Trata-se da velha história de disfarçar o fracasso de inovação. Enquanto a Sony se recusa a admitir que está mandando mal em sua recente geração de consoles portáteis, seus executivos cada vez mais falam que o público está vendo o PlayStation Vita como um “acompanhante” do PlayStation 4. Agora foi a vez de Shuhei Yoshida, diretor dos estúdios de desenvolvimento da Sony, falar nesse assunto.
De acordo com ele, em declarações à revista americana Game Informer, os usuários da plataforma estão a vendo cada vez menos como um console portátil e mais como um periférico ao PS4. Esse, inclusive, foi o motivo pelo qual a empresa não investiu forte, como normalmente faz, em uma oferta de novos jogos para o video game.
Segundo ele, a ideia da Sony agora é focar apenas no PlayStation 4 como uma plataforma central, enquanto todos os outros dispositivos da empresa tornam-se satélites no ecossistema de jogos da companhia. Nessa estratégia, o PS Now é essencial e visto pela companhia como mais uma maneira de trazer grandes jogos para o Vita.
Yoshida lembra que, principalmente no Japão, existem sim novos lançamentos para o portátil e, assim como no PSP, diversas desenvolvedoras continuam tendo o aparelho como plataforma central. Quando questionado, porém, não soube citar grandes títulos ou franquias que teriam presença garantida no video game.
A concepção de que o Vita acabaria se tornando apenas um broder de luxo para o PS4 vem desde os primórdios do anúncio do console, quando a Sony falou em remote play usando o console ou na utilização dele como um joystick adicional. Na E3 2014, a fabricante confirmou a existência de um bundle que traz os dois consoles, mas que ainda não teria chegado ao mercado por problemas de design na embalagem.
Mas a minha pergunta é: quem é capaz de viver apenas de JRPGs e relançamentos? Qual o sentido de se comprar um console caro apenas para servir como uma segunda tela para o igualmente caro PS4? Seria a ideia da Sony transformar o console em um mero GamePad, deixando toda a base de usuários que apostou na plataforma na mão? A conclusão dessa história, pelo que parece, não vai agradar muita gente.
