A Brasil Game Show 2017 foi uma feira de muitas hipérboles, recordes e acontecimentos marcantes, dos quais já falamos amplamente por aqui. Junto com a presença ilustre de nomes como Hideo Kojima, Ed Boon, Phil Spencer, Nolan Bushnell e David Crane, tivemos os grandes lançamentos e estandes gigantescos para ninguém botar defeito. Neste ano, ainda, a feira quis dar um olhar todo especial ao PC, dando praticamente um pavilhão inteiro para a tão poderosa “raça mestre”.

E foi nesse espaço, pelo qual a imprensa tinha que passar sempre que entrava na feira e era o único caminho para a saída dos visitantes, que dois titãs se uniram. Sempre com presença garantida na BGS, a NVIDIA, neste ano, decidiu se juntar à Gigabyte e à Acer para apresentar aos fãs o melhor que os PCs têm para oferecer e aproveitar todo o destaque que a feira estava dando às máquinas.

Para a fabricante de placas de vídeo, trata-se também de desbravar um mercado que ainda tem muito o que crescer, principalmente, e por incrível que pareça, em termos de informação ao usuário. Para Alexandre Ziebert, gerente de marketing da NVIDIA, muita gente, no Brasil, ainda não sabe exatamente para que serve uma GPU, e acima de tudo, nem faz ideia que aqueles games que roda em seu PC modesto podem ser muito melhores.

PC NVIDIA Destiny 2

“Jogos como PlayerUnknown’s Battlegrounds, League of Legends e Counter-Strike têm milhões de jogadores no Brasil, mas apenas alguns milhares têm placa de vídeo. Os outros se encontram em situação bem precária”, afirma, explicando que a NVIDIA veio à BGS 2017 para realizar um trabalho que é quase didático. “A ideia é mostrar que a GPU não é só mais uma peça do computador, mas sim, a parte mais importante da experiência gamer.”

Um dos grandes “professores” foi Destiny 2. Nos desktops da NVIDIA, o título da Activision aparecia rodando em resolução 4K e com os frames liberados, entregando aos jogadores a melhor experiência que dá para ser obtida com o ambicioso título da Bungie. Outros nomes, como os já citados Counter-Strike: Global Offensive e o arrasa-quarteirões Battlegrounds também estavam dando o seu máximo nos computadores disponíveis no estande, mostrando claramente a diferença que faz jogá-los em máquinas de alto desempenho.

Além disso, o trabalho da NVIDIA na BGS teve a ver com desmistificar mitos. A grande vedete da empresa, claro, era a placa GeForce GTX 1080, que a companhia promete trazer o mesmo desempenho tanto em sua versão para desktop quanto em notebooks. “A BGS é o local perfeito para demonstrar as coisas. E as pessoas puderam comprovar que o que a gente fala é real”, completa Ziebert.

O clima de demonstração também contaminou a Gigabyte, que aumentou mais de 16 vezes seu espaço na BGS, saindo de um estande de 18 m² em 2016 para um de 300 m² neste ano. Lá, também estava o que foi citada pela marca como a melhor atração da feira neste ano – um simulador de Fórmula 1, rodando Assetto Corsa em realidade virtual, com o Oculus Rift, e permitindo que os jogadores dessem uma voltinha pelo circuito de Interlagos.

“Sempre queremos trazer algo que fique na memória dos visitantes”, explicou Thiago Tieri, gerente de comunidades da Gigabyte. Para ele, a grande saga da empresa na BGS é trazer, a cada ano, todo o poder e inovação dos computadores por meio de experiências imersivas e bastante divertidas.

Enfrentando o grande boss do mercado

A presença gigantesca da Gigabyte na BGS 2017 também é um reflexo da aposta da companhia no mercado brasileiro. Por meio de sua subsidiária Aorus, especializada no mercado gamer, ela traz para o Brasil toda a linha de acessórios, periféricos, gabinetes, placas de vídeo e motherboards, compartilhando o intuito da NVIDIA que mostrar aos jogadores tudo o que dá para extrair de um game nos PCs.

PC

Por outro lado, a companhia demonstra também um trabalho de seleção, voltado para atender não apenas aos interesses dos jogadores brasileiros, mas também ao tamanho de seus bolsos. “Muito do nosso trabalho passa pela seleção. De nada adianta trazermos algo fantástico do exterior que não vai vender nada por aqui. O foco é sempre garantir que os preços não sejam exorbitantes”, explica Tieri, afirmando, na sequência, que a Aorus possui alguns dos produtos com melhor custo-benefício do mercado nacional.

Para Ziebert, entretanto, o caminho para encarar tais dificuldades passa pela informação e segmentação. Ele refuta a alegação de que ter um PC gamer em nosso país é caro, afirmando que tudo depende da qualidade que o jogador procura e do tipo de experiência com a qual ele pode arcar. “Conseguimos escalar nossas tecnologias e arquiteturas de forma a entregar o melhor desempenho possível a preços bacanas, principalmente no Brasil”.

É o que explica, por exemplo, o sucesso estrondoso da GTX 1050 Ti, considerada pelo executivo como a “queridinha” dos brasileiros por sua escalabilidade com diferentes configurações de fontes, principalmente. O preço também ajuda, girando na faixa dos R$ 600 e bem abaixo da segunda colocada nacional, e placa mais popular do mundo, a GTX 1060, que ultrapassa a casa dos R$ 1.000.

Referências e influências

O foco da NVIDIA e da Gigabyte em exporem seus produtos também passou, neste ano, pela presença de influenciadores, uma dinâmica que cresce cada vez mais não apenas para as marcas, mas por toda a BGS. Quem passava pelo estande, por exemplo, podia conferir showmatches de League of Legends com YouTubers ou vencer prêmios ao ser o melhor em uma partida de Counter-Strike: Global Offensive, sem falar no já citado simulador, que exibia o potencial da realidade virtual, aplicada a um jogo de corrida altamente técnico como Assetto Corsa.

BGS 2017

A busca por esse tipo de parceria é um dos grandes pilares do trabalho da Aorus por aqui, com o envio de acessórios, peças e outros artigos aos YouTubers constituindo a principal fonte de comunicação com o público. “O que eu não posso é perder o momento”, explicou Tieri, que disse fazer ele mesmo o unboxing das grandes novidades da Gigabyte caso nenhum dos criadores de conteúdo esteja disponível em tempo hábil.

Entretanto, aponta que esse é um trabalho diário, que envolve o acesso a redes sociais e a leitura extensiva de comentários publicados nos vídeos. O mercado está mudando a cada dia, e com isso, as marcas também precisam se reposicionar. “Não existe uma receita mágica para atingir o público. As únicas coisas que não podem faltar no trabalho, nunca, são honestidade e a exposição dos produtos, atendendo a todo mundo da melhor forma possível.”

Para a NVIDIA, a questão ainda vai além e envolve, como falamos no começo, a informação. Parcerias com fabricantes geram configurações prontas para rodar os principais games do mercado, de forma a atrair o usuário mais leigos, “acabando com a ideia de que é preciso fazer um curso de hardware para ter um PC gamer”, explica o executivo da NVIDIA.

Enquanto isso, recursos como o ShadowPlay, que facilita a gravação de partidas, o Ansel, usado para captura de fotos, ou simplesmente os drivers específicos para os principais títulos do mercado ajudam a NVIDIA a ganhar os clientes mais hardcore por mais do que apenas a política de preços. “A ideia é garantir que os clientes escolham a gente não só pelo valor, mas porque somos os melhores”, conclui Ziebert.

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