Confirmando boatos, Abigail aparece como o quarto personagem inédito da Temporada 2 de Street Fighter V, apesar de não ser tão novo assim, já que sua primeira aparição foi em 1989, como chefão de Final Fight. Seguindo a tradição de colocar sempre personagens do clássico e pioneiro Beat’Em Up na linha de jogos de luta da Capcom, o “novato” vem em uma versão grotesca, que mais lembra Abobo, do rival Double Dragon, do que o original.
Alguns podem se perguntar o porquê de reviver esse chefão genérico de Final Fight, visto que existem outros mais carismáticos. como o policial corrupto Edi.E, o sorridente Damnd e, por que não, o cadeirante boss final Belger, que usa um disparador de flechas e poderia ter V-Skill e V-Trigger já relacionados a isso? Certamente porque eles ainda podem estar nos planos para o futuro, visto que o primeiro Final Fight quase foi a continuação do Street Fighter original, de 1987.
Não, preferiram começar pelo icônico (para os tiozões) maior chefe do jogo clássico, com corpo de Andore, mesmo não sendo da família, que protegia o litoral nova iorquino em um estágio que ia da noite para o amanhecer, de frente à Estátua da Liberdade e com um tema musical que se tornou clássico.
Certamente, Abigail é lembrado não por seus méritos, mas sim pelo fator nostálgico que ele representa aos fãs mais velhos da Capcom, como a música-tema – ele ganhou outra neste jogo, um Thrash Metal cantado, enquanto a original pertenceu a Rolento, em Street Fighter Zero 2.Ou, então, por parecer um outro personagem com apelo aos fãs, Hugo. Assim como outros, o novato chega a Street Fighter V como um desconhecido e pode criar sua própria legião de fãs de acordo com sua eficiência em combate, pois pelo apelo visual…
Vejamos suas técnicas do passado e como foram adaptadas para o sistema de Street Fighter V:
V-Skill – Hungabee Alto e baixo:
Abigail projeta sua barriga para frente e rebate o inimigo caso ele esteja efetuando um ataque físico, o deixando indefeso para ser acertado em seguida. Contra magias, funciona como um Parry normal. A versão em pé serve tanto para ataques aéreos quanto altos e a baixa para espantar golpes rasteiros. O problema é que, apesar disso, o personagem é lento, e quando acerta empurra o oponente, sobram poucas opções para continuar acertando. Só por curiosidade, Hungabee é o nome de uma montanha canadense e como Abigail é de lá, alguns de seus golpes são relacionados à sua pátria mãe.
V-Trigger – High Power
Remontando diretamente à sua primeira aparição, Abigail fica avermelhado e mais poderoso ainda. As características de seus socos fortes ficam alteradas e ele adquire um reforço para ataque adicional à sua resistência de absorver golpes, principalmente durante sua clássica corrida, depois um direto de esquerda. Também pode quebrar defesas com soco forte carregado, mostrando todo seu potencial de Tanker quando faz a corrida EX neste estado e absorve mais de 4 hits sem parar de correr. Seu tapa destruidor de magias vira rebatedor e, quando carregado, devolve projetéis EX e Supers.
Mesmo particularmente achando que a Capcom não vai colocar todos os chefes e personagens comuns do primeiro Final Fight na saga Street Fighter, mesmo quase chegando lá, Abigail certamente é outra amostra do que comentamos no texto sobre “O desafio de inovar o clássico”. Ao colocar novos integrantes no jogo sem perder a essência e ficar engessada nas tradições, seja para o bem e para o mal, a Capcom cria, com Abigail, uma ponte sólida e grotesca de 1989 até 2017, com o primeiro representante da saga irmã a estrear em Street Fighter V.
Outro personagem esperado, que também está na lista de boatos – da qual Kolin e Abigail já foram confirmados – é Zeku, o mestre de Guy, que aparece somente no final dele, em Street Fighter Zero 2 e seria o segundo integrante da saga Final Fight (mesmo que nunca tenha participado de um jogo da franquia) a entrar no jogo ainda neste ano, talvez em dezembro.
Apesar dos vacilos de modelagem de personagens que a Capcom vem realizando ultimamente, como podemos ver neste meninão aqui descrito, dá para encarar com bons olhos a iniciativa de reviver personagens antigos que o público ainda gosta. Já estou cobrando de Yoshinori Ono, produtor de Street Fighter, a entrada do punk elétrico Dean e dos personagens do Rival Schools. Se Tekken tem Geese Howard e Akuma como personagens canônicos, porquê Street Fighter V não pode ter essa liberdade com personagens de franquias queridas da própria desenvolvedora?