O Switch já está chegando, o Wii U começa a ser esquecido e, para muita gente, o Wii já está morto e enterrado. Mesmo descontinuado em 2013, entretanto, o console da Nintendo ainda recebe jogos, mesmo quase dez anos depois de seu lançamento original. Mas novembro de 2016 deve marcar o fim.

Nesta terça-feira (25), a Ubisoft lança Just Dance 2017 para a plataforma. Como o console que se tornou referência e ajudou a estabelecer os controles por movimento que propiciaram, justamente, a existência de uma franquia como esta, parece justo. A chegada do jogo marca, ao mesmo tempo, uma continuidade e serve como um panorama de como sobrevive o Nintendo Wii até hoje.

Just Dance esteve presente no Wii desde 2009, e nunca pulou um ano. Os lançamentos incluíram não apenas as edições comuns como também spin-offs voltados para crianças ou exclusivamente com canções da Disney. A lista inclui também alguns lançamentos para o público japonês, com direito a canções exclusivas e disponibilidade segmentada.

Vale a pena lembrar também que a Ubisoft, tradicionalmente, sempre se posicionou como uma boa parceira para a Nintendo. A empresa foi uma das últimas third parties a abandonarem o barco do Wii U – chegando até mesmo a cancelar o port de Watch Dogs para a plataforma, uma notícia que não soou bem para os fãs – e também uma das primeiras a revelarem estar trabalhando no Switch, antigo NX, novo console da “Big N”.

Olhar a lista de lançamentos recentes do Wii, entretanto, é observar um vazio. Just Dance 2017 será o primeiro lançamento do ano para a plataforma, e no ano passado, apenas três jogos chegaram ao console, com a franquia de dança sendo um deles. Títulos baseados em filmes de animação ou a série Skylanders preenchiam as prateleiras para quem ainda estava interessado no aparelho.

Atualmente, o game mais “novo” para o console é Rodea the Sky Soldier, game de aventura produzido por Yuji Naka, um dos responsáveis pelo primeiro Sonic e diretor do time de desenvolvimento dos jogos do ouriço por anos. Lançado também para Wii U e Nintendo 3DS, o título também chegou ao Wii e, inclusive, teve nele o que a crítica considerou sua melhor versão, talvez devido ao fato de o game ter sido criado, originalmente, para a plataforma, e transferido para as outras devido a seu longo tempo de desenvolvimento.

É (quase) o fim

Just Dance 2017, entretanto, não será especificamente o último game a ser lançado para o Nintendo Wii. Esse mérito, se podemos dizer isso, será de The Voice, uma adaptação do reality show musical que vai ter canções e clipes oficiais de Kaiser Chiefs, Justin Bieber e Queen, entre outros. O game chega em novembro também com versões para, pasmem, Xbox One e PlayStation 4, com direito a bundles que acompanham microfones em todas as plataformas.

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O desenvolvimento é da BigBen Interactive, também responsável por outros games recentes como WRC 6 e Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter. The Voice, entretanto, é o primeiro e, por enquanto, único game da companhia para o Nintendo Wii. E algo nos diz que a situação deve permanecer assim, até porque, na própria embalagem, a empresa já deixa claro que o título também pode ser jogado perfeitamente no Wii U, mesmo não sendo uma versão específica para ele.

Enquanto isso, a Nintendo permanece longe do console que tanto lhe rendeu por anos. Seu último jogo para o Wii foi Mario Party 9, de 2012. Depois, vieram ainda alguns títulos apenas publicados por ela, como The Last Story, de 2012, ou Pandora’s Tower, do ano seguinte, além de antologias ou relançamentos como Pikmin 2, que deu ao game do GameCube os controles por movimento, ou Kirby’s Dream Collection.

Status atual

A baixa na quantidade de lançamentos para um console que já deixou de ser da geração atual, com hardware defasado e quase dez anos de idade é uma rotina normal da indústria. O que manteve o Wii ativo por tanto tempo, na realidade, foi o esmagador sucesso que ele fez, principalmente em seus tempos de glória. Foram mais de 101 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.

Mesmo depois de anos, o Wii chegava a vender mais até mesmo que o seu sucessor. Entre os meses de abril e setembro de 2013, que correspondem ao primeiro semestre do ano fiscal da Nintendo e o final do primeiro ano do Wii U nas lojas, foram 460 mil unidades vendidas, contra 470 mil da geração passada. Os números se repetiram período após período, afundando um enquanto dava longevidade a outro.

Wii Mini

Foi nessa mesma época que a Nintendo anunciou a descontinuação do Wii no Japão, sua terra-natal. Por lá, o console deixou de ser produzido, mas não se sabe ao certo o status de sua fabricação no Ocidente. A “Big N” não falou no assunto para esse lado do mundo até hoje, e ainda é possível encontrar o console, principalmente em sua versão Mini, menor, vermelha e mais simples, sem conexão online e retrocompatibilidade.

Não dá para saber, entretanto, se os aparelhos disponíveis são de estoque, ou se a Nintendo ainda mantém uma fabricação reduzida do console. Provavelmente é o primeiro caso, e o lançamento contínuo de jogos mostra que ainda deve existir um pequeno interesse por parte do público, além do fato de que jogos de Wii também rodam no Wii U.

Depois de The Voice, provavelmente, é o fim para o velho aparelho. E, na sequência, a tampa do caixão do Wii U também já deve começar a baixar. A diferença é que, enquanto um “durou” dez anos, o outro permaneceu vivo por menos de metade disso, dependendo do seu ponto de vista. É claro, temos The Legend of Zelda: Breath of the Wild a caminho como um último respiro, entretanto, o anúncio do Switch, na última semana, vem quase como um contador regressivo para a aposta mal colocada da “Big N”.

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