK PLAYMORE rescindiu o contrato antes do tempo e exigiu a suspensão da produção do NEO GEO X.

Olhando pelo lado comercial, a manobra da Nintendo em relançar o NES é genial. Como todos sabem, Nintendo e Apple têm o dom do campo da distorção da realidade, que faz pessoas trocarem de smartphone anualmente, comprarem pseudo consoles com míseros 30 jogos de uma biblioteca de mais de 700, e até fazer pessoas caírem de penhascos correndo atras de monstrinhos que só existem nas telas dos smartphones.

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