Passado não muito tempo do primeiro título, Override 2 vem para se tornar a experiência definitiva de combate de mechas, os famosos robôs gigantes, em arenas de combate PvP ou com vários ao mesmo tempo, com a clássica ideia de “o último que restar se sagra campeão”. O game reúne muitos sentimentos antigos e novos dos fãs de filmes, animes e jogos que envolvem esse tipo de combate, saindo de “Evangelion” e passando por “Círculo de Fogo”. Mais recentemente, com o Ultraman como convidado, as cidades nunca mais serão as mesmas!

Na Beta fechada do título, foi possível testar os modos de treino, versus e online, no qual, apesar de não ser possível encontrar nenhum humano para jogar, a CPU preenchia esse vazio. Isso foi interessante, pois não fiquei igual besta esperando alguém surgir e me salvar da solidão.

O jogo que será lançado em dezembro e tem fatores mais simples do que no primeiro, como o cenário, sempre uma plataforma flutuante e não uma simulação contínua. Fazem falta as cores diferentes para os robôs, o que vai gerar confusão para quem escolher personagens iguais, um aspecto que espero ver resolvido até o lançamento ou que seja possível destravar variações de alguma forma (de preferência, sem pagar).

As opções também estavam bem simples, nem havia uma para configurar os controles. Não foi fácil acostumar com os gatilhos superiores como ataque e os botões tradicionais para recursos, mas isso deve ter algum motivo. Os ataques básicos são socos e chutes fraco e forte, que misturados no chão e no ar, viram os super golpes. Tudo que você precisa é saber usar, pois não existe um padrão de combate se não o alcance com prioridade no ataque, que vira uma loteria de quem vai acertar o oponente.

Os mechas disponíveis na Beta de Override 2 são o protagonista, o Gundam de cachecol vermelho, o robô gato ninja, o robô menina da máquina de bolinhas, o robô mulher anjo e o robozão cara de peixe, que seria o fortão do jogo. Não os nomeei pelo simples fato de não terem nome no jogo… Diferente de “Evangelion”, Cyberbots e qualquer Tokusatsu, onde é de praxe que as máquinas sejam batizadas para dar aquele ar de cultura hi-tech de ação, como vimos em “Círculo de Fogo”. Apesar desse descaso, o design dos personagens é muito bonito, com animações bem legais e efeitos especiais magníficos, principalmente em fumaças e poderes.

Mesmo com o apelo robótico, o sistema de jogo e arenas são muito similares a Power Stone 2, com suas armas espalhadas, trampolins e objetos arremessáveis, mas menos sofisticados. Tais elementos seriam maravilhosamente adaptados para um combate de robôs gigantes que usam prédios e construções como apoio, parede e proteção, às vezes armas, mas mesmo com muitos objetos destrutíveis no cenário, eles mais atrapalham do que divertem. Os itens não foram programados para dar dramaticidade ao impacto dos golpes recebidos e, na verdade, seria melhor se não existissem. Algumas fases têm lava, buracos, plataformas e o ponto de liberação do Super Ataque, o golpe definitivo que leva uma vida de papagaio para carregar, e é muito fácil de errar.

A bem da verdade, não consegui me divertir com Override 2, apesar de a existência de um game de luta assim ser a realização de um sonho, principalmente sendo brasileiro. Sei o que me atravancou na hora de curtir o excelente trabalho gráfico da equipe, está tudo na concepção do sistema de combate, em que você pode correr, dar pulo duplo, atacar, defender, arremessar o adversário, objetos, atacar de vários modos, fazer combos, mas sem regras nessa liberdade toda.

Na comparação com Virtual On Oratorio Tangram, temos um sistema livre de ataques e movimentação dos personagens, mas o adversário pisca para evitar ficar encurralado e o cenário não tampa a visão da reação. Os ataques têm prioridades intuitivas, diferentemente de Override 2. Se olharmos para Tech Romancer, temos o sistema de ataques variados, o chão plano e câmera fixa para que se possa visualizar que tipo de ataque vence o outro, a esquiva adequada, e vozes dos pilotos para dar mais clima de combate épico, sem falar das cenas dramáticas de ataque.

O maior problema de Override 2 até agora é seu erro em não fixar a câmera, ou pelo menos limitar, pois ao escolher um estilo de combate de arena, a visão superior fica perfeita, mas se escolher em terceira pessoa, esse fator é essencial, pois é possível fazer uma grande bagunça durante o combate e ajustar câmeras com o analógico direito durante a batalha frenética é a chave para a derrota.

Os efeitos sonoros dão toda a sensação do peso de controlar essas máquinas de muitas toneladas, apesar da agilidade. Como a energia dos robôs dura bastante, as lutas não acabam rápido, mesmo sendo de round único. Espero muito que a Modus se decida por um único estilo de câmera e coloque transparência quando nos aproximamos de paredes e objetos, pois muito da diversão se perde quando não se pode ver o que ocorre no combate. Dos que venci, foi sempre atacando com super golpes giratórios às cegas, o tipo de ofensiva que tem superioridade até sobre o Shoryuken do robô azul de cachecol.

Com data de lançamento para dezembro e disponível para todos os consoles atuais e da nova geração, sem esquecer do PC, Override 2 poderá se tornar um ícone dos jogos de luta e vai se destacar para os fãs dos robôs gigantes, como eu!

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