O Switch se tornou meu grande companheiro nas viagens e diversos compromissos de trabalho que enfrentei nas últimas semanas, e a ideia de ter um dos melhores títulos recentes de terror recente me empolgava um bocado. Na abertura de Remothered: Tormented Fathers, tudo parecia tranquilo, apesar da clara resolução mais baixa. Afinal, os modelos do jogo de Chris Darrill não são necessariamente realistas ou bonitos, e isso adiciona todo um caráter bizarro ao título. Só que aí ele começou de verdade.
O jogo começa como uma saga de investigação e conspiração, mas logo se transforma em um jogo de perseguição. E se os gráficos de PS2 e os serrilhados grotescos já estavam agredindo os olhos no começo, espere chegar ao primeiro inimigo, que faz com que o game comece a se comportar como uma apresentação de slides, com frames caindo o tempo todo e tornando um conjunto de controles já intencionalmente pesado ainda pior. Cheio de prompts e elementos, o game sempre tem algo a ser visto no cenário, e isso, também, acaba prejudicando a performance e piorando as coisas ainda mais.
Tudo roda muito mal o tempo todo, em uma versão horrorosa que soa plenamente injogável na maioria do tempo. A fuga do perseguidor principal, por exemplo, se torna ainda mais difícil, e os cenários sempre meio iguais se tornam ainda mais irreconhecíveis na medida em que tudo aparece em baixa resolução, em um resultado sujo e bem difícil de se encarar. A primeira impressão, para quem está chegando agora, passa longe das citações de Remothered como um dos melhores games de terror de 2018.
Não é como se o título da Darril Arts tivesse o melhor conjunto gráfico do mundo, mesmo no PS4 ou Xbox One, mas isso, na verdade, deveria servir como uma vantagem. Se um título é visualmente mais fraco, ele deveria rodar bem no Switch, só que o resultado, aqui, é o extremo oposto, além de cheirar a problemas de desenvolvimento. A data de lançamento foi atrasada duas vezes, sendo uma apenas uma semana antes da data prevista; ao jogar, percebemos que o game deveria ter passado bem mais tempo cozinhando.
Sabemos que o Switch é capaz de bem mais do que isso, com outras desenvolvedoras já provando o que o console é capaz de entregar. A versão de Remothered: Tormented Fathers, infelizmente, aparece na ponta oposta desse espectro, com a Stormind Games não dando a devida atenção ao port e entretando um resultado que passa longe da aclamação pública e do hype. Se você quer conhecer o título, o procure nas outras plataformas, já que mesmo com um patch de correção prometido para outubro, as coisas parecem difíceis no console da Nintendo.