Salve-se quem puder!

Entre seus altos e baixos, as séries recentes da Telltale Games tem nos feito reféns de seus episódios sem periodicidade, o que por vezes faz crescer a expectativa pelo próximo capitulo. Em outros casos, acabamos por perder o interesse. Felizmente, o quarto capítulo de The Walking Dead, Amid the Ruins, é um destes pontos altos, trazendo de volta todo o clima que fez da primeira temporada o jogo do ano em 2012.

Lições não aprendidas

Partindo exatamente de onde o último episódio nos deixou, a situação é extremamente caótica. Nos encontramos em meio a uma horda de zumbis e na linha de tiro de outro grupo de sobreviventes. Aqui, já vemos as consequências das decisões tomadas nos momentos finais do terceiro capítulo e, para piorar, em meio à confusão, o grupo se separa, deixando Clementine à sua própria sorte e tendo que contar com o que aprendeu anteriormente.

Alguns personagens tentam ganhar a simpatia do jogador expondo um passado doloroso e problemático. Isso, porém, é feito de forma tão breve e superficial que acaba por soar de forma forçada.

Depois de somar dez episódios entre duas temporadas e um episódio especial, fica difícil não esbarrar em clichês que se repetem ao longo da série. Mas, mesmo assim nossas decisões de momento acabam nos levando por caminhos que não tomaríamos se analisássemos a situação com mais calma. É nisso que o episodio se apóia para nos manter presos à trama. Mesmo que a maioria dos personagens ainda não nos tenha cativado, o fato de algo de ruim lhes acontecer por culpa de alguma decisão errada faz com que os jogadores se importem com aquela perda.

Kenny, único personagem da temporada anterior que ainda acompanha a jornada de Clementine, é o nosso último elo com o que mais se aproxima de uma família e os acontecimentos que o envolvem deixam todo o clima do episodio mais tenso. Estamos a ponto de acontecer uma tragédia.

Bebê a bordo

Se já não bastasse a situação praticamente sem solução em que todos se encontram, um novo fator de preocupação ronda o grupo quando a gravidez de Rebecca se aproxima do fim. Muitas vezes, os personagens se questionam o quão danoso será para o grupo terem um recém nascido para cuidar, além do cuidado exigido pela saúde da própria mãe da criança. As condições psicológicas de Sarah também se agravaram com os últimos acontecimentos.

Depois de somar dez episódios entre duas temporadas e um episódio especial, fica difícil não esbarrar em clichês que se repetem ao longo da série.

Alguns personagens tentam ganhar a simpatia do jogador expondo um passado doloroso e problemático. Isso, porém, é feito de forma tão breve e superficial que acaba por soar de forma forçada. É o caso de Jane, introduzida na última temporada e que tentou se mostrar como uma “solitária”, mas só fez transparecer sua antipatia.

Alvos

De todos os finais de episódio, o “impasse mexicano” (clichê cinematográfico no qual pelo menos três personagens apontam armas uns para os outros, de modo que todos também sejam alvos) que pontua o gancho para o capítulo final é, sem duvida, angustiante. Amid the Ruins é o episódio que faz valer a segunda temporada de The Walking Dead e cria um excelente clima de expectativa para o episodio final.

Este jogo foi analisado no Xbox 360.