É Natal, mas aqui, as ruas não estão cheias de luzinhas para comemoração. Quer dizer, elas até estão bem iluminadas, mas não há ninguém nas ruas celebrando a chegada de Papai Noel. O que não significa que elas não estejam lotadas, mas aqui, a população é de mortos-vivos, em mais um desastre daqueles a que o repórter Frank West está acostumado. Mais do que isso, ele não apenas está à vontade no ambiente – ele gosta de tudo isso.
Dead Rising 4 se passa 16 anos depois do primeiro game da série e nos traz de volta à cidade de Willamette, onde conhecemos West pela primeira vez, confinado em um shopping e com zumbis por todos os lados. O centro de compras, novamente, é o epicentro de toda a infecção, mas agora, o repórter carniceiro tem todo um universo de possibilidades pela frente. E é justamente essa imensidão que se torna um dos traços definidores do novo jogo.
No título, a Capcom quer mais, de absolutamente tudo. Ela apresenta um cenário maior do que todos que já apareceram na série, mais zumbis, um protagonista bem mais seguro de si e, principalmente, uma quantidade absurda de armas, combinações e bizarrices para serem usadas no massacre.
Presentes desempacotados
A apresentação de Dead Rising 4, presente no estande de Xbox da Brasil Game Show 2016, era voltada, justamente, para a sanguinolência. Como uma demo especificamente trabalhada para apresentações desse tipo, o jogador era colocado já em um momento um pouco avançado do título, em uma missão que pede que Frank, somente, siga de um ponto a outro no mapa.
E já que a temática é um Natal bastante sinistro, o Papai Noel também passou pelo caminho a ser seguido pelo repórter, deixando armas, equipamentos e veículos para serem usados a bel prazer. Na demo, era possível usar desde armas mais simples, como um taco de baseball, facas ou uma metralhadora, até veículos fortemente armados com bombas. Mantendo o caráter brincalhão de Dead Rising, temos também coisas como um carrinho de kart eletrificado, um machado igualmente energizado ou uma espada de gelo.
Um dos meus preferidos, entretanto, já estava no inventário de West assim que a demo iniciou – um lançador de rojões. Mais uma vez de forma friamente calculada, a Capcom colocava nas mãos do jogador uma arma capaz de abrir grandes buracos na população morta-viva logo à frente. E se a quantidade de zumbis, com algumas centenas deles ao mesmo tempo na tela, já era impressionante, ver a quantidade de carne e sangue que voa enquanto eles explodem é mais ainda.
Esse aspecto, entretanto, cobra seu preço do hardware, e a apresentação, rodando em um Xbox One, apresentou diversas quedas na taxa de quadros por segundo. Essa, também, uma maldição presente em toda a franquia. É até de se entender, levando em conta a quantidade de elementos na tela. Por outro lado,
O contador que mostra o sucesso das execuções permanece mostrando o tamanho da matança, e durante os dez minutos de demonstração que estavam disponíveis, passei facilmente dos dois mil zumbis mortos. Mas, apesar do tempo de demonstração contato, já sabemos que, pela primeira vez na franquia, não teremos o tempo regressivo que é característico desde o game inicial, deixando a jogatina mais livre e o ritmo nas mãos do próprio jogador.
Muito a fazer
A notícia de que não teremos um limite de tempo é benéfica, pois com essa demonstração, Dead Rising 4 mostra também ser um dos jogos mais variados da saga. Há coisas acontecendo durante todo o tempo, e por mais que a gente sempre possua um objetivo principal, dá para interromper as missões a todo tempo para salvar sobreviventes ou realizar outras tarefas.
Mas de volta ao objetivo central de Frank – encontrar uma patrulha de soldados desaparecida, após uma desesperada transmissão de rádio. Levando em conta o enredo clichê de qualquer filme de zumbis, é claro que eles estão mortos, mas a surpresa, é que não foram os mortos-vivos que fizeram isso. A não ser, claro, que eles tenham aprendido a matar humanos sem fazer deles o almoço e pendurá-los de cabeça para baixo na parede.
Para provar a morte deles, o protagonista faz seu trabalho de jornalista e produz uma imagem dos cadáveres. Para brincar, ativei o modo selfie e tirei uma foto de Frank com os corpos pendurados ao fundo. Ele sorriu, como se aquela fosse apenas mais uma quinta-feira. O game considerou a foto “medíocre”, mas ganhei alguns pontos e ouvi a expressão da promotora do estande da Microsoft: “credo”.
No final da missão, o prêmio maior – a Exosuit, arma que já havia aparecido em algumas imagens de divulgação e que deixa o personagem com ares de Homem de Ferro. Um soco é capaz de lançar corpos longe e matar diversos oponentes ao mesmo tempo, enquanto um poder especial causa uma chuva de sangue ao partir os zumbis ao meio, sobre a cabeça de Frank. Algumas armas, ainda, só podem ser usadas com o item ativado, como uma metralhadora giratória bem potente.
E após a matança de alguns zumbis, a demo se encerra, não sem antes mostrar que, mais uma vez, os desmortos não serão os únicos oponentes de Frank West. Ele, novamente, estará diante de inimigos humanos, um esquadrão militar chamado Obscuris e que parece estar por trás de toda aquela destruição.
Não é necessariamente uma história original, e no fim das contas, ficamos até em dúvida se é necessário algo mais. É claro, um bom enredo sempre é bom, mas em Dead Rising, parecemos estar diante de algo mais parecido com os títulos do passado, em que o objetivo era ganhar pontos e ter o maior score. E se pudermos fazer isso usando luvas de boxe com facas, um tanque de guerra ou um sabre de luz, melhor ainda.
Dead Rising 4 chega em 6 de dezembro para Xbox One e PC. A exclusividade nos consoles, entretanto, é temporária, mas ainda não há previsão de lançamento para o PS4.