Alguns anos atrás, ao se falar em jogo de luta com super heróis, certamente não seria nenhumas das franquias da DC Comics que viriam à nossa mente. Mas parece que, atualmente, o jogo está mudando, não é mesmo? Quatro anos depois do surpreendente sucesso do antecessor tanto nos quadrinhos como nos games, Injustice retorna em uma continuação que aposta nos inúmeros modos de jogo e também na customização para se manter atraente.
Quando Superman mata Lois Lane, levado a crer pelo Coringa que ela era uma grande ameaça ao mundo, seu espírito de escoteiro se despedaça, dando lugar a um herói vingativo e dominador, deflagrando assim todos os acontecimentos do primeiro game. Apos inúmeras batalhas entre os heróis e vilões do universo DC, o kriptoniano é subjugado e aprisionado em uma cela que anula seus poderes. É exatamente aqui que Injustice 2 tem início.
A jogabilidade simples e de fácil compreensão abre uma grande porta para iniciantes. Já para quem deseja se aprofundar mais nas mecânicas, Injustice 2 pode ser um tanto decepcionante.
Em meio a intrigas entre algumas facções de vilões e heróis com seus próprios modos de fazer justiça, uma nova ameaça surge no planeta, forçando a maioria dos personagens a deixarem de lado suas rivalidades, temporariamente, afim de unirem forças contra um mal maior. O clássico clichê de resolução para embate, que aqui ainda funciona muito bem como fio condutor da trama.
E falando nisso, mais uma vez a NetherRealm mostra competência ao criar um historia digna das HQs, para o bem e para o mal, envolvendo tanto personagens e fatos conhecidos como eventos e outros heróis e vilões que somente os mais dedicados fãs dos quadrinhos seriam capazes de reconhecer. Entre esse ilustres desconhecidos do grande público, é fácil citar Besouro Azul, Senhor Destino, Adão Negro, Mulher Leopardo, entre outros.
O fan-service é de primeira para os órfãos da finada animação da Liga da Justiça, destacando o excelente trabalho de dublagem em português, que desta vez trouxe todas as vozes consagradas na mesma animação, tal como Guilherme Briggs no papel do Superman, Priscila Amorim como Mulher Maravilha, e voltando ao papel de Batman, a icônica voz de Márcio Seixas.
Ao contrário do primeiro jogo, que estava ancorado à geração passada de consoles, Injustice 2 avança enormemente na questão gráfica, tanto nos cenários como nos modelos dos personagens, deixando todo seu muito mais fotorrealístico. Uma abordagem desse tipo também causa um maior estranhamento quando estamos lidando com pessoas fantasiadas. E é exatamente o que parece quando temos na tela, por exemplo, Superman enfrentando Senhor Destino – o primeiro é um cosplayer de colant azul e capa, já o segundo tem um “balde” amarelo na cabeça.
As expressões faciais da maioria dos personagens é assustadoramente bem feita, captando detalhes das atuações que fazem muita diferença nas cutscenes e diálogos entre os heróis. O mesmo já não pode se dizer do cuidado com as animações corporais em algumas poucas cenas, pois é nítida a diferença entre os momentos em que a captura de movimentos está presente ou não foi usada.
Outro aspecto que desfavorece um pouco as cenas que contam a historia do jogo é o fato de alguma delas se passarem no mesmo cenário onde acontece a luta. Por se tratar de um game com sua jogabilidade em duas dimensões, a atuação nas cutscenes também se limita a esse plano, deixando tudo muito teatral e limitado.
Injustice 2 é prova que games de luta podem ter trama interessante, que consegue manter o jogador ansioso pelo próximo capítulo.
A jogabilidade simples e de fácil compreensão abre uma grande porta para iniciantes e pessoas que se interessam mais pelos personagens do que pelo cenário avançado dos jogos de luta em si. Já para quem deseja se aprofundar mais nas mecânicas, Injustice 2 pode ser um tanto quanto decepcionante.
A maior novidade aqui é a possibilidade de customizar seu personagem com os mais variados itens de vestuário e armaduras, que alteram por completo o visual dos protagonistas e melhoram seus atributos. Tais mudanças, no entanto, podem desequilibrar completamente o jogo, tornando-o praticamente inviável para jogadores mais casuais.
As tramas convolutas dos super heróis nas HQs não colaboram em nada quando se tenta adaptar seus personagens e aventuras para outras mídias. Nesse aspecto, os games conseguem fazer um trabalho muito melhor ao agradar gregos e troianos.
O jogo foi analisado no PlayStation 4, em cópia cedida pela Warner Bros.