A obra de Hideo Kojima pode ser considerada como a mistura entre o autoral e o blockbuster da maneira mais próxima possível da perfeita. Da mesma maneira em que os jogos atraem multidões e geram milhões em vendas, também trazem uma história profunda, relevante e, acima de tudo, pesada. Mais uma vez, é essa a missão do criador em Metal Gear Solid V: The Phantom Pain e ele não vê sentido em continuar de outra maneira.
Em um dos diversos encontros com jornalistas em que esteve durante a E3 2014, Kojima afirmou que seus títulos sempre refletem a visão dele sobre o mundo. A ideia de abordar instituições militares privadas, corrupção, traição e, mais recentemente, estupro e vingança são decorrência disso, pois refletem os problemas do mundo moderno.
Mas, o próprio Kojima admite que, quanto maior a escala de seus títulos, mais difícil é de ser criativo e autoral. Ele explica que a relação da Kojima Productions com os times de marketing da Konami, por exemplo, está bastante abalada devido ao fato de que Metal Gear Solid V é o game mais caro já produzido por ela e, sendo assim, representa riscos e leva a empresa a tentar jogar seguro.
Mas, ainda assim, ele parece estar conseguindo sucesso em sua missão e avisa aos jogadores para esperarem temas ainda mais sombrios e profundos em The Phantom Pain. Segundo ele, racismo e vingança são apenas alguns dos assuntos abordados e ele já se prepara para ser criticado como aconteceu em Ground Zeroes e seu foco em estupro e tortura. Ainda assim, Kojima diz que essa é uma parte integrante do trabalho e que não saberia fazê-lo de outra forma.
“Estou tentando fazer algo diferente do que apenas atirar em zumbis. Quero mostrar algo e passar uma mensagem específica sobre acontecimentos históricos. (…) Existem coisas que não posso ignorar e que preciso trabalhar”, concluiu Kojima.
Metal Gear Solid V: The Phantom Pain chega no ano que vem para PlayStation 3, PS4, Xbox 360 e Xbox One.
Com informações do Gamasutra.